domingo, 18 de julho de 2010

O feno

Pintura de George Hillyard Swinstead, Haymakers.
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Lembranças da minha infância

Está a chegar o fim de Julho
Embora o tempo seja ameno
É altura de ceifar o feno
E o centeio para debulho

O camponês pega na gadanha,
Ceifa o feno com desembaraço
Enquanto outro, no seu encalço,
Junta a braçada que amanha

E o feno assim exposto ao ar
Bem estendido e acamado
Fica mais uns dias no prado
Para amarelecer e secar

Revolve-se uns dias depois
Para voltar a ser espalhado
Quando já seco é enfeixado
E levado no carro de bois

Trazem-se os “nagalhos” do lar
Feitos de palha de centeio
Põe-se o feno no entremeio
E é só torcer e apertar

Os carros trazem os varais
Para segurar bem a carrada
Que depois de bem apertada
Ainda consegue levar mais

E a pujança do camponês
Alçando mais feno nas forquilhas
Carrega ainda algumas pilhas
E aperta as cordas de vez

Depois é um ver se te avias
Corro para trepar a carrada
E lá no cimo bem aninhada
Gravo na memória belos dias!...
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3 comentários:

ana disse...

Não conhecia esta pintura.
O poema é muito bonito liga muito bem com o quadro.
Bom domingo. :)

Sara disse...

Da minha também! A eira dourada pelo feno, as medas a crescer em altura, o cheiro tão particular...
Obrigada por mais esta "viagem" :)

Margarida Elias disse...

Eu que vivi muito tempo em Lisboa, só agora me tenho apercebido do costume da apanha do feno. Adoro ver os campos dourados pelo sol, e o feno arrumado em vários tipos de montes.