sábado, 26 de junho de 2010

João Vaz




Pinturas de João Vaz, Marinha com Barco à Vela; Marinha e Vista de Portimão (Palácio do Correio Velho).
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Quando há uma semana fui à Casa-Museu Dr. Anastácio Gonçalves, uma das senhoras que lá trabalha mostrou-me amavelmente o catálogo de uma exposição sobre João Vaz, realizada naquele museu em 2005. Fiquei fascinada e cheia de pena de ter pedido a exposição. Conhecia o pintor, mas apenas as obras dos museus que, na maioria, não são (na minha opinião) tão boas como as que circulam nas colecções particulares.

Nascido em Setúbal, João Vaz (1859-1931) foi um pintor da geração do naturalismo. Entrou para a Academia de Belas-Artes de Lisboa em 1872, completando o curso em 1878. Diz-se que foi na «escola» do Grupo do Leão e com o pintor Silva Porto, que realmente se formou. Não tendo alcançado bolsa para completar os estudos no estrangeiro, viajou por Madrid e Paris, na companhia de António Ramalho. João Vaz distinguiu-se como marinhista, pintando o Tejo e o Sado, rio que banhava a sua cidade natal. O rio Tejo inspirou-o num grande quadro, que apresentou como proposta para Académico de Mérito em 1897. A crítica portuguesa apreciava a sua pintura, notando uma evolução positiva ao longo dos anos. Fez decorações (colaborando várias vezes com António Ramalho), para o Museu de Artilharia, para a Escola de Medicina, para a Cervejaria Leão de Ouro, para o Palácio das Cortes, para o Hotel do Buçaco, etc. Desde 1884 foi professor de desenho das Escolas Industriais e director da Escola de Afonso Domingues em Xabregas (1889), tendo-se aposentado em 1925.

Em 1921, João Vaz teve um papel interessante na «Questão dos Novos». José Pacheco (sócio da Sociedade Nacional de Belas-Artes) promoveu uma campanha com o objectivo de fazer entrar para a Sociedade alguns artistas e outras individualidades ligados à corrente modernista. A atitude de José Pacheco foi mal recebida e os novos sócios foram recusados, obtendo, contudo, o apoio de João Vaz. Este abandonou a reunião da assembleia geral, em sinal de protesto contra a não admissão de novos sócios. Neste contexto, foi promovido um banquete de homenagem ao «ilustre Pintor João Vaz, pela nobre atitude deste artista na última assembleia geral da S.N.B.A.».
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Bibliografia: José-Augusto França, A Arte em Portugal no Século XIX (3.ª ed. 1990);
José-Augusto França, «VAZ», in Dicionário da Pintura Universal, Pintura Portuguesa, Vol. III (1973);
Diogo de Macedo, António Ramalho, João Vaz - Um Retratista, Um Marinhista (1954).

7 comentários:

  1. Gosto muito destas pinturas! A primeira e a minha favorita! Que serenidade!Apetece ir naquele barco!
    Beijinhos e bom-de-semana!

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  2. É verdade. Havia outras lindíssimas no referido catálogo...
    Bom fim-de-semana, com muito sol!

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  3. São realmente lindas estas pinturas. Gostei do seu post.

    É pena não se poder conhecer as pinturas que estão em mãos particulares, somente se conhecem se forem emprestadas para museus numa exposição de autor. Não é o caso? Quantas ficarão de fora?

    Gosto muito de marinhas e tudo que esteja ligado à água. Do que conheço dos naturalistas portugueses prefiro as marinhas às pinturas no campo mas, se calhar, é porque estou pouco educada nesse sentido.

    Já vi pinturas bonitas sobre os pintores desta época no seu blogue, alguns conhecia outros não e tenho aprendido. Muito obrigada!

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  4. Só hoje encontrei o seu blog, na tentativa de encontrar um quadro do pintor naturalista setubalense João Vaz. Se me permite gostaria de apenas fazer um reparo - é que a cidade que é mostrada não é Setúbal, mas sim Portimão. Sei que repetiu a informação incorreta do cat. do PCV, que na altura tive a oportunidade de também lhes transmitir. Não é relevante, mas o seu a seu dono - Setúbal foi muitas vezes pintada por Vaz, não necessita que lhe atribuam mais este quadro. Parabéns pelo seu blog.

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