quinta-feira, 28 de fevereiro de 2019

Afinidades XXVIII

Gunnar Berndtson, The Bride's Song (1881, Ateneum, Helsínquia)
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Carlos Reis, Uma Saúde aos Noivos (1930, MNAC, Lisboa - exposto no Museu Municipal Carlos Reis, Torres Novas)

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2019

No Dia do Urso Polar (segundo a minha agenda, dos Escuteiros)

Richard Friese, Three Polar Bears (1912)
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Theodor Severin Kittelsen, White Bear King Valemon (1912)
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Daniel Chong, "Ice Bear", da série We Bare Bears (Fandom)
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"10 Facts About Polar Bears" (Fotografia Getty Images, National Geographic Kids)

terça-feira, 26 de fevereiro de 2019

Desenhos de Victor Hugo

Le Château (1854)
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Victor Hugo, que nasceu hoje, em 1802, além de escritor, também fez desenhos, como os que coloco aqui, e descobri na página da Gallica.
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Livro: Dessins de Victor Hugo, Paris: Castel, 1863 - os desenhos foram gravados por Paul Chenay, o livro tem um texto de Téophile Gautier e uma carta de Victor Hugo a Castel (1862).

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2019

Mayakovski

Figurinos de Mayakovsky, Dada Russo, Reina Sofia (Fotografia de Paulo Ribeiro Baptista)
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Em Agosto do ano passado, descobri, no Facebook, umas obras de Mayakovsky (1893-1930), um artista russo, ligado ao Futurismo, que também foi poeta, actor e dramaturgo.
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L.Brick (1916)
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Sobre o artista ver, por exemplo, a página da Wikipédia e o texto Russian Dada 1914-1924.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2019

Das "Águas Livres"

Francisco de Holanda, «Lembrança da fonte dagoa Livre trazida ao Rossio» (1571).
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Escreveu Francisco de Holanda, em 1571, que «No vemos que as Cidades Antiguas depois dos Templos e das fortalezas e Muros e Paços: a cousa em que se mais esmerarão foi em Trazer As fontes das Agoas por grandes Arcos E Canos e Conductos has suas Cidades (...). E Lysboa onde todos bebem Agoa não tem mais que hum estreito chafariz para tanta gente (...). Hora se Lysboa Tem a Presunção da Mayor e mais Nobre Cidade do Mundo: como não tem (...) Agoa para beber a gente do Mundo? E poys ElRey vosso Avô Trouxe a Evora a Agoa da Prata (...). Tambem V.A. o Deue nisto de Emitar (...): E Deue de trazer a Lysboa AGOA LIVRE que de duas Legoas della trouxeraõ os Romãos a Ella (...). E Ganhe V. A. Esta Hõrra de fazer este benificio a Lysboa (...) de Restituir Esta fonte de Agoa Livre que assi se chama (...)».
Ora, construído o aqueduto das Águas Livres (1731-1748), ele tornou-se realmente um monumento de Lisboa, que causava admiração entre os estrangeiros que nos visitavam. Ruders, em 1799, ficou maravilhado:
«No dia 22 de Abril demos um passeio fora da cidade para visitar os célebres aquedutos de Lisboa. A descrição de monumentos tão grandiosos (…) fica sempre aquém da realidade. É impossível comunicar aos outros o sentimento de admiração que se apossou de nós logo à primeira vista, porque a imaginação não pode elevar-se a uma concepção tão sublime como aquela que a realidade apresenta».
J. Clark, sobre desenho de Bradford e H. Michel, Aqueduto de Alcântara (1809).

No livro do físico e militar escocês Adam Neale, publcado em 1809, este também proferiu: «This aqueduct is really a stupendous work, and does honor to the Portuguese nation. (…) In passing over the vale of Alcantara, it unites two hills by thirty-five-arches, fourteen of which are very large; some of them three hundred and thirty-two feet high». E, ainda em 1815, Breton de la Martinière, também não ficou indiferente: «(…) il passe avec raison pour un des plus admirables monuments de l’art des modernes (…)».
Por minha parte, cada vez que passo por ele, admiro-o, nomeadamente por saber que resistiu ao terramoto de 1755. E gostaria um dia de fazer um dos passeios que o percorrem.
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Bibliografia:
Jean Baptiste Joseph Breton de la Martinière, L'Espagne et le Portugal ou Moeurs, usages et costumes des habitants de ces royaumes, précédé d'un précis historique. Vol. 6, p. 110.
Francisco de Holanda, Da fábrica que falece à cidade de Lisboa, 1571. In Jorge Segurado, Francisco d'Ollanda, Lisboa, Edições Excelsior, 1970, pp. 99-102.
Carl Israel Ruders, Viagem em Portugal 1798-1802, Vol. I, tradução de António Feijó, Lisboa, Biblioteca Nacional, 2002, pp. 47-48.
Adam Neale, Letters from Portugal and Spain, comprising an account of the armies under their excellencies Sir Arthur Wellesley and Sir John Moore, London, Richard Phillips, 1809, p. 80.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2019

D' "A Selva"

Ilustração de Portinari (1955)
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Acabei ontem de ler A Selva de Ferreira de Castro, com ilustrações de Portinari (publiquei aqui as duas de que gostei mais). O que mais me marcou, para além do horror daquele mundo, foi a selva que parece querer expulsar a civilização ocidental de dentro de si - o que pode, hoje em dia, trazer muitas interpretações dada a evolução da ecologia: «(...) Nada a assemelhava às últimas florestas do velho mundo, onde o espírito busca enlevo e o corpo e o corpo frescura; assustava com o seu segredo, com o seu mistério flutuante e as suas eternas sombras, que davam às pernas nervoso anseio de fuga» (p. 104). Admirei a descrição de algumas árvores, nomeadamente a sapopema (pp. 95-96):
«Erguia-se agora, à margem do "varador", alta gruta de raízes, que uma só árvore lançava. Templo imaginário de povo que inspirasse a sua estética arquitectónica em esquisitos monumentos orientais, oferecia a quem nele se recolhesse postigos inumeráveis, portas de linhas irregulares e salas onde seis homens podiam estender a toalha e almoçar, ou puxar de cartas para jogo que ludibriasse as horas, em longos dias de chuva.
É uma sapopema - explicou Firmino, vendo Alberto a observar o raizedo enorme, que se espalmava em lâminas, grossas como paredes, e se retorcia também, decorativamente, em cordame manuelino. - Se um dia você se perder, bata neste pau, que logo algum seringueiro lhe responde».

Impressionou-me, por fim, a evolução de Alberto, que, passando por uma situação que se poderia chamar de iniciática, ganha humanidade: «Em muitas das suas expressões, a vida rastejava ainda, em tanto mundo e ali mesmo, à altura dos pés humanos; e não era decerto com os velhos processos, já experimentados durante dezenas de séculos, que ela poderia ascender aos níveis que o cérebro entrevia. Não era, decerto, no que estava feito, era no que estava por fazer, que o homem viria a encontrar, talvez, o melhor de si próprio» (p. 224).
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Ferreira de Castro, A Selva, Guimarães & C.ª Editores, 1982 (34.ª ed.).
P.S. Obrigada MR pelo empréstimo.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2019

Sobre o aquecimento das casas portuguesas

Norman Rockwell, Man seated by a Radiator (c. 1935)
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Um tema que me ocupa bastante no Inverno e, por acaso, a minha casa actual nem é muito fria, pois já estive em outras bem piores. No entanto, depois de meditar no assunto, já concluí que a melhor forma de climatizar uma casa é com ar-condicionado, embora seja certamente a mais cara e a menos ecológica. Há uns tempos andei a ler relatos de estrangeiros sobre Lisboa, no século XIX, e queixavam-se sempre do frio no Inverno.
Ruders, que era sueco, dizia, em 1799: «Entre os incómodos que nesta época do ano afligem os estrangeiros, a falta de fogões não é a menor (…)». / «(…) A minha hospedeira teve por isso a bondade de me mandar aquecer os meus aposentos à portuguesa. Emprega-se, para isso, uma espécie de bacia de pedra cheia de brasas, as quais se abana com um aparelho semelhante a um leque». Em 1802, voltava ao tema: «O frio português, contudo, nem sempre é para desprezar. Desde começos do Natal, até meados de Janeiro, gelam em casa e fora dela os habitantes de Lisboa (…)». O tema surge noutros autores, mesmo mais tardios, e julgo que, mesmo ao fim de 200 anos, ainda não o resolvemos totalmente, como se pode ver num artigo que li na revista do Expresso, de 16 de Fevereiro passado.
Eu francamente não me considero friorenta, mas lembro com saudade a lareira na quinta dos meus avós e gosto de mesas de camilha com braseiras eléctricas por baixo. À falta disso, faço como o senhor da pintura do Rockwell.
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Carl Israel Ruders, Viagem em Portugal 1798-1802, Vol. I, tradução de António Feijó, Lisboa, Biblioteca Nacional, 2002.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2019

Geminação tardia

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Há uns tempos no Arpose e nos Manuscritos da Galáxia (creio) referiam-se ao "Questionnaire de Proust". Andei a pesquisar, descobri-o na Wikipédia, e decidi experimentar:

Ma vertu préférée - Bondade.
La qualité que je préfère chez un homme – Inteligência.
La qualité que je préfère chez une femme – Inteligência.
Le principal trait de mon caractère – Curiosidade ?
Ce que j'apprécie le plus chez mes amis – Lealdade.
Mon principal défaut – Ter dificuldade em digerir críticas negativas, entre outros…
Mon occupation préférée – Ler (entre outras).
Mon rêve de bonheur – Ser feliz 😊
Quel serait mon plus grand malheur ? – Prefiro não dizer…
Ce que je voudrais être – Boa pessoa.
Le pays où je désirerais vivre – Há muitos: Portugal, Nova Zelândia (talvez)…
La couleur que je préfère – Magenta (mas há outras…)
La fleur que j'aime – Muitas, talvez as papoilas.
L'oiseau que je préfère – Beija-flor.
Mes auteurs favoris en prose – Tolkien.
Mes poètes préférés – Sophia de Mello Breyner.
Mes héros dans la fiction – Há tantos… Talvez o Gandalf.
Mes héroïnes favorites dans la fiction – Há menos, talvez a Hermione Granger.
Mes compositeurs préférés – Mozart.
Mes peintres favoris – Há muitos… Klee.
Mes héros dans la vie réelle – J. K. Rowling.
Mes héroïnes dans l'histoire – Vou assumir como homens e mulheres, talvez o Gandhi.
Mes noms favoris – Os dos meus filhos 😊
Ce que je déteste par-dessus tout – Críticas destrutivas, injustiça, …
Les personnages historiques que je méprise le plus – Há demasiados, entre eles o Hitler.
Le fait militaire que j'admire le plus – Detesto guerra…
La réforme que j'estime le plus - Não percebo a pergunta... Revolução, invenção? Fim da escravatura, fim da pena de morte, etc...
Le don de la nature que je voudrais avoir – Mais energia.
Comment j'aimerais mourir – Muito velhinha (mais de 100 anos) e rodeada pelo marido, filhos, netos, bisnetos…
Mon état d'esprit actuel – Intrigada com estas perguntas - porque é que ele não respondeu a algumas em inglês e inventou outras?
Les fautes qui m'inspirent le plus d'indulgence – Gula.
Ma devise favorite – «Liberté, Égalité, Fraternité». 

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2019

Miguel Soares / Luz Azul

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Fui ontem, finalmente, ver esta exposição que está quase a fechar. Segundo a folha de sala, de Adelaide Ginga, o «projecto inspira-se, principalmente, nas teorias de dois pensadores (...): a teoria profética de Joaquim de Fiore (1135-1202), "As Três Idades do Homem" (...) e a de Ray Kurzweil (1948), sobre o conceito da "Singularidade tecnológica" (...)». Miguel Soares, nascido em 1970, é licenciado em Design pela Faculdade de Belas Artes de Lisboa e doutorado em Arte Contemporânea pela Universidade de Coimbra, tendo participado em exposições desde 1989.
Eu achei a exposição muito interessante, bem como muito apelativa em termos visuais. Intrigou-me desde início o robot sem cabeça, mas nem por isso sem olhos (estavam nos ombros) e muito menos sem inteligência ou emoções. Interessou-me o contraste entre ele atento ao mundo que o rodeava, à natureza e aos livros; e as pessoas voltadas para a tecnologia, viradas sobre si mesmas. Interessou-me também o facto das máquinas não quererem ser escravizadas. E a ideia do espelho é muito intrigante, não só pelo espelho que surge num momento do vídeo, mas também pelas palavras: Luz Azul, que podem ler-se, com o mesmo significado, de ambas as direcções.
E fiquei contente por ter ido com o meu marido, porque ele fez ligações que eu não não me apercebi. A dada altura o robot vê um paralelepípedo no meio da paisagem, onde se vê ao espelho. E o meu marido relacionou isso, com razão, ao paralelepípedo do 2001 Odisseia no Espaço.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2019

Da instabilidade da pose

Jean-Antoine Houdon, Diana (1790, Museu Calouste Gulbenkian)
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Jean-Bapriste Carpeaux, Flora (1873, Museu Calouste Gulbenkian)
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Juan Muñoz, Double Kneeling Figures (1996)

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2019

E, para o Dia de São Valentim

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O que vou tentar fazer para o meu marido:

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E uma canção de que gosto muito:

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2019

No Dia da Rádio

Fernand Léger, La chanteuse à la radio (Musée National Fernand Léger, Biot)
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Segundo a minha agenda, hoje é Dia Internacional da Rádio. Actualmente, ouço pouca rádio, e praticamente só ouço no carro - sendo a minha estação preferida a Comercial, que, aliás, sempre foi a minha estação preferida. 
Contudo, quando era criança e adolescente ouvia muita rádio. Alguns programas marcaram-me, como  o dos Parodiantes de Lisboa, que ouvia em casa dos meus avós; ou, mais tarde, o Oceano Pacífico que me ajudava a adormecer à noite. Por incrível que pareça, como era muito dada a insónias, cheguei a ouvir várias vezes o Sousa Veloso, que tinha um programa de madrugada, que já não me lembro como se chamava. Hoje em dia, o meu programa preferido da rádio é a Mixórdia de Temáticas do Ricardo Araújo Pereira e o Programa da Manhã da Comercial. 
A rádio marcou-me também por outras vias. Quando era criança cheguei a acreditar que viviam pessoas minúsculas dentro dos aparelhos e espreitava pelos buraquinhos para ver se as via. Mas também pelo cinema, nomeadamente por um filme do Woody Allen, Radio Days (1987), que agora fiquei com vontade de rever.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2019

Afinidades XXVIII

Claude Monet, Meditation, Madame Monet au canapé (1871)
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Ontem, ao ver a pintura de Monet no blogue Manuscritos da Galáxia, lembrei-me deste retrato pintado por Columbano.
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Columbano Bordalo Pinheiro, Retrato de D. Luzia Patrício (1916, MNAC)

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2019

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2019

Da Fotografia em Portugal - Fernando Lemos

Pôr-do-Sol (1949-1952, Museu do Chiado – Museu Nacional de Arte Contemporânea)
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Stubbom light (1949-1952)
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Mário Cesariny de Vasconcelos (1949-1952, Museu do Chiado – Museu Nacional de Arte Contemporânea)
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quinta-feira, 7 de fevereiro de 2019

Em busca de uma pintura desconhecida

Eduardo Viana, Paisagem (Museu Calouste Gulbenkian, Lisboa)
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Num artigo publicado na revista Contemporânea, em Fevereiro de 1932, Reinaldo dos Santos fala sobre uma exposição de Eduardo Viana. Não vou aqui fazer qualquer análise crítica desse artigo, mas sim deixar registada a minha dúvida sobre qual será a pintura do Marão que o crítico tanto elogia. A imagem que coloco aqui é de uma paisagem da Gulbenkian, mas não sei se é a mesma pintura. São estas as palavras de Reinaldo dos Santos:

«Mas Vianna, exprimiu com mais sinceridade pictural e emoção, a grandiosidade do Marão, numa tela digna de figurar em colecção pública.
O seu temperamento de concentrado, colheu na terra e no ceu regionais, a calma e a seriedade da montanha, cujos sopés se enleiam, nos pompanos de Amarante emquanto as espáduas robustas suportam a rudeza transmontana. Em harmonias de verdes tristes e cançados, e terras em que se sente a gestação austera duma árdua fecundidade, o ritmo dos vales e das encostas eleva-se, primeiro em tonalidades graves - como um largo musical - e quando atinge as cumiadas luminosas, abre-se numa explosão sinfonica de azues esmaecidos e opalas, que ficam pairando e fluindo - até aos longes infinitos...»

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2019

Lembrando Norman Rockwell

Nascido a 3 de Fevereiro de 1894.
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The Gossips (1948)
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 Art Critic (1955)

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2019