segunda-feira, 30 de junho de 2014

Arte, imaginação e geografia

Peder Severin Kroyer, Landscape from Stenbjerg with moon (1889, Skagens Museum)
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António Carneiro, Contemplação (1911, Museu do Chiado – Museu Nacional de Arte Contemporânea)
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Louis Moland escreveu, a propósito de Hans Christian Andersen: «l'imagination du conteur danois, à dire vrai, est parfois vertigineuse. Une remarque que l'on a faite déjà et que nous pouvons répéter à son occasion, c'est que, par l'éclat et la hardieuse de l'invention poétique, les peuples du Nord rivalisent avec les peuples de l'Orient. Il n'y a pour lutter de merveilles avec le brûlant soleil de l'Inde, de la Perse et de l'Arabie, que la neige et la brume de l'Irlande, de la Norwége, de la Suède et du Danemark.» (in Andersen, Contes Danois, Librairie Garnier Frères, Paris).
Por outro lado, Denis Huisman escreveu também: «A influência do meio geográfico é igualmente muito nítida na obra de arte (...). Provou-se que a obra de arte era apenas o reflexo do meio geográfico, tal como a arquitectura, onde se vêem os traços mais marcados do meio botânico, geológico e morfológico.» (Denis Huisman, A Estética, Edições 70, 1997, p. 106)
E, por fim, José de Figueiredo, a propósito da presença de Columbano na Exposição de 1900, disse: «Pois embora isto pareça um paradoxo, a verdade é que, com esta nossa paisagem luxuriante e este nosso sol claro, nós somos entretanto, como os russos, um povo de bruma. Sómente, emquanto a do paiz moscovita é real (…) a nossa é mais symbolica que natural. – (…) bruma mais feita de distancia d’um sonho longínquo do que dos próprios effeitos climatéricos» (José de Figueiredo, Portugal na Exposição de Paris, Lisboa, Sociedade Editora - Empresa da História de Portugal, 1901, pp. 126-127.)
O texto de José de Figueiredo é o que melhor corresponde à minha opinião. Penso que a arte e o imaginário são mais inspirados pela história e pela cultura, do que pela geografia. Porém, alguma verdade existe na hipótese de o clima, o relevo, a fauna e a vegetação, terem influência sobre a criação artística e sobre a imaginação em geral.

sexta-feira, 27 de junho de 2014

Casa da Cerca, Flores e William Morris

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«Beauty, which is what is meant by art, using the word in its widest sense, is, I contend, no mere accident to human life, which people can take or leave as they choose, but a positive necessity of life».
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«No pattern should be without some sort of meaning.»
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 William Morris, Strawberry Thief (1883)
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 William Morris, Marigold (1875)

 William Morris, Acanthus (1875)

  William Morris, Willow Bough (1862)

William Morris, Daisy (1864)

quinta-feira, 26 de junho de 2014

Identidade

Vista do miradouro da Casa da Cerca (Almada)
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«Nuestro sentido de identidad y de pertenencia se construye a partir de nuestros recuerdos».
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Isabel Campi, Diseño y Nostalgia, El Consumo de la Historia, Barcelona, Ediciones de Belloch, 2007, p. 65.

quarta-feira, 25 de junho de 2014

Contos de fadas e resiliência

Andersen, Contes Danois, Librairie Garnier Frères (1873).
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Descobri, num blogue de que gosto muito (Myth & Moor), esta bela frase: «Deeper meaning resides in the fairy tales told to me in my childhood than in the truth that is taught by life.» (Friedrich Schiller). Entretanto, estou agora a ler uma edição antiga dos contos de Hans Christian Andersen*. Na introdução surge uma transcrição do início da autobiografia desse escritor, a qual me impressionou sobretudo pelo facto de ser uma extraordinária história de resiliência. Andersen escreveu: «Every man's life is a fairy tale, written by God's fingers.» e «The whole world is a series of miracles, but we're so used to them we call them ordinary things.»
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Taça de chá colada pelo método Kintsugi.
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É interessante notar que as frases de Schiller e de Andersen podem ser vistas como contraditórias, mas eu penso que não. Parece-me que um dos sentidos dos contos de fadas é a maneira como eles nos inspiram a ter resiliência. Dentro do mesmo espírito, no mesmo blogue que já mencionei, há um belíssimo post (link) que refere um tema relacionado, a propósito da arte Kintsugi: «When the Japanese mend broken objects, they aggrandize the damage by filling the cracks with gold. They believe that when something's suffered damaged and has a history it becomes more beautiful.» (Billie Mobayad). Como a autora desse blogue (Terri Windling) diz: «It seems to me that this is precisely what so many traditional fairy tales are all about: the transformation of a wounded soul into a hero, the transfiguration of great calamity (a spell, a curse, the loss of home or fortune) into a new life of potential and promise».
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*Esta edição está disponível na Gallica (Bibliothèque National de France).

sábado, 21 de junho de 2014

Verão

Abel Grimmer, Summer
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Verão (séc. XVIII, Museu Nacional de Soares dos Reis)
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Carl Larsson, Summer
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Heinrich Vogeler, Sommerabend (1905)
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Hein Semke, Verão (séc. XX, Museu José Malhoa)

sexta-feira, 20 de junho de 2014

Significado

Andrew Rogers, Listen (2010)
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«(…) this bringing of the object into meaning is what constitutes it as a cultural artifact. Meaning is thus intrinsic to our definition of culture. Meanings help us to interpret the world, to classify it in meaningful ways, to “make sense” of things and events, including those which we have never seen or experienced in real life but which occur in films and novels, dreams and fantasies, as well as objects in the real world. (…) Meanings bridge the gap between the material world and the “world” in which language, thinking and communication take place – the “symbolic” world. They dissolve any fixed distinction between the so-called “real world” and, for example, the world of the imagination with its “small objects of desire” (…). We are perfectly capable of understanding such dreams, of interpreting their meaning, even if they only exist in the imagination.»
«It does not follow, of course, that all meanings are equally valid. (…) It is easier to speak of those meanings which are widely shared and agreed upon within a culture, which carry a high degree of consensus at a particular time, compared with those which are held by only a few people. But even this is not a hard-and-fast distinction. Since our frameworks of meaning are constantly shifting (…). And many readings, though perfectly plausible, may not be correct (…).»
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DU GAY, P., HALL, S., JAMES, L., MACCKAY, H., NEGUS, K. (1997), Doing Cultural Studies: The Story of the Sony Walkman, Sage Publications - OpenUniversity, p. 10.

quinta-feira, 19 de junho de 2014

Mansões Filosofais

Moradia nº 28 da rua de Alcolena (link)
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«Fucanelli sempre entendeu, com a expressão mansões filosofais, qualquer suporte simbólico da hermética Verdade, fossem quais fossem as suas natureza e importância. A saber, por exemplo, a minúscula bugiganga guardada numa vitrina, a peça de iconografia numa simples folha ou num quadro, o monumento arquitectónico, quer seja pormenor, vestígio, domicílio, castelo ou então igreja, na sua integridade.» 
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Eugène Conseliet citado in Cátia Mourão, A Mansão Filosofal da Rua de Alcolena, Um Conceito de Obra Total, Chiado Editora, 2013, p. 13.
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Painel de azulejos com decoração geométrica (1953, Moradia nº 28 da rua de Alcolena - link)

quarta-feira, 18 de junho de 2014

Columbano e História da Dança – Painéis para a sala de baile do Palacete do Conde de Valenças

Painéis para a sala de baile do Palácio Valenças: «A Dança ao longo da História» (1891 - link)
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Tecto da sala de baile do Conde de Valenças (1891, Hotel da Lapa, Lisboa)
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A obra de Columbano que vai agora a leilão corresponde a um conjunto de cinco telas, de grande formato, dedicadas à "A Dança ao longo da História". Terminadas em 1891, estas pinturas inserem-se na carreira de Columbano no âmbito das artes decorativas, que terá iniciado em 1878-1880, com um trabalho feito em colaboração com Pereira Júnior para Câmara Municipal de Lisboa. 
Os painéis da História da Dança foram executados por encomenda para o Palacete do conde de Valenças, Luís Leite Pereira Jardim (1844-1910). A decoração era composta por oito pinturas, nomeadamente um tecto e sete painéis pintados sobre tela, com cerca de três metros de altura. No início de 1891, estando os trabalhos concluídos, o artista decidiu abrir, para alguns críticos e amigos, uma exposição no seu ateliê do Pátio do Martel, onde apresentou os sete painéis, que posteriormente seriam aplicados às molduras de estuque do salão de baile a que se destinavam. 
Nessa altura, Columbano foi alvo de uma significativa crítica de Fialho de Almeida (1857-1911), que se mostrou hesitante na apreciação destas obras. Para ele o terceiro pano, relativo à época de Luís XV, era «o trecho amorosamente estudado (…): detalhes, desenho, tons, tudo é magnífico». No quinto pano, que evocava um par dançante por alturas de Henrique III, Fialho dizia que o homem era Lopes de Mendonça, «vestido de negro». O escritor também apreciou o painel onde estava «pintada uma quadrilha, de que o espectador apercebe oito ou nove figuras», entre as quais se via uma «mulher magnífica, de branco, lembrando um pouco um retrato de D. Maria II, por Lawrence». 
As apreciações de Fialho de Almeida evidenciavam não só os defeitos como as qualidades de Columbano na pintura decorativa. Dizia, com alguma razão, que Columbano era um realista, cujos recursos vinham «da observação directa». As «figuras daqueles sete panos, à parte uma ou outra mais hierarquicamente posta, são antes exibições de tipos contemporâneos, sinceramente estudados dentro de vestidos de outras épocas, do que tentativas de restauração da fisionomia antiga». 
O tecto não foi visto nessa altura por Fialho porque foi pintado in situ, e ainda hoje pode ser apreciado no espaço para que estava inicialmente destinado (actualmente é o Hotel da Lapa). Columbano construiu uma composição em trompe l’oeil, onde, em torno de uma arquitectura que se abre para o céu, se dispõem diversas figuras que tocam música, dialogam entre si ou espreitam para baixo. Algumas estão bem definidas, outras estão submersas na nebulosidade que as cerca e as remete para um espaço irreal. As personagens encontram-se trajadas à moda do século XVIII, destacando-se uma mulher, sentada sobre a varanda, que toca um bandolim.
Ao longo do tempo, as pinturas realizadas por Columbano para o Palácio Valenças suscitaram variadas apreciações por parte dos historiadores. Alguns, como Varela Aldemira, apreciaram esta «primorosa decoração», pintada com «pomposo requinte». Também Diogo de Macedo veria um «harmonioso efeito decorativo», nomeadamente no uso de cores doces e luminosas. Pelo contrário, o historiador Adriano de Gusmão escreveu que «o realismo (…) atraiçoava Columbano quando, nas grandes decorações, se afastava do motivo contemporâneo». Opinião semelhante foi a de José-Augusto França ao afirmar que as críticas de Fialho de Almeida iriam permanecer justas para todo o seu labor do género decorativo. Mais positiva tem sido a análise feita pela recente historiografia de arte, sobretudo depois da exposição do Museu do Chiado de 2010 e do artigo de Foteini Vlachou publicado no catálogo dessa mesma exposição. 
Como foi notado, este tipo de pintura decorativa e historicista integra-se no gosto neo-barroco e neo-rocaille de influência francesa que marcou o final do século XIX. É certo que Columbano era mais realista do que o que era desejado no mundo da pintura decorativa e académica. Contudo, independentemente dessa questão, muitas das suas obras decorativas são de grande beleza e apresentam sempre um inegável domínio do ponto de vista da técnica e do colorido.
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Bibl.: Fialho de ALMEIDA, 20/1/1891, in Fialho de ALMEIDA, 1992, Os Gatos, Lisboa, Clássica Editora, 1992, vol. IV, pp. 39-47; «Columbanos por cem mil contos», Visão, 21/6/2001; Margarida ELIAS, Columbano no seu Tempo (1857-1929), FCSH-UNL, 2011 (Tese de Doutoramento); Foteini VLACHOU, 2010, «Columbano e a pintura decorativa», in Maria de Aires SILVEIRA (coord.), 2010, Columbano, MNAC/Leya.

terça-feira, 17 de junho de 2014

Dimensões

Morris Graves, Waking, Walking, Singing, in the Next Dimension? (1979, Schmidt Bingham Gallery)
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«Eh? What's that? Yes, of course you'll get back to Narnia again some day. Once a King in Narnia, always a King in Narnia. But don't go trying to use the same route twice. Indeed, don't try to get there at all. It'll happen when you're not looking for it. And don't talk too much about it even among yourselves. And don't mention it to anyone else unless you find that they've had adventures of the same sort themselves. What's that? How will you know? Oh, you'll know all right. Odd things they say — even their looks — will let the secret out. Keep your eyes open. (...)»
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C. S. Lewis, The Lion, the Witch and the Wardrobe (1950).
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«Around eleven o’clock on Monday morning, I phone Dell Computers to query an invoice, but the accounts department is engaged, so I get put through instead to the development section of the first movement of the New World Symphony. The music I intrude on is intense and self-absorbed. I am like a child in a children’s book who has stumbled through a gap in reality and fallen headlong into another world. (…)»
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Nicolas Spice, The London Review of Books, in P. du Gay, S. Hall, L. Janes, H. Mackay, e K. Negus (1997), Doing Cultural Studies: The Story of the Sony Walkman, Sage Publications - Open University, pp. 19-20.

domingo, 15 de junho de 2014

«On a mote of dust suspended in a sunbeam»

(link da imagem)
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«That's home.
That's us.
On it, everyone you love, everyone you know, everyone you ever heard of, every human being who ever was, lived out their lives.
The aggregate of our joy and suffering, thousands of confident religions, ideologies, and economic doctrines, every hunter and forager, every hero and coward, every creator and destroyer of civilization, every king and peasant, every young couple in love, every mother and father, hopeful child, inventor and explorer, every teacher of morals, every corrupt politician, every superstar, every supreme leader, every saint and sinner in the history of our species, lived there on a mote of dust suspended in a sunbeam.
The Earth is a very small stage in a vast, cosmic arena».
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sábado, 14 de junho de 2014

Estrelas

Cecília de Sousa, Projecto para decoração de parede (1964, Museu Nacional do Azulejo)
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When I Heard the Learn’d Astronomer

When I heard the learn’d astronomer,
When the proofs, the figures, were ranged in columns before me,
When I was shown the charts and diagrams, to add, divide, and measure them,
When I sitting heard the astronomer where he lectured with much applause in the lecture-room,
How soon unaccountable I became tired and sick,
Till rising and gliding out I wander’d off by myself,
In the mystical moist night-air, and from time to time,
Look’d up in perfect silence at the stars.
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sexta-feira, 13 de junho de 2014

Santo António

António de Holanda (atribuído), Livro de Horas, Santo António (1517-1551, Museu Nacional de Arte Antiga)
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Santo António (1500-1550, Museu Francisco Tavares Proença Júnior)
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Garcia Fernandes, Santo António Pregando aos peixes (1525-1550, Museu Nacional de Arte Antiga)
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Santo António de Lisboa (1550-1575, Museu da Guarda)
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Santo António com o Menino Jesus (séc. XVII, Museu dos Biscainhos)

quinta-feira, 12 de junho de 2014

As alcachofras

Floris Gerritsz. van Schooten, Kitchen Still-Life (detalhe)
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No Prosimtron, já apareceu um post sobre o tema. Eu também já andava a pensá-lo para hoje, porque é véspera de Santo António. De facto, na Infopédia surge este texto que se refere ao São João, mas creio que a tradição também é do Santo António, em Lisboa:
«Diz a tradição que a água das orvalhadas da madrugada de São João tem poderes excecionais de purificação, regeneração e proteção, garantindo amores felizes e casamento próximo, para além de proporcionar vigor aos idosos e beleza aos jovens. Este simbolismo universal das águas também se observa nos poderes místicos de certas plantas, como o alho-porro, o manjerico, a alcachofra, o cardo ou a cidreira. A alcachofra tem o poder de adivinhar a realização do casamento, devendo por isso ser queimada ou chamuscada na véspera do dia 24, à meia-noite, na fogueira de São João - "Em louvor de São João, para ver se fulano me quer bem ou não" - e deixada ao relento, enterrada num vaso. O casamento está garantido se a planta reflorir no dia seguinte».
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Floris Gerritsz. van Schooten, Kitchen Still-Life
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Still life with strawberries (séc. XVII, Metropolitan Museum of Art, Nova Iorque)
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Still Life with Artichokes and a Parrot (séc. XVII, National Gallery of Art, Washington)
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Fábrica de Faianças das Caldas da Rainha, Centro de Mesa (1908-1916, Museu da Cerâmica, Caldas da Rainha)
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«La mythologie raconte que Jupiter tomba amoureux fou de Cynara, une très belle fille aux cheveux blond cendrés, qui le repoussa; pour la châtier, il décida de la transformer en Cynara Scolymus: à savoir l'artichaut».
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quarta-feira, 11 de junho de 2014

Coisas

Natureza-Morta Vanitas (séc. XVIII, Paço dos Duques)
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O tema da posse de objectos, e do sentimento de culpa que por vezes ele gera - sobretudo em tempos de crise económica - tem andado na minha mente, nomeadamente por causa de algumas leituras que tenho feito.
Entre essas leituras, destaco um artigo de Bjornar Olsen («Material Culture after Text: Re-Remembering Things», Norwegian Archeological Review, vol. 36, n.º 2, 2003), que advoga mesmo que: «Things, objects, landscapes, possess “real” qualities that affect and shape both our perception of them and our cohabitation with them» (p. 88). Noutro momento, o mesmo autor lembra: «We all know that we can feel affection for an artifact, fall in love with a jacket, a new Porsche 911 or a teddy bear – we mourn when they fall to pieces – when they die (…).» (pp. 94-95)
Na verdade, julgo que é mais fácil assumir moralmente um sentimento de afecto por "coisas" quando se tratam de artefactos culturais - que (no fundo) são "desculpabilizados" pelo seu valor intelectual, histórico, estético ou espiritual. Mas, e todos os outros objectos, coisas, lugares?
Olsen (neste ponto, seguindo Heidegger), afirma que não somos observadores separados dos objectos, mas pessoas se preocupam com as coisas que usam: «These things are so close to us, our being-in-the-world is so enmeshed in networks of things, that we do not see them unless they call attention to themselves by breaking down, are in the wrong places or are missing» (p. 96). O mesmo autor cita Emile Durkheim, quando este afirma: «...it is not true that society is made up only of individuals; it also includes material things, which play an essential role in common life.» (p. 97). No fim do artigo, Olsen conclui: «I want us to pay more attention to the other half of this story: how objects construct the subject.» (p. 100)
Embora eu seja uma pessoa que tende a preferir o ponto de vista tradicional (humano) não posso deixar de sentir que Olsen está correcto, na medida em que a separação entre os objectos (aqui incluindo a natureza) e as pessoas não é tão linear como pode parecer à primeira vista. De facto, concordo com Olsen quando este, ancorando-se na network theory de John Law, afirma:
«Reality is not to be found in essences, but in imbroglios and mixtures, the seamless and rhizome-like fabrics of culture and nature that link humans and non-humans in intimate relationships. It is a democratic and inclusive regime, everything can become actors (or actants) by being included into a network and assigned properties to act.» (p. 98)

terça-feira, 10 de junho de 2014

Outros tempos...

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Ouro, aljôfar, pedraria,
Gomas e especiarias,
Toda outra drogaria,
Se recolhe em Portugal.
Onças, leões, alifantes,
Monstros e aves falantes,
Porcelanas, diamantes,
É já tudo mui geral...
Os vindouros têm já certo
O tesouro terreal.
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domingo, 8 de junho de 2014

Passado

Cabeça - Arte Cicládica (c. 2600-2500 a.C.)
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«El pasado está en todas partes. A nuestro alredor encontramos formas que al igual que nosotros y nuestros pensamientos, tienen antecedentes más o menos reconocibles (...) De igual si lo celebramos o lo rechazamos, si le prestamos atención o lo ignoramos: el pasado se encuentra omnipresente».
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David Lowenthal (1985), citado por Isabel Campi, Diseño y Nostalgia, El Consumo de la Historia, Barcelona, Ediciones de Belloch, 2007, p. 62.

sábado, 7 de junho de 2014

Arte

Domenico Baccarini, Il Giorno e la Notte (1903)
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«Qu’est-ce que l’art pur suivant la conception moderne? C’est créer une magie suggestive contenant à la fois l’objet et le sujet, le monde extérieur à l’artiste et l’artiste lui-même.»
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Baudelaire, L’Art Philosophique

sexta-feira, 6 de junho de 2014

Cookies

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«No. I went to Harvard Law. 
(…) I was… I was barely accepted. I mean, barely. The only reason they let me come was because of my essay. How I was going to make the world a better place with my degree. (…) And I’d have to participate in these study sessions, classmates and I, all night long. (…) 
And so I would bake – cookies usually – so no one would go hungry while we worked. I’d bake all afternoon in the kitchen in the dorm before a big study session and write down what I was doing in one of those black Mead Journals they sell by the gross in the Campus Bookstore. And I’d bring my little treats to the study groups… and people loved them. Oatmeal Cookies. Peanut Butter Bars. Chocolate Chip and Macadamia Nut Wedges. And everyone would eat and stay happy and study harder and do better on the tests and more people would come to the study groups and the study groups got better and I would make more snacks and try to find better recipes and the results would always get better and better and soon it was Cheese and Apricot Croissants and Mocha Bars with Almond Glaze and Lemon Chiffon Cakes with zesty Peach icing and our study groups were famous around all of Cambridge: not because we had the most copious notes, or the smartest people, but because we had the best snacks… 
(…) 
And at the end of the spring term… I had 27 partners, eight black Mead journals filled with recipes… and a D average. 
(…) So I dropped out. (…) I just figured, if I was gonna make the world a better place… I’d do it with cookies».

quinta-feira, 5 de junho de 2014

No Dia Mundial do Ambiente

Andrew Rogers, Shield (2010)
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«What we are doing to the forests of the world is but a mirror reflection of what we are doing to ourselves and to one another.»
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Frank & Steinway (Link)

quarta-feira, 4 de junho de 2014

Tempo III

Man Ray, Clock Wheels (1925)
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«"If you knew Time as well as I do," said the Hatter, "you wouldn't talk about wasting it. It's him."
"I don't know what you mean," said Alice.
"Of course you don't!" the Hatter said, tossing his head contemptuously. "I dare say you never even spoke to Time!"
"Perhaps not," Alice cautiously replied: "but I know I have to beat time when I learn music."
"Ah! that accounts for it," said the Hatter. "He won't stand beating. Now, if you only kept on good terms with him, he'd do almost anything you liked with the clock. For instance, suppose it were nine o'clock in the morning, just time to begin lessons: you'd only have to whisper a hint to Time, and round goes the clock in a twinkling! Half-past one, time for dinner!"
("I only wish it was," the March Hare said to itself in a whisper.)
"That would be grand, certainly," said Alice thoughtfully: "but then—I shouldn't be hungry for it, you know."
"Not at first, perhaps," said the Hatter: "but you could keep it to half-past one as long as you liked."
"Is that the way you manage?" Alice asked.
The Hatter shook his head mournfully. "Not I!" he replied. "We quarrelled last March - just before he went mad, you know -" (pointing with his teaspoon at the March Hare,)" - it was at the great concert given by the Queen of Hearts, and I had to sing (...).
"Well, I'd hardly finished the first verse," said the Hatter, "when the Queen bawled out, 'He's murdering the time! Off with his head!'"
"How dreadfully savage!" exclaimed Alice. 
"And ever since that," the Hatter went on in a mournful tone, "he won't do a thing I ask! It's always six o'clock now."»
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Lewis Carroll, Alice's Adventures in Wonderland (1866).

terça-feira, 3 de junho de 2014

Junho

Irmãos Limbourg, Les très riches heures du Duc de Berry: Juin (1412-1416, Musée Condé, Chantilly)
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António de Holanda (atribuído), Livro de Horas: Calendário (mês de Junho) (1517-1551, Museu Nacional de Arte Antiga)
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Jacob van Huysum, Twelve months of flowers: June (Fitzwilliam Museum)
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Charles-Francois DaubignyFields in the Month of June (Herbert F. Johnson Museum of Art)
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Joseph DeCampJune Sunlight (1902)