domingo, 31 de agosto de 2008

Igreja do Convento da Graça

Fotografia de Margarida Elias, Igreja da Graça (Torres Vedras, 2008).
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A arquitetura é o jogo sábio, glorioso e magnífico de volumes sob a luz do sol.
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quarta-feira, 27 de agosto de 2008

A curiosidade


Pintura de Emília Mattos (1890).
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We keep moving forward, opening new doors, and doing new things, because we're curious and curiosity keeps leading us down new paths.
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Walt Disney.

terça-feira, 26 de agosto de 2008

Os Grandes Homens

Pintura de Columbano Bordalo Pinheiro, O Grupo do Leão (1885, Museu do Chiado, Lisboa).
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O que me parece essencial é reconhecer nos grandes homens indivíduos notáveis que são ao mesmo tempo produto e agente do processo histórico, assim como representantes criadores das forças sociais que alteram o mundo e o pensamento humano.
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E. H. Carr.

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Luz e Sombra

Fotografia de Margarida Elias.
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A sombra é a ausência de luz e, no sentido extremo, o seu oposto. A luz vem sempre acompanhada da sombra.
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Michael Baxandall.

domingo, 24 de agosto de 2008

Aquarela

Pintura de Emília Mattos.
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Numa folha qualquer eu desenho um sol amarelo
E com cinco ou seis retas é fácil fazer um castelo
Corro o lápis em torno da mão e me dou uma luva
E se faço chover com dois riscos tenho um guarda-chuva
Se um pinguinho de tinta cai num pedacinho azul do papel
Num instante imagino uma linda gaivota a voar no céu
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Vai voando, contornando
A imensa curva norte-sul
Vou com ela viajando
Havaí, Pequim ou Istambul
Pinto um barco a vela branco navegando
É tanto céu e mar num beijo azul
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Entre as nuvens vem surgindo
Um lindo avião rosa e grená
Tudo em volta colorindo
Com suas luzes a piscar
Basta imaginar e ele está partindo
Sereno indo
E se a gente quiser
Ele vai pousar
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Numa folha qualquer eu desenho um navio de partida
Com alguns bons amigos, bebendo de bem com a vida
De uma América a outra consigo passar num segundo
Giro um simples compasso e num círculo eu faço o mundo
Um menino caminha e caminhando chega num muro
E ali logo em frente a esperar pela gente o futuro está
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E o futuro é uma astronave
Que tentamos pilotar
Não tem tempo nem piedade
Nem tem hora de chegar
Sem pedir licença muda nossa vida
E depois convida a rir ou chorar
Nessa estrada não nos cabe
Conhecer ou ver o que virá
O fim dela ninguém sabe
Bem ao certo onde vai dar
Vamos todos numa linda passarela
De uma aquarela que um dia enfim
Descolorirá
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Vinicius de Moraes.

sábado, 23 de agosto de 2008

História e historiadores

Fotografia de Margarida Elias Pitões das Júnias.
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Aparecem constantemente novas perspectivas e novos ângulos de visão à medida que a procissão, bem como o historiador que nela está inserido, se movimentam. O historiador faz parte da história. O ponto em que ele se encontra na procissão determina o seu ângulo de visão sobre o passado.
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E. H. Carr.

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

A Figueira da Foz no Século XIX


Fotografia de Margarida Elias, Figueira da Foz (2008).
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... nenhuma outra praia em Portugal possui as condições desta para tornar agradável a estação de banhos.
Batida do grande mar, tendo à direita a bonançosa baía de Buarcos e à esquerda os rochedos em que assenta o castelo de Santa Catarina, que defende a foz do Mondego, a vila da Figueira oferece aos banhistas incomparáveis condições.
A povoação é rica pelo comércio do sal e pela exportação dos vinhos da Bairrada.
Uma companhia edificadora tem construído casas agradáveis, em um bairro novo junto à foz do Mondego, em sítio elevado e sadio.
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... A soirée é uma das grandes preocupações desta praia, e não será por falta de contradanças que os banhistas deixarão de se regosijar neste sítio.
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Na Figueira, entre a população fixa, que habita a antiga vila e freqüenta a Assembleia Figueirense, e a povoação flutuante, que habita principalmente o bairro novo e freqüenta a Assembleia Recreativa, não há hostilidades, mas existe uma forte emulação provinciana que se descarrega muitas vezes em pequenos episódios dignos de Dickens ou de Balzac.
A viagem da Figueira é bastante pitoresca, mas não isenta de incomodidades. Quer o viajante chegue a Coimbra às 3 1/2 horas da tarde, quer chgue às 4 horas da manhã, tem de esperar até às 6 horas da manhã ou até às 2 1/2 da tarde para poder seguir para a Figueira na diligência, que gasta seis horas neste caminho e pede 1$000 reis por cada lugar.
Na imperial da diligência, como artista, em companhia alegre; ou em carruagem descoberta, que se pode alugar em Coimbra, o caminho não parece longo, porque a estrada é boa e a paisagem lindíssima.
Entra-se na vila por uma estreita garganta que se alonga para o viajante como o bico de um funil. Se não é fácil a entrada pela foz do Mondego...a entrada em diligência pelo funil acima referido não é menos perigosa. Sòmente, pela via de terra é permitido ao viajante um expediente, que se não usa na superfície líquida, e vem a ser: desembarcar a distância respeitosa e entrar cada um na vila pelo seu pé.
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Ramalho Ortigão.

sábado, 9 de agosto de 2008

O Búzio

Pintura de Emília Matos e Silva, Rodopio (1997, Colecção Particular).
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- Mas porquê? - perguntou o rapaz.
- Por causa dos búzios. Os búzios têm muito bom ouvido, ouvem tudo, são os ouvidos do mar. E ouviram as nossas conversas e foram contá-las à Raia que ficou furiosa e agora eu já não posso ir contigo.
- Mas a Raia não está aqui. Mete-te dentro do balde e vamos embora depressa.
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Sophia de Mello Breyner Andresen.

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

O meu baptizado (1971)


A sociedade e o indivíduo são inseparáveis; necessários e complementares um do outro e não opostos.
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E. H. Carr

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Montanhas

Fotografia de Margarida Elias.

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Mountains are the beginning and the end of all natural scenery.

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John Ruskin.

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Noite de Sonhos Voada


Pintura de Emília Matos e Silva (Colecção Particular).
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Noite de sonhos voada
cingida por músculos de aço,
profunda distância rouca
da palavra estrangulada
pela boca armodaçada
noutra boca,
ondas do ondear revolto
das ondas do corpo dela
tão dominado e tão solto
tão vencedor, tão vencido
e tão rebelde ao breve espaço
consentido
nesta angústia renovada
de encerrar
fechar
esmagar
o reluzir de uma estrela
num abraço
e a ternura deslumbrada
a doce, funda alegria
noite de sonhos voada
que pelos seus olhos sorria
ao romper de madrugada:
— Ó meu amor, já é dia!..

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segunda-feira, 4 de agosto de 2008

O rio

Fotografia de Margarida Elias.
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... Barlow knew that to see a river was to be swept up in a great current of myths and memories that was strong enough to carry us back to the first watery element of our existence in the womb.
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Simon Schama.

domingo, 3 de agosto de 2008

Paisagem

Fotografia de Margarida Elias (Ameal).
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Landscapes are culture before they are nature, constructs of the imagination projected onto wood and water and rock.
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Simon Schama.

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

A obra

Pintura de Domingos Saraiva, Chicuelina.
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On conçoit que l'oeuvre d'un artiste constitue un pari sur les aspects futurs de l'existence. Si notre substance nous était réellement domnée, là, à portée de la main, san doute ne nous projetterions-nous pas au-delá de ce qui nous contraint. Mais nou sommes insufissants à nous-mêmes. Nous en appelons à ce qui n'est pas encore. Tantôt la forme que nou donnons à cette attente est reprise par ceux à qui elle s'adresse. Tantôt elle reste sant hérétière. Qu'importe? Cela, nous ne le savons jamais d'avance. Nous sommes autant ce qui nous avons été que ce que nous imaginons.
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Jean Duvignard.