terça-feira, 29 de julho de 2014

Vida, Sintra, Regaleira, flores e etc.

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«Life, with its rules, its obligations, and its freedoms, is like a sonnet: You’re given the form, but you have to write the sonnet yourself.»
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Madeleine L’Engle, A Wrinkle in Time (via Yay Kid Lit)
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segunda-feira, 28 de julho de 2014

(re)ler

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«We do not enjoy a story fully at the first reading. Not till the curiosity, the sheer narrative lust, has been given its sop and laid asleep, are we are leisure to savour the real beauties. Till then, it is like wasting great wine on a ravenous natural thirst which merely wants cold wetness. The children understand this well when they ask for the same story over and over again, and in the same words.»
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sexta-feira, 25 de julho de 2014

Cadeiras Thonet

Michael Thonet (1796-1871) foi um construtor de mobiliário alemão, que desenvolveu o processo de fabricar móveis de madeira curvada. A sua cadeira n.º 14, criada em 1859, tornou-se numa das cadeiras mais comercializadas de sempre e ainda hoje se vende (link, link e link)
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(link)
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Nikolay Bogdanov-Belsky, School Friends
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Sándor Galimberti, Interior with Thonet-chair (c. 1908)
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Cadeira de baloiço (móvel de criança) (séc. XIX, Palácio Nacional da Ajuda)
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Arnold Newman, Pablo Picasso no atelier em Cannes (1956, Getty Images)
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Mário Novais, Sala de Estar da Pousada de São Pedro (Castelo de Bode) (1965-1975, Biblioteca de Arte da Fundação Calouste Gulbenkian)
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Outro dia, a rever o filme da Sininho e o Tesouro Perdido (2009), notei que na casa dela existe também uma cadeira Thonet n.º 14:


quinta-feira, 24 de julho de 2014

Coisas: móveis

Michele Maule, Two Chairs (link)
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«(…) Goods assembled together in ownership make physical, visible statements about the hierarchy of values to which their chooser subscribes. Goods can be cherished or judged inappropriate, discarded, and replaced. (…)»
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Mary Douglas, Baron Isherwood, The World of Goods, Towards an Anthropology of Consumption, London, New York, Routledge, 1996 (1.ª ed. 1979), p. IX.

quarta-feira, 23 de julho de 2014

Da (in)visibilidade das coisas

Nate Fakes (link)
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«(…) things do not call attention to themselves – they are so integrated in our lives, being at the same time the "most obvious and the best hidden".»
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Bjornar Olsen (citando Lefevbre, 1987), «Material Culture after Text: Re-Remembering Things», Norwegian Archeological Review, vol 36, n 2, 2003, p. 94.

sábado, 19 de julho de 2014

Lá vem a Nau Catrineta...


Almada Negreiros, Lá vem a Nau Catrineta que traz muito que contar (1946-1948, Gare Marítima de Alcânara, Lisboa - in Restos de Colecção)
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Lá vem a nau Catrineta 
Que tem muito que contar! 
Ouvide, agora, senhores, 
Uma história de pasmar. 

Passava mais de ano e dia 
Que iam na volta do mar 
Já não tinham que comer, 
Já não tinham que manjar. 

Deitaram sola de molho 
Para o outro dia jantar; 
Mas a sola era tão rija 
Que a não puderam tragar. 

Deitaram sorte à ventura 
Qual se havia de matar; 
Logo foi cair a sorte 
No capitão general. 

Sobe, sobe, marujinho, 
Àquele mastro real, 
Vê se vês terras de Espanha, 
As praias de Portugal. 

"Não vejo terras de Espanha, 
Nem praias de Portugal; 
Vejo sete espadas nuas 
Que estão para te matar". 

Acima, acima gajeiro, 
Acima ao tope real! 
Olha se enxergas Espanha, 
Areias de Portugal 

"Alvíssaras, capitão, 
Meu capitão general! 
Já vejo terra de Espanha, 
Areias de Portugal.

Mais enxergo três meninas 
Debaixo de um laranjal: 
Uma sentada a coser, 
Outra na roca a fiar, 
A mais formosa de todas 
Está no meio a chorar". 

-Todas três são minhas filhas, 
Oh! quem mas dera abraçar! 
A mais formosa de todas 
Contigo a hei-de casar. 

"A vossa filha não quero, 
Que vos custou a criar". 

- Dar-te-ei tanto dinheiro, 
Que o não possas contar. 

"Não quero o vosso dinheiro, 
pois vos custou a ganhar! 

- Dou-te o meu cavalo branco, 
Que nunca houve outro igual. 

"Guardai o vosso cavalo, 
Que vos custou a ensinar". 

- Dar-te-ei a nau Catrineta 
Para nela navegar.

"Não quero a nau Catrineta 
Que a não sei governar". 

Que queres tu, meu gajeiro, 
Que alvíssaras te hei-de dar? 

"Capitão, quero a tua alma 
Para comigo a levar". 

Renego de ti, demónio, 
Que me estavas a atentar! 
A minha alma é só de Deus, 
O corpo dou eu ao mar. 
Tomou-o um anjo nos braços, 
Não o deixou afogar.

Deu um estouro o demónio, 
Acalmaram vento e mar; 
E à noite a nau Catrineta 
Estava em terra a varar.
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Almeida Garrett, Romanceiro.

sexta-feira, 18 de julho de 2014

E barcos ainda mais

Desta vez a minha curiosidade começou com o Egon Schiele (1890-1918), que descobri que tem quadros de barcos lindíssimos. Procurando outros barcos, cheguei à conclusão (provisória) de que antes de meados do século XIX os pintores pintavam mais navios e barcos de guerra do que barcos mais simples. Mas desde meados de oitocentos até aos nossos dias, os barcos de recreio e de pescadores tornaram-se protagonistas de uma quantidade infindável de obras de arte, sobretudo na pintura. No artesanato também aparecem, como seria de esperar, e encontrei alguns bem engraçados que até têm direito a nome. Lembrei-me por fim dos barcos comestíveis, nomeadamente dos "támares", bolo típico da Nazaré que só descobri no ano passado.
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Salomon van Ruysdael, A River Landscape with Boats and Chateau (1645)
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Silva Porto, Canoas (1883, Casa-Museu Dr. Anastácio Gonçalves, Lisboa)
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Odilon Redon, The Mysterious Boat (c.1892)
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Raoul Dufy, Regatta at Cowes (1934, National Gallery of Art, Washingon)
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Almada Negreiros, Quem não viu Lisboa não viu coisa boa (1946-1948, Gare Marítima de Alcântara, Lisboa - in Restos de Coleccção)
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Álvaro Laborinho, Barco das chávegas, que entra (1931, Museu Dr. Joaquim Manso)
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Álvaro Ricardo Guincho (Nazaré), Barco do candil (miniatura) - Rumo ao mar (séc. XX, Museu Dr. Joaquim Manso)
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Támares (Nazaré)
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e Moliceiros (Aveiro)

quinta-feira, 17 de julho de 2014

Moinhos há muitos

Prato holandês (séc. XVII, Palácio Nacional da Pena)
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Rembrandt, The Mill on the Het Blauwhoofd (c.1650)
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Camille Corot, A Windmill at Montmartre (c.1845, Musée d'Art et d'Histoire, Geneva)
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Vincent van Gogh, Le Moulin de la Gallette (1887, Carnegie Museum of Art, Pittsburgh)
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Paul Gabriël, Mill on a lake (1860-1903, Rijksmuseum Amsterdam)
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Vladimir Makovsky, Summer (1896)
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Piet Mondrian, Mill of Heeswijk Sun
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Theo van Rysselberghe, The Mill at Kelf (1894)
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Franz Marc, The Enchanted Mill (1913, Art Institute of Chicago)
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Varela Pécurto, Sem parar (Souselas) (1954, Museu do Chiado – Museu Nacional de Arte Contemporânea)

quarta-feira, 16 de julho de 2014

Da cultura do arroz

Comecei a minha curta "viagem" por uma pintura de Júlio Pomar (n. 1926), descobri que existia (pelo menos) mais uma, sobre o tema, do mesmo artista e ambas baseadas em fotografias neo-realistas (link). Curiosamente, inserem-se num experiência «realizada em 1953 em que participaram Júlio Pomar, Alves Redol, Rogério Ribeiro, Cipriano Dourado e António Alfredo. O grupo foi para os arrozais do Ribatejo para entrar em contacto com a realidade viva do povo trabalhador. O objectivo era o registo de pessoas, ambientes e modos de viver, do povo, que seria utilizado como matéria-prima e fonte de inspiração para trabalhos dos artistas participantes» (link). Entretanto fui procurar mais arroz na pintura e descobri algumas interessantes, nomeadamente de Clara Peeters (1594-c.1657), Angelo Morbelli (1853-1919) e Vicente Manansala (1910-1981). Terminei a viagem com umas taças de porcelana japonesa (link) e um prato de arroz-doce.
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Clara Peeters, Mesa (detalhe) (1610-1615, Museu do Prado, Madrid)
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Angelo Morbelli, In the Rice Fields (1901)
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Júlio Pomar, Ciclo do Arroz I
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Cipriano Dourado, Plantadora de arroz (1954, Museu do Chiado – Museu Nacional de Arte Contemporânea)
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Vicente Manansala, Planting Rice (1967)
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terça-feira, 15 de julho de 2014

Quando as aves falam...

Lucy Grossmith, Early Summer Scene
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«Quando as aves falam com as pedras e as rãs com as águas - é de poesia que estão falando.»
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