Mostrar mensagens com a etiqueta Paolo Uccello. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Paolo Uccello. Mostrar todas as mensagens

segunda-feira, 16 de abril de 2018

Dos géneros na pintura (ideias que me surgem)

Jacopo Bellini, Retrato de perfil de um rapaz (1470, National Gallery of Art, Washington)
-
Desconheço se alguém já fez esta análise, mas há uns tempos veio-me à mente relacionar um livro do Bruno Latour com a arte. O que ele diz é:
«A hipótese deste ensaio (...) é que a palavra “moderno” designa dois conjuntos de práticas totalmente diferentes que, para permanecerem eficazes, devem permanecer distintas, mas que recentemente deixaram de sê-lo. O primeiro conjunto de práticas cria, por “tradução”, misturas entre gêneros de seres completamente novos, híbridos de natureza e cultura. O segundo cria, por “purificação”, duas zonas ontológicas inteiramente distintas, a dos humanos, de um lado, e dos não-humanos, de outro. (...)».  - Bruno Latour, Jamais fomos modernos. Ensaio de Antropologia Simétrica, Rio de Janeiro, Editora 34, 1994 (1.ª ed. Paris, La Découverte, 1991), p. 16.
Caravaggio, Natureza morta com flores e frutos (1601, Borghese Gallery, Rome)

Na minha interpretação, ele parte do princípio que o pensamento moderno nasceu da vontade de separar os vários campos do saber. Por isso, ele também afirma:
«(...) A espiritualidade foi reinventada, isto é, a transcendência do Deus todo-poderoso no foro íntimo sem que Ele interviesse em nada no foro exterior. Uma religião totalmente individual e espiritual permitia criticar tanto a dominação da ciência quanto a da sociedade, sem com isto obrigar Deus a intervir em uma ou na outra. Tornava-se possível, para os modernos, serem ao mesmo tempo laicos e piedosos» (p. 39).
Albrecht Durer, View of Trente (1494)

O livro dele coloca a questão se alguma vez essa separação, entre a natureza objectiva e a sociedade livre, foi efectivamente feita, porque existem, sobretudo actualmente, seres híbridos, que não correspondem exactamente a nenhum campo, onde o «sistema de purificação» falha.


Mas, o que me levou a pensar de novo neste livro é se a progressiva separação dos géneros na arte, que se produziu sobretudo desde a Idade Moderna (Renascimento) não é fruto da mesma vontade de purificação. De facto, tanto o retrato, como a paisagem, a natureza-morta, a pintura animalista, a pintura de costumes, de história e religiosa, e todos os subgéneros associados a cada uma delas, parecem ser fruto do mesmo desejo de separar os objectos de análise e os temas. Resta saber (e penso que sim), se também aqui a purificação falhou, o que conduziu a misturas de géneros. E basta pensar, por exemplo, na paisagem, que antes do séc. XIX estava quase sempre associada a significados religiosos ou simbólicos - sendo raras as excepções.

quinta-feira, 11 de maio de 2017

(Re)descobertas III / Afinidades VII

(c. 1435-1455, Galleria degli Uffizi, Florença)
-
«Il rigore di Paolo è simile a quello dei Cubisti al principio del nostro secolo. con loro immagini tanto più vere quanto meno verosimili. Paolo construisce lo spazio secondo la prospettiva, il fatto storico secondo la struttura dello spazio: se l'immagine risulta innaturale e inverosimile, tanto peggio per la natura e per la storia.»
-
Argan, Storia dell'Arte Italiana, Vol. II, pp. 185-186.
-
Pablo Picasso, Guernica (1937, Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofía, Madrid)

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Dia 23 de Abril: Dia de São Jorge

Pintura de Paolo Uccello, São Jorge e o Dragão (c. 1456, National Gallery, Londres).
 Pintura de Paolo Uccello, São Jorge e o Dragão (1458-60, Musée Jacquemart-André, Paris).
 ---
De acordo com a Lenda Dourada, a história de São Jorge teve lugar na Líbia, numa cidade onde havia um dragão que envenenava com o seu hálito todos que dele se aproximassem. Para o apaziguar e manter afastado, as pessoas ofereciam-lhe ovelhas em sacrifício, mas quando estas acabaram começaram a oferecer-lhe crianças. A certa altura, chegou a vez da filha do rei, sendo esta enviada para o dragão, vestida como uma noiva. São Jorge viu a princesa e decidiu ajudá-la. Com a sua lança feriu o dragão, dizendo à princesa para o prender, o que fez amansar o animal. Seguiram então para a cidade, onde os habitantes se converteram ao cristianismo.
---
Texto baseado na Wikipedia.