terça-feira, 19 de julho de 2011

Sanatórios

Em 1899 foi fundada a Assistência Nacional aos Tuberculosos (ANT), por iniciativa da rainha D. Amélia e, pela mesma altura, foi criada a Liga Nacional contra a Tuberculose, pela Sociedade de Ciências Médicas de Lisboa. O número de doentes, porém, não parava de aumentar, sendo os meios insuficientes para o tratamento da doença. Em 1927, o Estado chamou a si as competências da ANT e reformulou-a. Em 1931, foi nomeado para a Direcção da ANT o médico Fausto Lopo de Carvalho (1890-1970).
A primeira instalação sanatorial portuguesa foi criada em 1853, no Funchal. Mais tarde eram fundados outros sanatórios: no Outão (1900), Carcavelos (1902), Guarda (Raul Lino, 1907); Portalegre (Raul Lino, 1909); Lumiar (Rosendo Carvalheira, 1912), etc. Alguns dos sanatórios foram criados por particulares e empresas, como é o caso do Sanatório da Covilhã (Penas da Saúde, 1944), da CP, projectado por Cottinelli Telmo (1897-1948). 
Os sanatórios obedeciam a uma tipologia, que os enquadrava em dois nodelos: de montanha ou marítimos, devendo ficar afastados dos centros urbanos, para garantir a pureza do ar e evitar contágios. Algumas construções aproveitavam estruturas pré-existentes, como o Sanatório Marítimo de Outão, que foi estabelecido no Forte de Santiago (imagem em baixo). Outros foram projectados de raiz, como o da Covilhã.

Muitos sanatórios foram construídos, ampliados e equipados nos anos 40 e 50, mas pouco tempo depois tornaram-se obsoletos com o avanço da medicina, sobretudo depois da descoberta da B.C.G. e de outros tratamentos mais eficazes. Com o passar dos anos, alguns foram transformados em estâncias turísticas, outros foram convertidos em hospitais, outros, por fim, ficaram em ruínas - como o da Covilhã (imagem em baixo) e de Valongo.

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Bibliografia: João Paulo Martins, «O Sanatório da Covilhã», in Monumentos, n.º29, Julho de 2009, pp. 134-147.
Ver também o post «Uma realidade esquecida» de 24/3/2008 no blogue Centelha e «O Sanatório de Valongo» de 7/1/2011 no blogue Ruin'Arte.

5 comentários:

www.amsk.org.br disse...

Margarida, Muito interessante. Gostei de saber.
bjs

Margarida Elias disse...

Obrigada! Bj!

ana disse...

Margarida,
Muito interessante este post!
Adoro sanatórios, nunca estive em nenhum mas são sempre em sítios belos.
Thomas Mann escreveu a Montanha Mágica onde o sanatório tem uma importância fundamental, a mulher foi internada num na Suíça, um livro belo.

Será que pode um dia falar-nos do conceito de beleza do Raul Lino?
Gosto muito da arquitectura dele.

Bjs. :))

Margarida Elias disse...

Vou procurar a frase... Bj!

Presépio no Canal disse...

Muito interessante este post! Obrigada, Margarida!