segunda-feira, 21 de março de 2011

Dia Mundial da Poesia

John Brett, Mount's Bay (1872).
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 Coral VII
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Em si o verso mudo se corrompe.
Nada é amanhã
que hoje não desperta.
Viva a imensidão se decompõe.
Lutando como o vento num deserto
- miragem, água, palmeiral disperso -
esvoaça, derruba, desfaz-se sobre o mar.
Em si o verso mudo se transforma.
Verso mudo que foi
é verso vivo,
flor de manhã, sol de meio-dia,
comunhão,
Vaga lacustre, calma e silenciosa,
manhã de primavera
possuída de verão.
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João Mattos e Silva (1972).

3 comentários:

Sara disse...

Bela forma de aliar, no mesmo poema, a homenagem à poesia e à Primavera. Escolha atenta, Margarida.

ana disse...

Margarida,
O poema é lindo. A pintura é linda e a Primavera chegou!
Bjs! :)

Margarida Elias disse...

Sara: Obrigada! Foi também vontade de homenagear o poeta (que é meu tio).

Ana: É verdade! É uma época muito bonita. Bj!:)