Joos van Cleve, The Annunciation (c. 1525, Metropolitan Museum of Art, New York)
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A Anunciação de van Cleeve data de cerca de um século depois relativamente à de Campin, mas mantém uma estrutura compositiva idêntica. A posição das figuras principais é semelhante, ficando a Virgem ajoelhada no chão em sinal de humildade (apesar de ter uma cadeira atrás de si, que pela riqueza deverá evocar o Trono de Salomão). Existe também o vaso de metal com uma toalha e uma janela que abre para a paisagem (que desenha uma cruz).
Contudo, para além de uma retórica mais evidente (por exemplo na mão levantada do anjo), há diferenças que devem ser marcadas: a vela, símbolo de Cristo, está acesa, e o Espírito Santo é figurado por uma pomba. Como em Campin, quase todos os elementos são simultaneamente evocativos de um ambiente doméstico e passíveis de uma leitura simbólica. Há elementos inovadores (do que eu conheço), como esta imagem de Moisés com as Tábuas dos Mandamentos, afixada na parede, junto da pomba, atrás de Maria:
E, independentemente das interpretações iconográficas, trata-se de uma obra magnífica como desenho e como pintura, tal como se pode ver detalhadamente no site do MET, ou nos exemplos que escolhi e coloco em baixo, com o rosto e a mão da Virgem junto da Bíblia. Na primeira imagem, note-se a transparência do véu e os fios dos cabelos:
Ou, ainda, no belíssimo armário tardo-medieval:
A ver:
http://www.metmuseum.org/art/collection/search/436791
Belíssimo post, Margarida!
ResponderEliminarParabéns!
Gostei muito.
Bjinhos!
Obrigada Sandra!! Muitos beijinhos!
ResponderEliminarSublinho o que disse a Sandra.
ResponderEliminarBeijinhos para as duas.:))
Obrigada e beijinhos, Ana! :-)
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