quarta-feira, 30 de outubro de 2019

Da Memória e da Arquitectura

Barão de Eschwege, Alçado Este do Palácio Nacional da Pena, Projecto Inicial (1840-1850, Palácio Nacional da Pena)
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«Com efeito, a aventura da humanidade e das civilizações que a viveram exclui não apenas (...) a estagnação do tempo, mas também a amnésia (…). A aventura da humanidade funda-se e alimenta-se da memória do passado mental e material, sempre diferente, das diferentes civilizações que tiveram necessariamente de se apropriar dele para poderem superá-lo e transformá-lo conforme as suas identidades respectivas. Substituir, transmitir e dar a viver, pela mediação dos seus traços espaciais, a memória das gerações sucessivas é exactamente o papel que John Ruskin atribuía à arquitectura do passado, sob todas as suas formas, ao afirmar que sem a arquitectura “não somos capazes de relembrar”».
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Françoise Choay, Património e mundialização, Évora, Casa do sul Editora, 2005, p. 21. A citação de John Ruskin é do livro The seven lamps of architecture, The lamp of memory, Vol. II, Londres, Dent & Sons, 1956, p. 182.

terça-feira, 29 de outubro de 2019

D. Fernando II

H. Tisseron, Sintra. Palácio da Pena em construção (1855-1865, Biblioteca da Ajuda)
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«Existe n’um canto do mundo um rei tão bom, tão gentil, tão bello que parece dever pertencer a essas lendas douradas onde os nossos debeis dedinhos, guiados pelos dedos tremulos de nossos avós, seguiam as proesas phantasticas dos principes encantadores, ao passo que as nossas imaginaçõesinhas bebiam ahi os elementos do maravilhoso.
Este rei chama-se D. Fernando. É pae do actual soberano de Portugal e é adorado pelos seus subditos».
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Marie Letizia Rattazzi, Portugal de Relance, Lisboa, Livraria Editora de Henrique Zeferino, 1881,  vol. II, pp. 52-53.

segunda-feira, 28 de outubro de 2019

Do Romantismo e das Nações

Clémentine Brélaz, litografia de Manuel Luís da Costa, Chatêau des Maures (1840, Palácio Nacional da Pena)
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«Los românticos redescubrieron las naciones. El mundo del siglo XIX es un mundo de naciones y cada individuo asume (...) la pertenencia a una comunidad nacional que se caracteriza fundamentalmente por la posesión de una historia y de una cultura proprias (...)».
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Carlos Reyero, «Sintra y la Imagen Romantica de Portugal en España», in Romantismo, Sintra nos Itinerários de um Movimento, Sintra, Instituto de Sintra, 1988, p. 37.

sexta-feira, 25 de outubro de 2019

Termos de Arte e de Arquitectura - Assemblage

Pablo Picasso, Tête de Taureau (1942, Musée Picasso, Paris)
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«Técnica semelhante à colagem que utiliza objectos e materiais tridimensionais para criar obras de arte muito originais. Bastante praticada pelas vanguardas, um exemplo desta técnica é a Cabeça de Touro realizada por Picasso em 1942, combinando um selim e um guiador de bicicleta».
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In Dicionário de Termos Artísticos e Arquitectónicos, Público, 2006, pág. 44.

quinta-feira, 24 de outubro de 2019

Diversidade

Jean Metzinger, Globe and Banjo (1930
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«(…) Desde 1952, Claude Lévi-Strauss advertia que não existe, não pode existir uma civilização mundial no sentido absoluto que muitas vezes damos a este termo, uma vez que a civilização implica a coexistência de culturas, oferecendo entre elas o máximo de diversidade, e consiste nesta coexistência, pois “é a diversidade que deve ser salva, não o conteúdo histórico que cada época lhe deu e que nenhuma saberia perpetuar para além de si própria”». 
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Claude Lévi-Strauss, Race et Histoire, Paris, UNESCO, 1952, citado in Françoise Choay, Património e mundialização, Évora: Casa do sul Editora, 2005, p. 24. Cf. com o poste «Civilização», deste blogue, de 23 de Outubro de 2012.

quarta-feira, 23 de outubro de 2019

Avaliar

Giuseppe Sciuti, Pindaro esalta un vincitore nei giochi olimpici (1872, Hulton Collection)
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«Cada um merece ser avaliado pelo que faz e não pelo que se diz dele».
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Píndaro.
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Citação retirada do livro Dicionário de Citações e Provérbios, de Luis Señor González, publicado pelo Correio da Manhã, em 2004, p. 22.

terça-feira, 22 de outubro de 2019

Património II

Igreja de Santiago (Castelo de Palmela)
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«“Só se protege o que se conhece”, frase mais do que banal entre os profissionais que trabalham em património cultural, mas também “só se protege o que se ama”».
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Deolinda Folgado, «Património cultural: entre o acontecimento e a comunicação», in Revista Património, N. 2, Novembro de 2014, p. 174.

segunda-feira, 21 de outubro de 2019

Património I


Sé de Leiria
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«Through interpretation, understanding; through understanding, appreciation; through appreciation, protection».
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Freman Tilden (Interpreting our Heritage, 1957).
Citado in Mariana Courinha de Torres Vaz Freire, Cultura, Património e Turismo: Uma Trilogia Possível? Sons, Silêncios e Outros Sentidos no Mosteiro de S. Bento de Cástris, FCSH-UNL, 2011 (Trabalho de Projecto), p. 28.

sexta-feira, 18 de outubro de 2019

Palavras

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Porque gosto de palavras, decidi iniciar esta rubrica. E deparei-me logo com esta palavra, que aparece muito nas palavras cruzadas: "Aal". Segundo Cândido de Figueiredo é uma «árvore terebintácea, cuja casca aromatiza o vinho». Contudo, não consegui perceber de que árvore, concretamente, se trata. Na internet, se pesquiso por "aal", aparece uma árvore de onde se extrai um corante vermelho. Será essa?
Bibl.: Cândido de Figueiredo, Pequeno Dicionário da Língua Portuguesa, Bertrand, 1981 (1.ª ed. 1924).

terça-feira, 15 de outubro de 2019

No Dia de Santa Teresa de Ávila

Joaquim Machado de Castro, Santa Teresa de Ávila (1781-1784, Museu Nacional de Arte Antiga)

segunda-feira, 14 de outubro de 2019

Orpen e Everett

William Orpen, Herbert Barnard John Everett (c. 1900, National Maritime Museum, Greenwich, London)
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John Everett, A Barquentine, St Malo (National Maritime Museum, Greenwich, London)

sexta-feira, 11 de outubro de 2019

Da exposição de Sarah Affonso na Gulbenkian

Da exposição «Sarah Affonso e a Arte Popular do Minho» (que terminou no dia 7), com curadoria de Ana Vasconcelos. As fotografias foram tiradas pelo meu marido.
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Carrocel (1936)

Rótulo publicitário (1921-1937)

Minhota-Ementa, Hotel de Santa Luzia, Viana do Castelo

António Côto (atribuído), Galo (Museu Nacional de Etnologia)
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Três notas: No blogue a.muse.arte, de Maria Isabel Roque, está, entre outras coisas interessantes, uma fotografia do vestido de baptizado bordado por Sarah Affonso para o filho (que não consegui fotografar). Uma fotografia do mesmo galo já esteve no Prosimetron há uns dias atrás. Agora quero ver a exposição do MNAC, também sobre Sarah Affonso, que termina a 22 de Março do próximo ano.

quinta-feira, 10 de outubro de 2019

Do Desenho segundo Francisco de Holanda II

António de Holanda (atribuído), Calendário (mês de Outubro), Livro de Horas  (1517-1551, Museu Nacional de Arte Antiga)
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«Serve em as jmagens dos Livros iluminadas asi do Missal como de todos os outros Livros do Altar e Coro; que Devem ser feitos com grande DESEGNO E Cuidado, E discrição, como fez fazer El Rej Dom Manoel Vosso bisavô a meu pay António Dolanda o breviário (...)».
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Francisco de Holanda, Lembrança Ao muyto Serenissimo e Christianissimo Rey Dom Sebastiam: De quãto Serve A Sciencia do Desegno e Etendimento da Arte da Pintura, na República Christam Asi na Paz Como na Guerra (Lisboa, 1571). In Jorge Segurado, Francisco d'Ollanda, Lisboa, Edições Excelsior, 1970, página 142.

quarta-feira, 9 de outubro de 2019

Acção

Angelica Kauffman, Johann Wolfgang von Goethe (1775)
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«Pensar é fácil; agir, difícil; transformar os pensamentos em actos é o mais difícil».
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Johann W. Goethe.
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Citação retirada do livro Dicionário de Citações e Provérbios, de Luis Señor González, publicado pelo Correio da Manhã, em 2004, p. 20.

terça-feira, 8 de outubro de 2019

Porque ontem foi dia dos castelos

Amadeo de Souza-Cardoso, título desconhecido (castelo) (1911, Museu Calouste Gulbenkian)

segunda-feira, 7 de outubro de 2019

Afinidades XXXII

Cornelis de Heem, Still Life with Fruit (1654)
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Emília Mattos, Natureza Morta com Frutos e Vegetais (1892)

sexta-feira, 4 de outubro de 2019

No Dia de São Francisco

Livro de São Francisco de Assis (Museu Nacional de Etnologia)
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Relembro o poema de Vinicius de Morais, que publiquei aqui há quatro anos:

SÃO FRANCISCO

Lá vai São Francisco
Pelo caminho
De pé descalço
Tão pobrezinho
Dormindo à noite
Junto ao moinho
Bebendo a água
Do ribeirinho.

Lá vai São Francisco
De pé no chão
Levando nada
No seu surrão
Dizendo ao vento
Bom dia, amigo
Dizendo ao fogo
Saúde, irmão. 

Lá vai São Francisco
Pelo caminho
Levando ao colo
Jesuscristinho
Fazendo festa
No menininho
Contando histórias
Pros passarinhos.
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quinta-feira, 3 de outubro de 2019

Legumes para o mês de Outubro

Continuando, e seguindo as mesmas fontes, mas dando preferência às sugestões da APAB, porque me parecem mais "portuguesas" (ou mais comuns) do que as da Deco:

Abóbora
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Columbano Bordalo Pinheiro, Natureza Morta (1895, Museu Nacional Grão Vasco)
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Agrião
Alface
Alho francês
Batata nova
Beldroegas
Beringela
Beterraba
Brócolos
Cebola
Cenoura
Chuchu
Courgette
Couve flor
Couve de bruxelas
Couve galega
Couve lombarda
Couve portuguesa
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Wenceslau Cifka, Terrina Couve (Séc. XIX, Museu de Cerâmica)
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Espinafre
Feijão verde
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Costa Motta Sobrinho, Pote com feijão verde (1910, Museu de José Malhoa)
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Grelos
Milho doce
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José Malhoa, Milho ao Sol (1927, Museu Nacional Grão Vasco)
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Nabiça
Nabo
Pepino
Pimento
Rabanete
Repolho
Rúcula
Tomate

quarta-feira, 2 de outubro de 2019

Frutas do mês de Outubro

Ando a pesquisar quais são as frutas que se devem consumir neste mês, de preferência de Portugal, ou pelo menos da Península Ibérica. A pesquisa não é fácil, até porque já não me lembro lá muito bem como era antigamente. Só tenho a certeza que costumava haver bananas e ananás (provavelmente da Madeira e dos Açores, respectivamente) e que não havia tantos frutos tropicais (ou quase nenhuns). Segundo a Associação Portuguesa de Agricultura Biológica e a Deco Proteste:

Ameixa
Amêndoa
Ananás
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Rafael Bordalo Pinheiro, Prato. Ananás (1899, Museu de Cerâmica, Caldas da Rainha)
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Castanha
Dióspiro
Laranja
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Rolando Sá Nogueira, Painel de Azulejos (1988, Museu Nacional do Azulejo)
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Limão
Maçã
Noz
Pêra
Pêssego
Romã
Tangerina
Uva
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Pia de Purificação (Séc. V-VI, Museu Nacional de Arqueologia)

terça-feira, 1 de outubro de 2019

No Dia de Santa Teresa de Lisieux

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Perdi o jeito de sofrer 
Ora essa. 
Não sinto mais aquele gosto cabotino da tristeza. 
Quero alegria! 
Me dá alegria, 
Santa Teresa! 

Santa Teresa não, Teresinha... 
Teresinha... Teresinha...
 Teresinha do Menino Jesus. 

Me dá alegria! 
Me dá a força de acreditar de novo 
No 
Pelo Sinal 
Da Santa 
Cruz! 
Me dá alegria! 
Me dá alegria, Santa Teresa!... 
Santa Teresa não, Teresinha... 
Teresinha do Menino Jesus.
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