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terça-feira, 29 de outubro de 2019

D. Fernando II

H. Tisseron, Sintra. Palácio da Pena em construção (1855-1865, Biblioteca da Ajuda)
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«Existe n’um canto do mundo um rei tão bom, tão gentil, tão bello que parece dever pertencer a essas lendas douradas onde os nossos debeis dedinhos, guiados pelos dedos tremulos de nossos avós, seguiam as proesas phantasticas dos principes encantadores, ao passo que as nossas imaginaçõesinhas bebiam ahi os elementos do maravilhoso.
Este rei chama-se D. Fernando. É pae do actual soberano de Portugal e é adorado pelos seus subditos».
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Marie Letizia Rattazzi, Portugal de Relance, Lisboa, Livraria Editora de Henrique Zeferino, 1881,  vol. II, pp. 52-53.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2018

Dos perus

Branco e Negro, n.º 39, Dezembro de 1896.
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Em leituras que tenho feito ultimamente, notei que a tradição em Lisboa, no Natal, no final do século XIX, era comer peru. Diz Madame Ratazzi (1831-1902):

«Da Inglaterra importou Portugal o costume de solemnisar o Natal do Redemptor, como o maior dia do anno, aquelle em que se trocam parabens e saudações risonhas e festivaes. (…) E para em tudo imitarem o Christmas dos seus fieis aliados não há familia portugueza que não compre, para celebrar a solemnidade, um peru (…)». E acrescentava que: 
«Os vendilhões annunciam a sua mercadoria gritando descompassadamente: perus! quem compra perus! De resto, a mercadoria annuncia-se por si mesma, visto que ninguem ignora que os perus são de uma eloquencia rara (...). Em plena rua o comprador apanha a victima, analysa-a no intuito de saber se ella dará um bom jantar, discute o preço, paga e leva o peru. (…) A localidade escolhida para a reunião do exercito de perus é o largo que defronta com uma das arcadas lateraes do theatro de D. Maria II. Nas vesperas de Natal é uma invasão! No dia seguinte, ao anoitecer, não existe um unico peru (…). / Pobres perus!... (...)».
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Marie Letizia Rattazzi, Portugal de Relance, Lisboa, Livraria Editora de Henrique Zeferino, 1881, pp. 25 e 26.