quinta-feira, 22 de novembro de 2012

A Casa III

Henry Salem Hubbell, By the Fireside (in American Gallery)
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Escreveu Ruskin: «Há na residência de um homem de bem um carácter sagrado (...)». E acrescentava: «Trata-se de um destes deveres morais que não podem ser negligenciados sem impunidade (...) e que exigem que as nossas casas sejam construídas com cuidado, paciência, amor e diligência, no sentido de uma duração (...). Quando as casas forem assim construídas, nós teremos a verdadeira arquitectura doméstica, que está na origem de todas as outras, que não hesita em tratar com respeito e atenção a pequena habitação da mesma maneira que a grande, e que confere dignidade de uma condição humana plenamente satisfeita às mais humildes residências terrestres (...)».
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John Ruskin, «A Lâmpada da Memória», in The Seven Lamps of Architecture, Londres, J. M. Dent and Sons, 1849, citado por Françoise Choay, As Questões do Património, Antologia para um Combate, (1.ª ed. Éditions du seuil, 2009), Lisboa, Edições 70, 2011, pp. 159-160.

2 comentários:

Presépio no Canal disse...

Conheci casas pequenas e modestas que eram um exemplo de aprumo e aconchego: rendas, bordados, cheirinho a bolo acabado de fazer,licores caseiros dispostos na sala, etc. Tudo muito mimoso, onde só apetece ficar. Acabaram por me influenciar muito. É tão bom ver flores frescas na mesa, a manta do gato no sofá, rebuçados no pote, uns livros aqui, umas fotos acolá, um café de cevada a fumegar, saber que há sopinha no frigorífico e bolachas de manteiga na despensa. Tão bom!!! Bjs!

Margarida Elias disse...

Tens toda a razão. Bjs!