Mostrar mensagens com a etiqueta Baltasar Gomes Figueira. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Baltasar Gomes Figueira. Mostrar todas as mensagens

quinta-feira, 2 de julho de 2020

Frutas para o Mês de Julho

Emília Matos e Silva, Memórias de Sintra II (2016)
-
Alperce
Ameixa
Amoras
Ananás
-
Rafael Bordalo Pinheiro, Azulejo (1901, Museu da Cerâmica, Caldas da Rainha)
-
Banana
Cerejas
Figos
Framboesas
-
Raquel Roque Gameiro, Natureza Morta, Melancia, Figos e Uvas (1955)
-
Limão
Maçã
Melancia
Melão
Meloa
-
Baltazar Gomes Figueira, Natureza Morta com cesto de frutas e papagaio (Séc. XVII)
-
Mirtilos
Morangos
Pera
Pêssego
Uvas
-
Fontes:

segunda-feira, 6 de janeiro de 2020

Legumes para o mês de Janeiro

Terrina (Séc. XVIII, Casa-Museu Dr. Anastácio Gonçalves)
-
Abóbora
Acelga
Agrião
Aipo
-
Baltasar Gomes Figueira e Josefa de Ayala, Natureza Morta com Aipo e Marmelo (1650-1684, Museu de Évora - Museu Nacional Frei Manuel do Cenáculo)
-
Alface
Alho francês
Beterraba
Brócolos
Cebola
Cenoura
Couves
-
José de Almeida e Silva, Hortaliceiras (1938, Museu Grão Vasco)
-
Espinafre
Grelos
Nabiça
Nabo
-
António Augusto da Costa Motta, Jarra (1911, Museu da Cerâmica)
-
Rabanete
Repolho
Rúcula
-
Manufactura de Meissen, Terrina (Séc. XVIII, Palácio Nacional da Ajuda)
-

domingo, 29 de dezembro de 2013

Os Citrinos

Círculo de Gérard David, Nascimento da Virgem, Políptico da Vida da Virgem - pormenor (1490-1500, Museu de Évora - Link)
-
Baltasar Gomes Figueira e Josefa de Óbidos, Natureza Morta com Cardo, Marmelo e Laranja (1650-1684, Museu de Évora - Link)
-
Antonio Pereda y Salgado, Natureza morta com cesto de frutos (1650, Museu Nacional de Arte Antiga - Link)
-
Columbano Bordalo Pinheiro, Chaleira de cobre (1920, Museu de Grão Vasco - Link)
-
Fábrica de Viana, Terrina (1775-1820, Museu Nacional Soares dos Reis - Link)
-
Rolando Sá Nogueira, Réplica de secção do revestimento parietal da estação Laranjeiras do Metropolitano de Lisboa (1988, Museu Nacional do Azulejo - Link)
-
Julie Kirkland, Satsuma I (2012 - Link)
-
Curiosidade: De acordo com a Wikipedia, as tangerinas, especialmente as Satsumas do Japão,  fazem parte das tradições de Natal no Canadá e nos Estados Unidos. No final do séc. XIX, era costume que os emigrantes japoneses recebessem a oferta de tangerinas vindas do Japão, como presente de Ano Novo. A tradição alargou-se às outras comunidades, que começaram a colocar nas meias de Natal, como oferenda, tangerinas embrulhadas em papel verde. Por outro lado, nas festas de Ano Novo Chinês, as tangerinas são símbolos de abundância e de boa fortuna, sendo usadas nas decorações e oferecidas a amigos, familiares e colegas de trabalho.

terça-feira, 15 de outubro de 2013

A Natureza Morta - Evolução Histórica

Em 1995, realizei, para a cadeira de Teoria da Arte e Metodologia em História da Arte, da licenciatura em História / Variante de História da Arte, um trabalho intitulado «A Natureza Morta». Desde então que o tema me interessa e, em parte por isso, decidi publicar de forma mais ou menos abreviada (revista e actualizada), por capítulos, esse mesmo trabalho neste blogue. Aqui fica o primeiro "post".
-
Uma "natureza morta" é, por definição, uma pintura que representa objectos inanimados. Praticada desde a Antiguidade, a natureza morta não era inicialmente um género autónomo, pois os objectos surgiam sobretudo inseridos em composições com outros temas. 

Mosaico romano com peixes e legumes (séc. II d.C, Museu do Vaticano)

Com a Idade Média o tema tornou-se cada vez mais raro, surgindo apenas como acessório simbólico e decorativo, por exemplo, nas iluminuras. No séc. XV, sobretudo nos Países Baixos, começaram a aparecer naturezas mortas representadas no verso de painéis, mantendo-se o seu significado intrinsecamente ligado ao tema que estava na parte da frente dos mesmos, que era geralmente uma pintura de temática religiosa.
Foi com o Renascimento que a natureza morta, juntamente com a paisagem e o retrato, começou a ganhar maior valorização, o que se deve ao crescente poder da burguesia, ao desenvolvimento do espírito científico e ao recolocar do homem no centro do Universo. Aliás, uma história idêntica à da natureza morta foi "vivida" pelo retrato e pela paisagem, mas poderá afirmar-se, com alguma segurança, que foi o retrato o primeiro a libertar-se dos entraves ideológicos que o secundarizavam relativamente à pintura religiosa e histórica. Apesar de tudo, o retrato figurava seres humanos, contrariamente à natureza morta, que se dedicava a seres inanimados. Mas foi também com o Renascimento e consequente interesse pela arte da Antiguidade greco-romana, que se redescobriram as decorações com "grotescos", que influenciaram, já em meados de quinhentos, os artistas do Maneirismo, e, sobretudo Giovanni da Udine. O movimento maneirista tinha como ideal a reacção ao idealismo clássico, o que se traduziu na escolha dos assuntos e, por exemplo, no colocar a realidade quotidiana em primeiro plano, em detrimento das cenas religiosas.


O séc. XVII trouxe o independência da natureza morta, com o conceber do quadro de cavalete votado ao tema, que foi dividindo em diversas categorias: flores, frutos, caça, etc. Poderá afirmar-se que a pintura a óleo sobre tela, contribuiu também para o desenvolvimento do género, pois permitia uma pintura mais detalhada e realista, nomeadamente ao nível das texturas, velaturas e tonalidades. Apesar de serem os Países Baixos que maior protagonismo deram a este tema, uma das primeiras naturezas-mortas autónomas conhecida é a Cesta de fruta de Caravaggio. Em Portugal, também no séc. XVII, por forte influência da arte espanhola, e nomeadamente de Sevilha, surgiram dois importantes pintores de natureza morta, Baltazar Gomes Figueira e sua filha Josefa de Óbidos.

Baltasar Gomes Figueira, Natureza Morta com Cordeiro e Peças de Caça (1645-1655, Museu de Évora)

Josefa de Óbidos, Natureza morta com doces e frutos (Paço dos Duques, Guimarães)

Com o nascimento das Academias, também no século XVII, a natureza morta foi considerada um género inferior, nomeadamente quando tratada como um tema independente. Segundo a hierarquização dos géneros, ficavam em primeiro lugar os assuntos históricos e religiosos, depois os retratos, as pinturas de género, e, por fim, as paisagens e as naturezas mortas. No entanto, no séc. XVIII, Chardin, pintor francês que cultivou o tema da natureza morta (além de temas de género), adquiriu o título de grande mestre. 
Só depois do Romantismo, já no séc. XIX, a natureza morta começou a alcançar um lugar de maior importância no seio da arte académica. Inicialmente, a natureza morta era vista como uma arte sobretudo decorativa, própria dos estudantes de pintura, para treinarem a sua capacidade de mimetização da realidade, ou das senhoras, pintoras amadoras, cujas regras ditavam que ficassem em casa, num mundo feito de intimidades e relações de familiaridade. Em meados de oitocentos, com o Realismo e o Naturalismo, alguns artistas começaram a olhar o mundo de uma forma cada vez mais democrática, partindo do princípio que todos os seres e objectos podem ser dignos de atenção, o que possibilitou que as naturezas mortas se desligassem cada vez mais de valores alegóricos e simbólicos, em favor de valores estéticos e compositivos. É aqui que entra o trabalho de Courbet, Manet e, depois, de Monet, entre outros. Serão também de mencionar as naturezas mortas de Columbano, embora elas coloquem outros problemas, não só de ordem plástica, pois são muitas vezes associadas ao retrato e ao intimismo.

Columbano Bordalo Pinheiro, Natureza morta (Museu do Chiado - MNAC)

Foi com Cézanne que a natureza morta se tornou num tema essencial da criação pictural e um campo de experimentação sempre renovado. As suas naturezas mortas devem ser consideradas como estudos consagrados aos diferentes problemas picturais. Esta via foi depois explorada, no séc. XX, pelos Cubistas, que viram na natureza morta o meio privilegiado de resolver problemas de representação espacial na pintura. Com Matisse e o Fauvismo, as coisas inanimadas tornam-se tema para harmonias plásticas.
Contudo, o interesse pela natureza morta como assunto de pintura pura, de índole quase abstracto, não a desligou totalmente de conotações simbólicas, embora esses valores se fossem alterando em favor de uma abordagem mais subjectiva e pessoal. Para Van Gogh os objectos tinham um significado humano e mesmo autobiográfico. Com os simbolistas, a natureza morta adquiriu valores espirituais e, com os surrealistas, permitiu a associação ao mundo do inconsciente. 
Desde o séc. XX até aos nossos dias, com a arte cada vez mais livre de entraves académicos e ideológicos, os objectos foram sendo olhados pelos artistas como tema e modelo para os seus trabalhos, em várias formas de expressão e em diversos materiais. Além da sua beleza, objectos têm a vantagem de "estar à mão", podendo ser combinados e dispostos como o artista bem entender, e por quanto tempo ele necessitar.

Eduardo Viana, Guitarra minhota (1943, Museu do Chiado - MNAC)
-
Bibliografia:
Charles Sterling, La nature morte: de l'Antiquité à nos jours, Paris, Éditions Pierre Tisné, 1952.

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Figos

Baltazar Gomes Figueira, Natureza morta com figos e uvas (Museu de Évora - Link)
-
Michelangelo di Campidoglio, Still Life with Grapes, Figs and Marrow (Museu Nacional de arte da Catalunha - Link)
-
Juan van der Hamen, Still Life with Artichokes, Figs, and Apples (1627 - Link)
-
Luis Menéndez, Still-Life with Figs (Musée du Louvre, Paris - Link)
-
Rafael Bordalo Pinheiro, Floreira (Museu da Cerâmica - Link)

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Natureza Morta I

Pintura de Baltazar Gomes Figueira, Natureza-morta (c. 1640-1650, Museu de Grão Vasco, Viseu).

Pintura do círculo de Baltazar Gomes Figueira, Natureza-morta com peixes e camarões (Museu de Évora).
---
É válido considerar que uma figuração pictural feita de objectos, qualquer que seja a sua técnica, com significado simbólico ou não, no momento em que é uma obra de arte plástica completa é uma natureza morta.
A natureza morta é composta por objectos artificiais ou naturais que o homem se apropria para o seu uso ou prazer; frequentemente mais pequenos que nós e ao alcance da nossa mão. Se bem que favorecidos por uma arte que glorifica o visual, fazem apelo a todos os sentidos, especialmente ao tacto e ao gosto.
---
Bibliografia:
Charles Sterling (1952).

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Natureza Morta com Papagaio

Pintura de Baltasar Gomes Figueira (atribuído), Natureza Morta com Papagaio.
---
A natureza morta é uma pintura que representa objectos inanimados. Despida de toda a anedota, ela é considerada como o género que serve melhor para revelar a existência das formas, das cores e dos valores na luz. Praticada desde a Antiguidade, a natureza morta só foi considerada como um género autónomo, no Ocidente, desde o século XVI.
A natureza morta parece reproduzir apenas objectos inanimados, coisas que já não estão vivas, mas, de facto, ainda contém vida. A expressão inglesa still life parece ser a mais correcta. A expressão do tempo que foge acompanha-se de uma crença na  sua permanência. Por vezes, o instante torna-se numa verdadeira eternidade.
---
Margarida Elias, baseado no Vocabulaire d'Esthétique, de Étienne Souriau.

domingo, 28 de fevereiro de 2010

Baltasar Gomes Figueira

Pintura de Baltasar Gomes Figueira, Nature morte au poisson (século XVII).
---

«Nascido e falecido em Óbidos – 1604 e 1674 – Baltazar Gomes Figueira foi uma das mais notáveis personalidades da pintura peninsular do século XVII. Famoso no seu tempo como pintor de naturezas-mortas (os chamados bodegones) e de paisagens (ao tempo denominados países), beneficiou de uma demorada educação artística em Sevilha, onde o convívio com Herrera el Viejo, Francisco de Zurbarán, Juan del Castillo, Francisco Pacheco e outras notoriedades do tempo lhe permitiram aprofundar conhecimentos e exercitar-se em géneros picturais onde cedo se tornaria um verdadeiro especialista. É por isso que Félix da Costa Meesen, num tratado escrito poucos anos depois da morte do pintor obidense, o elogia como «o sevilhano que nos paizes foi famozo», indicativo precioso (nem sempre devidamente compreendido) de que tais géneros de paisagem e natureza-morta, até então quase ignorados no panorama da arte portuguesa, passaram a contar, com Baltazar Gomes Figueira, com um mestre de excepcionais recursos».
---
A ver site da Câmara Municipal de Óbidos.