quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Casas

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«Casa arrumada é assim: Um lugar organizado, limpo, com espaço livre pra circulação e uma boa entrada de luz.
Mas casa, pra mim, tem que ser casa e não centro cirúrgico, um cenário de novela. Tem gente que gasta muito tempo limpando, esterilizando, ajeitando os móveis, afofando as almofadas... Não, eu prefiro viver numa casa onde eu bato o olho e percebo logo: Aqui tem vida...»
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Vilhelm Hammershøi, Open Doors (1905)
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«Casa com vida, pra mim, é aquela em que os livros saem das prateleiras e os enfeites brincam de trocar de lugar. Casa com vida tem fogão gasto pelo uso, pelo abuso das refeições fartas, que chamam todo mundo pra mesa da cozinha. Sofá sem mancha? Tapete sem fio puxado? Mesa sem marca de copo? Tá na cara que é casa sem festa. E se o piso não tem arranhão, é porque ali ninguém dança.»
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David Wyatt, Comfort in Quilting
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«Casa com vida, pra mim, tem banheiro com vapor perfumado no meio da tarde. Tem gaveta de entulho, daquelas que a gente guarda barbante, passaporte e vela de aniversário, tudo junto...
Casa com vida é aquela em que a gente entra e se sente bem-vinda. A que está sempre pronta pros amigos, filhos... Netos, pros vizinhos... E nos quartos, se possível, tem lençóis revirados por gente que brinca ou namora a qualquer hora do dia.
Arrume a casa todos os dias... Mas arrume de um jeito que lhe sobre tempo para viver nela... E reconhecer nela o seu lugar.»
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Marius Borgeaud, Intérieur aux deux verre (1923)
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No blogue Brain Pickings, Maria Popova escreveu o artigo «An Illustrated Celebration of the Many Things Home Can Mean». Nesse post ela fala sobre o livro de Carson Ellis, Home, que apresenta uma imaginativa taxinomia de diferentes casas para diferentes pessoas. Segundo Popova:

«What emerges is a playful and tender reminder that however different our walks of life — what contrast there is between the Slovakian duchess’s mansion and the Kenyan blacksmith’s shack, between the babushka’s kitchen and the artist’s studio! — we are united by our deep desire for a place to call home.
(...) only from that place of safety can we reach out to connect, to understand one another, and to begin belonging together.»

3 comentários:

Isabel disse...

Para mim uma casa é exacatamente assim!
Concordo 100%!
As imagens são lindas, gosto especialmente da primeira:)
Boa noite:)

Presépio no Canal disse...

Uma casa é para ser gozada, sem dúvida.
Bjs!

Margarida Elias disse...

Isabel - Também acho. Bom dia!

Sandra - Tem de ser, de facto. Bjns!