terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Fantasia sobre Fausto

Pintura de Mariano Fortuny, Fantasia sobre Fausto.
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Esta obra, tal como outras da mesma época, inscreve-se na tradição burguesa da prática musical. Era costume entre as classes cultivadas o hábito tocarem música em família, chegando a criar reuniões para formar um público. Toda a pintura do tempo vai utilizar o tema do piano, ligando-o com relações de intimidade, de cumplicidade com aqueles que lhe dão uso.
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Texto de Margarida Elias.
Bibliografia: Jean-Jacques Levêque, Fantin-Latour.

segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

O Silêncio II

Pintura de Fantin-Latour, White cup and Saucer (1864, Fitzwilliam Museum, London).
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«(...) Une nature morte n'est jamais qu'une mélodie du monde visible. Elle pose le problème du silence dans le monde de la peinture (...).»

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Jean-Jacques Lévêque.

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

A beleza interior






Pintura de Hendrick Avercamp, Paisagem de Invermo (Szépmüvészeti Múzeum, Budapest).
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«Se o artista é o sacerdote da "beleza", esta deve ser procurada, segundo o princípio do valor interior (...). A "beleza" só pode ser medida pela escala da Grandeza e da Necessidade Interior (...).
É belo o que procede de uma necessidade interior da alma. É belo o que é belo interiormente.»
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Kandinsky.

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Eu hei-de dar ao Menino

Presépio de Machado de Castro, Sagrada Família (ca.1770-80, Museu de Aveiro).

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Eu hei-de dar ao Menino
Uma fitinha pró chapéu;
E ele também me há-de dar
Um lugarzinho no céu.

Olhei para o céu,
Estava estrelado.
Vi o Deus Menino
Em palhas deitado.
Em palhas deitado,
Em palhas estendido,
Filho duma rosa,
Dum cravo nascido!

No seio da Virgem Maria
Encarnou a divina graça;
Entrou e saiu por ela
Como o sol pela vidraça.

Arre, burriquito,
Vamos a Belém,
Ver o Deus Menino
Que a Senhora tem;
Que a Senhora tem,
Que a Senhora adora.
Arre, burriquito
Vamos lá embora.
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Canção de Natal.

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Presépio

Pintura de Murillo, Sagrada Família com São João Baptista.
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O objecto do culto, da admiração, do entusiasmo, do enlêvo dos pequenos do meu tempo era o velho presépio, tão ingénuo, tão profundamente infantil, tão cheio de coisas risonhas, pitorescas, festivas, inesperadas.
Era uma grande montanha de musgo, salpicada de fontes, de cascatas, de pequenos lagos, serpenteada de estradas em ziguezague e de ribeiros atravessados de pontes rústicas.
Em baixo, num pequeno tabernáculo, cercado de luzes, estava o divino bambino, louro, papudinho, rosado como um morango, sorrindo nas palhas do seu rústico berço, ao bafo quente da benigna natureza representada pela vaca trabalhadora e pacífica e pela mulinha de olhar suave e terno. A Santa Família contemplava em êxtase de amor o delicioso recém-nascido, enquanto os pastores, de joelhos, lhe ofereciam os seus presentes, (...).
A grande estrela de papel dourado, suspensa do teto (...), guiava os três magos, que vinham a cavalo (...). Melchior trazia o ouro, Baltasar a mirra, e Gaspar vinha muito bom com o seu incenso (...).
Atrás dêles seguia a cristandade em pêso que se figurava descendo do mais alto monte em direcção ao tabernáculo. Nessa imensa romagem do mais encantador anacronismo, que variedade de efeitos e de contrastes! que contentamento! que alegria! que paz de alma! que inocência! que bondade!
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Ramalho Ortigão.

sábado, 20 de dezembro de 2008

Little Drummer Boy

Pintura de Sandro Botticelli, A Virgem e o Menino com dois Anjos e o Jovem São João Baptista (1465-1470, Galleria dell'Accademia, Florença).

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Come they told me, pa rum pum pum pum

A new born King to see, pa rum pum pum pum

Our finest gifts we bring, pa rum pum pum pum

To lay before the King, pa rum pum pum pum, rum pum pum pum, rum pum pum pum,

So to honor Him, pa rum pum pum pum,

When we come.


Little Baby, pa rum pum pum pum
I am a poor boy too, pa rum pum pum pum

I have no gift to bring, pa rum pum pum pum

That's fit to give the King, pa rum pum pum pum, rum pum pum pum, rum pum pum pum,

Shall I play for you, pa rum pum pum pum,

On my drum?


Mary nodded, pa rum pum pum pum

The ox and lamb kept time, pa rum pum pum pum

I played my drum for Him, pa rum pum pum pum

I played my best for Him, pa rum pum pum pum, rum pum pum pum, rum pum pum pum,

Then He smiled at me, pa rum pum pum pum

Me and my drum.
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sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Ave Maria

Pintura de Rubens.
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Ave Maria
Gratia plena
Maria, gratia plena
Maria, gratia plena
Ave, ave dominus
Dominus tecum
Benedicta tu in mulieribus
Et benedictus
Et benedictus fructus ventris
Ventris tuae, Jesus.
Ave Maria, gratia plena
Maria, gratia plena
Maria, gratia plena
Ave, ave dominus
Dominus tecum
Ave Maria
Mater Dei
Ora pro nobis peccatoribus
Ora pro nobis
Ora, ora pro nobis peccatoribus
Nunc et in hora mortis
Et in hora mortis nostrae
Et in hora mortis nostrae
Et in hora mortis nostrae
Ave Maria
Ave Maria, gratia plena
Maria, gratia plena
Maria, gratia plena
Ave, ave dominus
Dominus tecum
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quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Adoração dos Magos (Adeste Fidelis)

Pintura de Carlo Maratta, Adoração dos Magos (numa Grinalda) (Museu do Hermitage, São Petersburgo).
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Adeste Fideles
Laeti triumphantes
Venite, venite in Bethlehem
Natum videte
Regem angelorum
Venite adoremus
Dominum
Cantet nunc io
Chorus angelorum
Cantet nunc aula caelestium
Gloria, gloria
In excelsis Deo
Venite adoremus
Dominum
Ergo qui natus
Die hodierna Jesu,
tibi sit gloria
Patris aeterni
Verbum caro factus
Venite adoremus
Dominum
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quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Pussycat Pussycat poem

"Pussycat pussycat, where have you been?"
"I've been up to London to visit the Queen."
"Pussycat pussycat, what did you dare?"
"I frightened a little mouse under her chair"
"MEOWW!"
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terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Twinkle twinkle little star


Twinkle twinkle little star, how I wonder what you are?
Up above the world so high , like a diamond in the sky
When the blazing sun is gone, when he nothing shines upon,
Then you show your little light, twinkle, twinkle all the night.
Then the traveller in the dark, thanks you for your tiny spark,
He could not see which way to go, if you did not twinkle so.
In the dark blue sky you keep, and often through my curtains peep,
For you never shut your eye, 'till the sun is in the sky.
As your bright and tiny spark lights the traveller in the dark,
Though I know not what you are - twinkle, twinkle little star.
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Clear Weather After Snow at Kameyama

Pintura de Hiroshige, Clear Weather After Snow at Kameyama - Hoeido series, station 47: Kameyama (1831-1834, Hood Museum of Art, Hanover -E.U.A.).
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Of winter's lifeless world each tree
Now seems a perfect part;
Yet each one holds summer's secret
Deep down within its heart.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Hokusai

Gravura de Hokusai, Hibiscus and Sparrow (c. 1832, Museu Nacional das Artes Asiáticas-Guimet, Paris).
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At seventy-three I learned a little about the real structure of animals, plants, birds, fishes and insects. Consequently when I am eighty I'll have made more progress. At ninety I'll have penetrated the mystery of things. At a hundred I shall have reached something marvellous, but when I am a hundred and ten everything I do, the smallest dot, will be alive.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

O Espelho

Pintura de Sir Edward Burne-Jones, O Espelho de Vénus (1875, Museu Calouste Gulbenkian, Lisboa).
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Ó meu espelho d'aço! Muito Amigo
Que me diz as verdades francamente,
me vê doente, quando estou doente,
E sã, se sã me mostro ao seu postigo;
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Voz que repette aquilo que eu lhe digo,
E muda, quando mudo de repente,
Olhar que me desenha Claramente,
Do meu sentir o mais fiel abrigo:
-
Mas tu, preferido Amôr! O espelho d'alma
Que reflecte a minha pura e calma -
Embaciou-te a luz d'outra paixão:
-
E hoje, se o meu olhar no teu confundo,
vejo a íris negra d'esse mar profundo
E n'ella os traços meus procuro em vão!
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Soneto de 1916, assinado «Azul»
in Espólio de Columbano Bordalo Pinheiro.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Woodpecker

Tapeçaria de William Morris, Woodpecker (1885, William Morris Gallery, Walthamstow).
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O movimento Arts and Crafts foi criado por William Morris por volta de 1860. Este artista, que iniciou a sua actividade como pintor, ligado ao grupo Pré-rafaelita, interessou-se pela «arte utilitária», nomeadamente pela arquitectura doméstica e decoração de interiores. Foi também escritor e publicista, tornando-se progressivamente num «educador do gosto». A sua influência espalhou-se pela Europa e pela América, tendo sido importante para o advento da Arte Nova.
William Morris formou, em 1861, um agrupamento de artistas que pretendia ser um «grupo operativo dinâmico» com um «programa de produções»: uma empresa que pudesse, a longo prazo, competir com a indústria tanto no plano da qualidade como dos preços. Foi a Morris, Marshall, Faulker & C., especializada no equipamento e nas decorações. A empresa foi dissolvida em 1874, mas abriu pouco depois, reformada e somente ligada a Morris, o qual se rodeou dessa vez de colaboradores mais especializados. O sucesso das suas ideias levou a que, em pouco tempo, se fundassem outras sociedades e organizações com objectivos similares que contribuíram para a revalorização das artes decorativas, as quais são genericamente incluídas no termo Arts and Crafts Movement.
A obra de Morris foi bastante influenciada pelo pensamento de Ruskin. Nascera num enquadramento social e artístico específico, caracterizado pela pouca preocupação com a qualidade das peças produzidas industrialmente, num esquema produtivo em que se desvalorizava o papel criativo. Morris desejava uma sociedade melhor, onde as máquinas não se sobrepusessem ao homem, sendo a sua utilização reduzida e restringida ao estritamente necessário para facilitar a execução dos produtos. Morris defendia o trabalho artesanal e as artes populares. Era a sua intenção que deixasse de haver uma distinção entre artistas e operários, passando ambos a colaborar activamente na realização dos objectos, num espírito idêntico ao das guildas medievais. Conforme as suas palavras: «o artesão (...) deve reencontrar-se com o artista e trabalhar lado a lado com ele».
Morris era «um apóstolo da simplicidade». De acordo com as suas ideias «a arquitectura e o mobiliário deviam ser desenhados em harmonia com a natureza dos materiais e processos de trabalho usados; a decoração das superfícies devia ser plana, nunca ilusiva». A forma dos objectos devia acompanhar a qualidade na execução, sendo a decoração correspondente à «expressão do prazer do homem no trabalho bem feito».
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Texto de Margarida Elias.
Bibliografia abreviada:
Giulio Carlo Argan, 1998; Gabriele Fahr-Becker, 2000; William Hardy, 1996; H. W. Jansen, 1992; William Morris, ed. 2003; Michel Thomas, 1985.

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Amendoeiras em flor

Pintura de Van Gogh, Amendoeiras em Flor (1890, Museu Van Gogh, Amesterdão).
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My dear Theo,
I'm in a fever of work since the trees are in blossom ...
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Van Gogh, 1888.