![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj_hGe4B48L9zzCSpPZbeyvDov4U2lkc7AtZxOUjUB7_1AV5RO7v3uIkQ2PR4To8Z3sQ3g2b34zK3OihEH5sa-9-a3vYGID5EzOdoxuqmhXYChbhsJzCv5mwBKDv_HE3hCPbRhyphenhyphen8jB8liQ/s320/BRAY_Dirck_de_Still_Life_With_Symbols_Of_the_Virgin_Mary.jpg)
---
Num sonho todo feito de incerteza,
De nocturna e indizível ansiedade,
É que eu vi teu olhar de piedade
E (mais que piedade) de tristeza...
Não era o vulgar brilho da beleza,
Nem o ardor banal da mocidade...
Era outra luz, era outra suavidade,
Que até nem sei se as há na natureza...
Um místico sofrer...uma ventura
Feita só do perdão, só da ternura
E da paz da nossa hora derradeira...
Ó visão, visão triste e piedosa!
Fita-me calada, assim chorosa...
E deixa-me sonhar a vida inteira!
---
Antero de Quental
(Sonetos 1874-1880, in Sonetos Completos, 1998).
De nocturna e indizível ansiedade,
É que eu vi teu olhar de piedade
E (mais que piedade) de tristeza...
Não era o vulgar brilho da beleza,
Nem o ardor banal da mocidade...
Era outra luz, era outra suavidade,
Que até nem sei se as há na natureza...
Um místico sofrer...uma ventura
Feita só do perdão, só da ternura
E da paz da nossa hora derradeira...
Ó visão, visão triste e piedosa!
Fita-me calada, assim chorosa...
E deixa-me sonhar a vida inteira!
---
Antero de Quental
(Sonetos 1874-1880, in Sonetos Completos, 1998).
Sem comentários:
Enviar um comentário