quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Simões de Almeida Júnior

Escultura de Simões de Almeida Júnior, D. Sebastião (1874, Museu do Chiado).
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José Simões de Almeida (1844-1926) foi um escultor português, activo sobretudo na década de 1870. Nascido em Figueiró dos Vinhos, foi o primeiro pensionista de escultura em Paris, aluno de Mercié, passando depois por Roma, onde foi companheiro de Soares dos Reis. Foi professor da Escola de Belas-Artes de Lisboa. A sua obra é já próxima do Naturalismo, tendo sido autor de uma das estátuas do monumento aos Restauradores - o «Génio da Liberdade». A escultura que representa D. Sebastião tornou-o famoso: «cada linha é uma ideia, e o conjunto é uma história ou um poema» (António Enes, Artes e Letras, 1874).
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Cf. José-Augusto França (1990).

São Jerónimo na sua cela

Gravura de Albrecht Dürer, Saint Jerome in his Cell (1511, The Art Institute of Chicago).
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«If a man devotes himself to art, much evil is avoided that happens otherwise if one is idle».
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Albrecht Durer.

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Criação

Pintura de Vasco Fernandes, Criaçao dos Animais (1506-11, Museu de Lamego).
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Imagination is the beginning of creation. You imagine what you desire, you will what you imagine and at last you create what you will.
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George Bernard Shaw.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Ode à Paz

Pintura de Pierre Puvis de Chavannes, The Benefits of Peace (Study for "Inter Artes et Naturam") (1890, National Gallery of Canada).
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Pela verdade, pelo riso, pela luz, pela beleza,
Pelas aves que voam no olhar de uma criança,
Pela limpeza do vento, pelos actos de pureza,
Pela alegria, pelo vinho, pela música, pela dança,
Pela branda melodia do rumor dos regatos,
Pelo fulgor do estio, pelo azul do claro dia,
Pelas flores que esmaltam os campos, pelo sossego dos pastos,
Pela exactidão das rosas, pela Sabedoria,
Pelas pérolas que gotejam dos olhos dos amantes,
Pelos prodígios que são verdadeiros nos sonhos,
Pelo amor, pela liberdade, pelas coisas radiantes,
Pelos aromas maduros de suaves outonos,
Pela futura manhã dos grandes transparentes,
Pelas entranhas maternas e fecundas da terra,
Pelas lágrimas das mães a quem nuvens sangrentas
Arrebatam os filhos para a torpeza da guerra,
Eu te conjuro ó paz, eu te invoco ó benigna,
Ó Santa, ó talismã contra a indústria feroz.
Com tuas mãos que abatem as bandeiras da ira,
Com o teu esconjuro da bomba e do algoz,
Abre as portas da História, deixa passar a Vida!
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Natália Correia.

domingo, 27 de setembro de 2009

Raios de luz

Pintura de Vilhelm Hammershøi, Sunbeams or Sunshine. Dust Motes Dancing in the Sunbeams (1900, The Ordrupgaard Collection).
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Ó novos milagres da pintura! Surge
o que não poderia existir. Pintura, imitadora da verdade,
jogando com nova arte transforma em coisas as sombras
das coisas e cada mentira transforma-se em verdade.
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Alain de Lille.
Citado por Umberto Eco (1989).

Uma senhora a ler

Pintura de L.A. Ring, Ved frokostbordet og aviserne (1897).
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Laurits Andersen Ring (1854-1933) foi um dos pintores mais importantes do Realismo e do Simbolismo dinamarquês. Era filho de um artesão e ele próprio foi aprendiz de pintura até ser admitido na Academia Real de Arte de Copenhaga (1874-77). Em 1889 visitou Paris e posteriormente a Itália. A maioria das suas obras representa a vida humilde do sul de Zealand, onde nasceu. Uma das características da sua pintura é um realismo directo, olhando o mundo de um modo penetrante.

Neste caso figura uma cena do quotidiano, talvez a sua mulher, com quem se casou em 1896. Representada de costas, a senhora parece estar sentada à mesa do pequeno-almoço enquanto lê um jornal. Afastando-se de obras que têm a temática da vida humilde, neste caso Ring apresenta-nos um calmo interior burguês, numa luz natural, ligando-se assim à estilística e temáticas dos pintores Impressionistas.

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Margarida Elias.

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Fontes:

Wikipedia

Artcyclopedia

The Ordrupgaard Collection

Scandinavian Art

sábado, 26 de setembro de 2009

Arcos enramados a murta


Arcos enramados a murta no Ramalhal (Fotografia de Margarida Elias, 2009).
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«O Verão é tempo de festejos populares, alguns de origem imemorável.
De entre os muitos realizados na região, merece destaque a Festa de Nª Sª da Ajuda, que tem lugar no Ramalhal todos os anos, a partir do segundo fim-de-semana de Setembro».
Esta festa «distingue-se das outras festas pela decoração do seu recinto com dois arcos enramados em murta, atingindo uma altura que varia entre os 20 e os 30 metros.
Não se conhece, em rigor, desde quando o fabrico destes arcos se associou à festa. Contudo, todas as gerações vivas do Ramalhal sempre se recordam da festa incluir aquele elemento decorativo.
Uma das hipóteses avançadas é a de esse costume ter sido incluído na festa por Augusto Maria Franco, que o teria trazido do Norte do País. Pelo menos é recordado como o homem que durante anos dirigiu a construção dos arcos e como o autor dos desenhos que ainda hoje servem de modelo aos motivos decorativos usados. Na década de 90 era um seu sobrinho, Eduardo Franco que dirigia a construção dos arcos.
A murta é uma planta pobre, sem qualquer utilidade, mas de aroma agradável e de um verde vivo. Antigamente existia com muita abundância na região, mas com o passar dos anos começou a rarear, devido ao uso das terras, onde aquela ramagem se dava, para a construção civil e para a agricultura.
Nos anos 90 a maior parte da murta era colhida em Montejunto, onde existia ainda em abundância.
A apanha da murta obedecia então a um certo ritual, conhecido do povo do Ramalhal: às 5 horas da madrugada da 4ª feira anterior ao início dos festejos, lançavam-se foguetes que avisavam os colaboradores da festa para se juntarem numa camioneta que ao levava a Montejunto para a apanha e transporte da murta, que assim mantinha a sua frescura até ao final dos festejos.
Os arcos têm uma estrutura em madeira de pinho, desmontável e guardada no final das festas, voltando a ser usada nos anos seguintes.
Nessa estrutura montam-se os painéis decorativos com temas que variam de ano para ano, ligados a motivos geométricos, outras vezes a motivos regionais.
Estes painéis são feitos em vime e rebentos de eucaliptos, atados com arames de ligação, só depois enramados com murta. A técnica de enramar era feita pelos mais idosos, com prática de empar vinhas.
Concluída a decoração os arcos só serão levantados à hora da abertura oficial da festa e é um dos seus momentos mais espectaculares».
(...)
«Aproximadamente há 50 anos atrás os arcos eram levantados à força muscular de homens auxiliados por juntas de bois, auxiliados com o uso de cordas largas.
Actualmente estes são levantados com auxílio de tractores e cordas mais resistentes».
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Cf. VEDROGRAFIAS

Quadros dentro do quadro

Gravura de Henri-Charles Guérard, Retratos de Mm. de Lesseps, Coppée, général Pittié, de Bornier, Henri Martin, Mis de Cherville (1883, Minneapolis Institute of Arts)
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No decurso de uma pesquisa sobre Henri Martin, pintor pós-impressionista francês (1860-1943) deparei-me com esta obra que acho muito interessante.
Vê-se um atelier de gravura, com o impressor (auto-retrato?) a trabalhar dentro de casa. Há um cão à porta. Do lado de fora, na parede estão expostos os retratos de celebridades da época. Podemos observar também um suporte para estampas (retratos) e, em baixo à direita, uma cadeira com um chapéu de chuva e umas socas - este detalhe faz-me lembrar Van Gogh. Contudo, a composição parece-me inspirada na pintura holandesa do século XVII. Aparentemente é um convite para uma reunião, estando à esquerda os nomes dos convivas "titulares". O autor, Henri-Charles Guérard (1846–1897), foi um gravador e pintor ligado ao Impressionismo, mas apresenta-se como o impressor das celebridades contemporâneas.
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Margarida Elias.
Ver também: Yaneff.com

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Era uma vez uma praia...


Praia de Santa Cruz (Fotografia de Margaridas Elias, 2009).
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«Era uma praia muito grande e quase deserta onde havia rochedos maravilhosos. Mas durante a maré alta os rochedos estavam cobertos de água. Só se viam as ondas que vinham crescendo do longe até quebrarem na areia com um barulho de palmas. Mas na maré vazia as rochas apareciam cobertas de limo, de búzios, de anémonas, de lapas, de algas e de ouriços. Havia poças de água, rios, caminhos, grutas, arcos, cascatas. Havia pedras de todas as cores e feitios, pequeninas e macias, polidas pelas ondas. (...)».
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Sophia de Mello Breyner Andresen (1978).

Política


«Começaremos por confessar que nunca fomos políticos de profissão. A politica como ella se pratica em Portugal deturpando a pureza do sufrágio, foi sempre aos nossos olhos uma das causas primaciaes da degradação dos costumes e da decadência do Paiz».
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Manuel de Arriaga (1916).

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Miguel Ângelo Lupi

Pintura de Miguel Ângelo Lupi, Camponesa (1875, Casa-Museu Anastácio Gonçalves - Lisboa).
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Miguel Ângelo Lupi (1826-1883) frequentou o curso de pintura da Academia de Belas-Artes de Lisboa, onde foi discípulo de António Manuel da Fonseca. Com a protecção do Marquês de Sousa Holstein obteve uma bolsa de estudo para Roma. Passou por Paris, onde pode contactar com o Realismo. Cultivou a pintura de História, mas foi no retrato que mais se destacou.
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Cf. Pinheiro CHAGAS, «Miguel Angelo Lupi», O Ocidente, 21/3/1883, 1/4/1883 e 11/4/1883; José-Augusto FRANÇA, A Arte em Portugal no Século XIX, Vols. I e II; José-Augusto FRANÇA, «LUPI, Miguel Angelo», in Dicionário da Pintura Universal, Vol. III (1973); José-Augusto FRANÇA, O Romantismo em Portugal (1993); Miguel-Ângelo Lupi, MNAC (1983); Miguel Ângelo Lupi – 1826 / 1883, Museu do Chiado (2002).

Um pavão

Um pavão do jardim do Palácio Galveias, em Lisboa (2009).
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O pavão era a ave de Hera (Juno), esposa de Zeus, sendo considerado um símbolo solar. É também associado ao poder de transmutação, ligando-se à ideia de imortalidade. Na China e no Vietname o pavão exprime votos de paz e de prosperidade. Na tradição cristã, esta ave é associada à roda solar e a sua cauda evoca o céu estrelado. Apelidado de «animal dos mil olhos», tornou-se um sinal de beleza eterna, da visão de Deus pela alma. Segundo uma lenda Persa, Deus criou o Espírito sob a forma de um pavão.
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Cf. Jean Chevalier e Alain Gheerbrant (1982).

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Era uma vez um jardim

Pintura de Gustav Klimt, Rosiers sous les arbres (ca. 1905, Musée d'Orsay, Paris ©photo musée d'Orsay / rmn).
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Era uma vez um jardim maravilhoso, cheio de grandes tílias, bétulas, carvalhos, magnólias e plátanos.
Havia nele roseirais, jardins de buxo e pomares. E ruas muito compridas, entre muros e camélias talhadas.
E havia nele uma estufa cheia de avencas onde cresciam plantas extraordinárias que tinham, atada ao pé, uma placa de metal onde o seu nome estava escrito em latim.
E havia um grande parque com plátanos altíssimos, lagos, grutas e morangos selvagens. E havia um campo de trigo e papoilas, e um pinhal onde entre mimosas e pinheiros cresciam urzes e fetos.

(...)
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Sophia de Mello Breyner Andresen (1965).

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Chegou o Outono

Pintura de Karl Wilhelm Friedrich Bauerle, An Autumn Idyll (1877).
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Autumn is a second spring when every leaf is a flower.
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segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Tomás da Anunciação

Tomás da Anunciação, Vista da Penha de França, Lisboa (1857, Museu do Chiado, Lisboa).
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Tomás José da Anunciação (1818-1879) foi discípulo de Manuel da Fonseca na Academia de Lisboa. Teve emprego de praticante-desenhador no Museu de História Natural da Ajuda, o que o familiarizou com a observação da natureza. Foi recebido como assistente na Academia em 1852. Em 1857 era professor de pintura de paisagem e, em 1878, director desse estabelecimento de ensino. Foi director da Real Galeria de Pintura do Palácio da Ajuda.
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Cf. José-Augusto FRANÇA, A Arte em Portugal no Século XIX, Vol. I; Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, Vol. I, p. 905; Fernando de PAMPLONA, Dicionário de Pintores e Escultores Portugueses, Vol. II, pp. 127-130.

Uma janela de Óbidos

Óbidos (Fotografia de Margarida Elias, Maio de 2009).
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Cidade

Desta janela vê-se outra janela:
de uma mansarda antiga e só
sobressaindo do rubro de um telhado.
Vaidosa até da sua desgarrada solidão.

O céu fica-lhe atrás de azul
em muitos dias - que alegria!
- cinzento de tristeza a mais
das vezes. À noite a escuridão.

Acende-se uma luz tremeluzente
atrás do cortinado. Desta janela
vejo outra janela: apenas um bocado.
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Poema de João Mattos e Silva (1987).

sábado, 19 de setembro de 2009

Os Nardos

Pintura de Emília Matos e Silva, Nardos (2007).
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«A Túlipa, quase sem ouvir o que dizia o Gladíolo, continuava a olhar-se no lago. E quando assim estava viu dançar na água um reflexo branco que vinha ao encontro do seu reflexo de oiro. E no mesmo instante sentiu em roda um perfume extraordinário: olhou e viu o Nardo».
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Sophia de Mello Breyner Andressen (1965).

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Crianças

Ilustração de Jessie Wilcox Smith, Reading.
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“It has been one long joyous road along which troop delightful children, happy children, sad children, thoughtful children, and above all wondering, imaginative children, who give to their charmingly original thoughts a delicious quaintness of expression. I love to paint them all.”
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Jessie W. Smith.

A natureza

Pintura de Jozef Israëls, Boerenjongen op een slagboom (1911, Rijksmuseum, Amsterdão).
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«Em todos os seus sonhos mais belos, o homem nunca soube inventar nada mais belo do que a natureza».
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Alphonse de Lamartine.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Brincar


Hospital das Bonecas na Praça da Figueira (Lisboa, 2009).
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You are worried about seeing him spend his early years in doing nothing. What! Is it nothing to be happy? Nothing to skip, play, and run around all day long? Never in his life will he be so busy again.
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Jean-Jacques Rousseau, Emile (1762).

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Manuel Maria Bordalo Pinheiro


Pintura de Manuel Maria Bordalo Pinheiro, Retrato de D. Fernando II (1856, Museu dos Coches).
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Manuel Maria Bordalo Pinheiro (1815-1880), diplomado pela Academia de Belas-Artes de Lisboa, foi discípulo de António Manuel da Fonseca. Fez gravuras que publicou em jornais ilustrados, como o Panorama, e dirigiu o primeiro Jornal das Belas Artes. Casado com Augusta Maria do Ó Carvalho Prostes, teve doze filhos, entre eles Rafael Bordalo Pinheiro e Columbano. Em 1849, viajou ao serviço do Duque de Palmela, indo a Madrid, onde copiou obras de grandes pintores espanhóis e nomeadamente Velásquez. Dois anos depois (1851), tomou parte na Exposição Internacional de Londres, regressando por Paris, onde estudou pintores franceses, como Ingres, Delacroix e Meissonier. Nesta segunda viagem, pôde ainda conhecer os mestres holandeses. Desde 1868, que se iniciou num género de miniatura a óleo de influência flamenga, com o qual se notabilizou.
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Cf. Varela ALDEMIRA, Columbano, Lisboa, Livraria Portugal, 1941; Guilherme de AZEVEDO, «Manuel Maria Bordallo Pinheiro», O António Maria, 7/2/1880, p. 46; José-Augusto FRANÇA, A Arte em Portugal no Século XIX, Vol. I, Lisboa, Bertrand Editora, 1990; Diogo de MACEDO, Columbano - «Concerto de Amadores», Lisboa, 1945; Fernando de PAMPLONA, Dicionário de Pintores e Escultores Portugueses, Vol. I, Livraria Civilização Editora, 1987, pp. 221-223.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

A «Anunciação» de Frei Carlos

Pintura de Frei Carlos, Anunciação (1523, Museu Nacional de Arte Antiga).
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A Anunciação que aqui fica publicada foi pintada por Frei Carlos (activo c.1517–c.1535) um pintor luso-flamengo cuja actividade se desenvolveu na Oficina de pintura do Espinheiro, um convento de frades jerónimos, em Évora. Pessoalmente sou admiradora do tema da Anunciação e sempre me fascinou a representação de anjos.
Esta pintura segue um modelo repetido em outras «Anunciações» da Escola Portuguesa do século XVI, como por exemplo de Jorge Afonso e Gregório Lopes. Dentro de um estilo influenciado pela pintura flamenga, figura o tema religioso num espaço quotidiano, onde os objectos comuns adquirem um valor simbólico. As colunas simbolizam Cristo, as flores brancas a virgindade de Maria, a pomba é o Espírito Santo que será encarnado. O anjo vem da esquerda, como é habitual na iconografia do tema - mas não é comum a existência de anjos músicos no exterior. A Virgem está ajoelhada junto da Bíblia aberta, olhando para o anjo à sua esquerda. Um aspecto interessante desta Anunciação é o colorido claro que predomina, o qual, juntamente com a dlicadeza do desenho das figuras, confere a esta pintura um carácter etéreo e transcendente, que acentua o facto de estarmos perante a representação de uma cena milagrosa.
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Margarida Elias.

Os Críticos

Pintura de Marcel Brunery, Finishing Touches.
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«Os nossos inimigos têm quase sempre razão naquilo que nos criticam, mas quase nunca no modo como o fazem».
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Arthur Schnitzler.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Flores

Flores do Jardim das Termas dos Cucos (Fotografia de Margarida Elias, 2009).
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«Earth laughs in flowers».
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sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Maternidade

Desenho de Mary Cassatt, Maternidade (1887, Museu d'Orsay, Paris).
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Before you were conceived I wanted you
Before you were born I loved you
Before you were here an hour I would die for you
This is the miracle of life.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Viagem no tempo

Fotografia feita no Ameal em 1956.
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“Life is a train of moods like a string of beads; and as we pass through them they prove to be many colored lenses, which paint the world their own hue, and each shows us only what lies in its own focus.”
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quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Praia - I


Praia Azul (Fotografia de Margarida Elias, 2009).
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«Estava eu sentado, perto do mar, a ouvir com pouca atenção um amigo meu que falava arrebatadamente de um assunto qualquer, que me era apenas fastidioso. Sem ter consciência disso, pus-me a olhar para uma pequena quantidade de areia que entretanto apanhara com a mão; de súbito vi a beleza requintada de cada um daqueles pequenos grãos; apercebia-me de que cada pequena partícula, em vez de ser desinteressante, era feito de acordo com um padrão geométrico perfeito, com ângulos bem definidos, cada um deles dardejando uma luz intensa; cada um daqueles pequenos cristais tinha o brilho de um arco-íris... Os raios atravessavam-se uns aos outros, constituindo pequenos padrões, duma beleza tal que me deixava sem respiração... Foi então que, subitamente, a minha consciência como que se iluminou por dentro e percebi, duma forma viva, que todo o universo é feito de partículas de material, partículas que por mais desinteressantes ou desprovidas de vida que possam parecer, nunca deixam de estar carregadas daquela beleza intensa e vital. Durante um segundo ou dois, o mundo pareceu-me uma chama de glória. E uma vez extinta essa chama, ficou-me qualquer coisa que nunca mais esqueci que me faz pensar constantemente na beleza que encerra cada um dos mais ínfimos fragmentos de matéria à nossa volta».
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Aldous Huxley.

Praia





Praia de Santa Rita (Fotografia de Margarida Elias, Agosto de 2009).
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Mesmo que não conheças nem o mês nem o lugar
caminha para o mar pelo verão.
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segunda-feira, 7 de setembro de 2009






































Figueira da Foz (fotografias de Margarida Elias, 2009)
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Registos de uns dias na Figueira da Foz - ficando, além do Mondego, do nevoeiro matinal, das bonitas casas, do casino antigo, uma fotografia de um gelado da Emanha (caramelo e chocolate).

domingo, 6 de setembro de 2009

As Termas dos Cucos






Situadas a 2 Kms de Torres Vedras, a caminho de Runa, a história das Termas dos Cucos remonta a 1746. Nesse ano começou a utilização das águas e lamas dos Cucos. Contudo, só em 1866, foi nomeada uma Comissão que procedeu a estudos preliminares sobre as Águas Minerais do Reino e onde figuravam as nascentes dos Cucos. Duas décadas depois chega a Torres Vedras o primeiro comboio da linha do Oeste e é projectada a construção do complexo termal.

As suas águas eram apropriadas para reumatismos crónicos, artroses, espondilartroses, artrites reumatóides, espondilartrites anquilosantes, reumatismos extra-articulares, nevralgias reumáticas, gota, sequelas de traumatismos. Os meios de cura incluíam ingestão de águas; banhos de imersão e duches, bem como aplicações locais e gerais de lamas termais.

Memória de uma época em que o Termalismo se afirmava um pouco por toda a Europa, desvendam-nos as Termas do Cucos o romântico cenário de finais do Século XIX. Embora presentemente encerradas, visitá-las é viajar no tempo, de regresso a 1893, ano de que data o conjunto arquitectónico constituído por Balneário, «Buvette», Hotel, «Challets» e Casino.

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Cf. Site da Câmara Municipal de Torres Vedras.

sábado, 5 de setembro de 2009

O Convento do Varatojo








Convento do Varatojo (Fotografia de Margarida Elias, Agosto de 2009).
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«No cumprimento de um voto feito a Santo António para que auxiliasse o monarca nas conquistas marroquinas, D. Afonso V, o Africano, mandou levantar o convento de Santo António de Varatojo».
(...)
«Passados apenas quatro anos, o Convento era inaugurado a 4 de Outubro de 1474, dia de S. Francisco de Assis, entregando Diogo Gonçalves Lobo, uma vez que o rei se encontrava ausente, a nova Casa ao Provincial franciscano Frei João da Póvoa, confessor e testamenteiro de D. João II, e insigne letrado do segundo quartel do século XV».
(...)
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sexta-feira, 4 de setembro de 2009

É brando o dia, brando o vento


Céu com nuvens (Fotografia de Margarida Elias, 2009).
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É brando o dia, brando o vento
É brando o sol e brando o céu.
Assim fosse meu pensamento !
Assim fosse eu, assim fosse eu !

Mas entre mim e as brandas glórias
Deste céu limpo e este ar sem mim
Intervêm sonhos e memórias...
Ser eu assim ser eu assim !

Ah, o mundo é quanto nós trazemos.
Existe tudo porque existo.
Há porque vemos.
E tudo é isto, tudo é isto !
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Castro do Zambujal


Castro do Zambujal (Fotografia de Margarida Elias, 2009).
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«Descoberto nos anos 30, pelo arqueólogo Leonel Trindade, o Castro de Zambujal, no Concelho de Torres Vedras, é um dos principais povoados fortificados da Península Ibérica e um dos maiores do calcolítico, na Europa Ocidental, que terá sido habitado entre o primeiro e terceiro milénio a.C. O povoado está implantado num planalto, sobre a Ribeira de Pedrulhos, um afluente do rio Sizandro, numa zona que era navegável e facilitava o comércio, que parece estar ligado às indústrias de transformação do sílex, fundição de cobre, tecelagem e produção de cerâmica. As informações disponíveis permitem ainda pensar que estes povos criavam, gado ovino e caprino, que não tendo uma grande importância na sua alimentação, seriam mais relevantes na produção de leite e na obtenção de lã. Mas a pesca e recolha de moluscos, já parecem ter um lugar importante na alimentação destes povos. Ao longo dos últimos anos, têm sido realizadas diversas campanhas de escavação, lideradas pelo Instituto Arqueológico Alemão, com equipas formadas por portugueses, belgas, holandeses, espanhóis e alemães».
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quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Altar da Santíssima Trindade

Altar da Santíssima Trindade (Fotografia de Margarida Elias, 2009).
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A Igreja de S. Pedro é uma das mais antigas «das quatro matrizes da cidade (...). Sabe-se que já existia no reinado de D. Afonso Henriques, mas foi totalmente reconstruída no início do século XVI, sofrendo nova reconstrução após o terramoto de 1755».
«Junto ao arco cruzeiro, estão dois altares colaterais. (...) O do lado da Epístola (direita) é dedicado à Santíssima Trindade, e apresenta a imagem de S. Tiago. Esta capela foi instituída pela família Perestrelo (...)», sendo João Lopes Perestrelo, aqui sepultado, um famoso navegador, companheiro de Vasco da Gama na viagem à Índia.
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Torres Vedras - Câmara Municipal.