Manuel Cipriano Gomes Mafra, Macaco e tartaruga (1870-1905, CJMF - fotografia de Margarida Araújo)
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Faz um ano amanhã que inaugurou a exposição da minha curadoria: Animais na Cerâmica Caldenses. Colecção de João Maria Ferreira (Museu da Cerâmica, Caldas da Rainha) - o convite fora-me feito por João Bonifácio Serra.
Recentemente descobri esta frase de Paulo Varela Gomes, que achei muito interessante:
«(...) De facto, qualquer exposição não é senão uma selecção mais ou menos arbitrária de alguns objectos. Nas salas de uma exposição não estamos no terreno da realidade histórica, mas em plena teatralidade (ou representação). Ao pousarmos um catálogo, ao sairmos de uma exposição, raramente fazemos a contabilidade do que não estava lá porque as exposições se fazem para nos dar a entender que “lá fora” não há mais nada de importante para ver.» - Paulo Varela Gomes, Expressões do Neoclássico, in Dalila Rodrigues (Coord.), Arte Portuguesa, da Pré-História ao Século XX, Vol. XIV, Fubu Editores, 2009, p. 33.
Ao ler esta frase lembrei-me da dificuldade que tive para escolher as peças, porque havia muito mais na Colecção. E nessa selecção - de cerca de 130 peças entre mais de mil - muito me ajudaram o coleccionador, a sua colaboradora e fotógrafa Margarida Araújo, mas também outros especialistas, como Cristina Ramos Horta e Rita Gomes Ferrão. Foi como estar na caverna do Aladino sem saber o que havia de lá trazer.