quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Feliz ano novo!


Pintura de Renoir, Bal au Moulin de la Galette, Monmartre (1876, Museu de Orsay, Paris).

quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

O Inverno I


Pintura de Boucher, Inverno (1735, Frick Collection, Nova Iorque).
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«Au milieu de l'hiver, j'ai découvert en moi un invincible été».
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terça-feira, 29 de dezembro de 2009

A Esperança


Pintura de Charles Chaplin, Girl with a bird nest (c. 1860-1870, Museu do Hermitage, São Pertersburgo).
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Hope is the thing with feathers,
that perches in the soul,
and sings the tune without the words,
and never stops at all.
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Eu deveria inspirar-me nesta frase, porque ando cheia de medo, de tudo...

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

O Inverno


Pintura de Aert Van der Neer, River in Winter (c. 1645, Museu do Hermitage, São Petersburgo).
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The color of springtime is in the flowers, the color of winter is in the imagination.
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domingo, 27 de dezembro de 2009

Sagrada Família


Hoje, que, de acordo com o meu calendário, foi dia da Sagrada Família, aqui deixo esta pintura de Jan Bruegel, o Velho (c. 1623, Alte Pinakothek, Munique). Gosto muito da obra deste pintor flamengo, do século XVII, assim como de muitos outros artistas dos Países Baixos, da mesma época. Além do colorido e naturalismo das composições, acho lindíssimas as grinaldas de flores encolvendo as cenas religiosas.
Neste caso, vê-se uma imagem da Sagrada Família, situada numa paisagem. Nossa Senhora tem o Menino ao colo e junto dela, meio escondido, está São José. Junto deles estão muitos anjos, três dos quais em grande plano. Vê-se ainda um cordeiro, lembrando por um lado a adoração dos pastores, mas também São João Baptista, que diria de Jesus, ao baptizá-lo: «Eis o Cordeiro de Deus». Ao longe vê-se outra cena figurativa, mas que não consigo identificar.
Para mim, o mais curioso são os insectos e outros pequenos animais que circundam as figuras, juntamente com as flores e os frutos, realçando o teor festivo da composição.

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Eu hei-de dar ao Menino


Pintura de Murillo, Adoração dos Pastores (1646-1650, Museu do Hermitage, São Petersburgo).
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Eu hei-de dar ao Menino
Uma fitinha pró chapéu;
E ele também me há-de dar
Um lugarzinho no céu.
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Olhei para o céu,
Estava estrelado.
Vi o Deus Menino
Em palhas deitado.
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Em palhas deitado,
Em palhas estendido,
Filho duma rosa,
Dum cravo nascido!
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No seio da Virgem Maria
Encarnou a divina graça;
Entrou e saiu por ela
Como o sol pela vidraça.
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Arre, burriquito,
Vamos a Belém,
Ver o Deus Menino
Que a Senhora tem;
-
Que a Senhora tem,
Que a Senhora adora.
Arre, burriquito
Vamos lá embora.
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terça-feira, 22 de dezembro de 2009

A Estrela de Natal


Imagem de Robert M. Lewis, Chistmas Star (2001).
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«"Como é que hei-de encontrar o caminho?", perguntava ela.
E levantou a cabeça.
Então viu que no céu, lentamente, muito lentamente, uma estrela caminhava. "Esta estrela parece um amigo", pensou ela.
E começou a seguir a estrela.»
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Sophia de Mello Breyner Andresen (A Noite de Natal).

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

A Árvore e o Presépio


Presépio de Machado de Castro na Basílica da Estrela (c. 1782/4, Lisboa).
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«Da árvore nascia um brilhar maravilhoso que pousava sobre todas as coisas. Era como se o brilho duma estrela se tivesse aproximado da Terra. Era o Natal. E por isso uma árvore se cobria de luzes e os seus ramos se carregavam de extraordinários frutos em memória da alegria que, numa noite muito antiga, se tinha espalhado sobre a Terra.
E no presépio as figuras de barro, o Menino, a Virgem, São José, a vaca e o burro, pareciam continuar uma doce conversa que jamais tinha sido interrompida. Era uma conversa que se via e não se ouvia».
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Sophia de Mello Breyner Andresen (A Noite de Natal).

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

A cozinheira


Pintura de Jean-Baptiste-Siméon Chardin, La Pourvoyeuse (1739, Museu do Louvre).
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«Porque ela sabia que a Gertrudes conhecia o mundo. Todas as manhãs a ouvia discutir com o homem do talho, com a peixeira e com a mulher da fruta. E ninguém a podia enganar. Porque ela era cozinheira há trinta anos. E há trinta anos que ela se levantava às sete da manhã e trabalhava até às onze da noite. E sabia tudo o que se passava na vizinhança e tudo o que se passava dentro das casas de toda a gente. E sabia todas as notícias, e todas as histórias das pessoas. E conhecia todas as receitas de cozinha, sabia fazer todos os bolos e conhecia toda as espécies de carnes, de peixes, de frutas e de legumes. Ela nunca se enganava. Conhecia bem o mundo, as coisas e os homens».
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Sophia de Mello Breyner Andresen (A Noite de Natal).

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Noite estrelada


Pintura de Vincent Van Gogh, The Starry Night (1889, Museum of Modern Art, Nova Iorque).
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«E muito alto, por cima das árvores, era a escuridão enorme e redonda do céu. E nessa escuridão as estrelas cintilavam, mais claras do que tudo. Cá em baixo era uma festa e por isso havia muitas coisas brilhantes: velas acesas, bolas de vidro, copos de cristal. Mas no céu havia uma festa maior, com milhões e milhões de estrelas».
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Sophia de Mello Breyner Andresen (A Noite de Natal).

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Joana deu uma volta à roda da mesa...


Ilustração para um livro infantil sobre o Natal (1910).
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«Joana deu uma volta à roda da mesa. Os copos já lá estavam, tão frios e luminosos que mais pareciam vindos do interior duma fonte de montanha do que do fundo dum armário.
As velas estavam acesas e a sua luz atravessava o cristal. Em cima da mesa havia coisas maravilhosas e extraordinárias: bolas de vidro, pinhas douradas e aquela planta que tem folhas com picos e bolas encarnadas. Era uma festa. Era o Natal».
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Sophia de Mello Breyner Andresen (A Noite de Natal).

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Os copos passavam a sua vida fechados dentro dum grande armário...


Anónimo, Alemanha do Norte, L'armoire aux bouteilles et aux livres (c. 1520, Museu de Unterlinden, Colmar, © photo O. Zimmermann).
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«Os copos passavam a sua vida fechados dentro dum grande armário de madeira escura que estava no meio do corredor. Esse armário tinha duas portas que nunca se abriam completamente e uma grande chave. Lá dentro havia sombras e brilhos. Era como o interior de uma caverna cheia de maravilhas, e segredos. Estavam lá fechadas muitas coisas que não eram precisas para a vida de todos os dias, coisas brilhantes e um pouco encantadas: loiças, frascos, caixas, cristais e pássaros de vidro. Até havia um prato com três maçãs de cera e uma menina de prata que era uma campainha. E também um grande ovo da Páscoa feito de loiça encarnada com flores doiradas».
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Sophia de Mello Breyner Andresen (A Noite de Natal).

sábado, 12 de dezembro de 2009

Mas um dia encontrou um amigo.


Pintura de Columbano Bordalo Pinheiro, Cabeça de rapaz (1889, Museu de José Malhoa).
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«(...) Foi numa manhã de Outubro.
Joana estava encarrapitada no muro. E passou pela rua um garoto. Estava todo vestido de remendos e os seus olhos brilhavam como duas estrelas. Caminhava devagar pela beira do passeio sorrindo às folhas do Outono. O coração de Joana deu um pulo na garganta.
-Ah! - disse ela.
E pensou:
"Parece um amigo. É exactamente igual a um amigo"».
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Sophia de Mello Breyner Andresen (A Noite de Natal).

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

«Era uma vez uma casa pintada de amarelo com um jardim à volta».


Pintura de Pissarro, The Hermitage at Pontoise (1867, Museu Guggenheim de Nova Iorque).
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«No jardim havia tílias, bétulas, um cedro muito antigo, uma cerejeira e dois plátanos. Era debaixo do cedro que Joana brincava. Com musgo e ervas e paus fazia muitas casas pequenas encostadas ao grande tronco escuro. Depois imaginava os anõezinhos que, se existissem, poderiam morar naquelas casas. E fazia uma casa maior e mais complicada para o rei dos anões».
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Sophia de Mello Breyner Andresen (A Noite de Natal).

Os quatro elementos


Pintura de Jacques Linard, Natureza-morta com os quatro elementos (c. 1640, Indianapolis Museum of Art).
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Os quatro elementos:
Ar: os pássaros e as nuvens;
Terra: os frutos e as flores;
Água: as ostras;
Fogo: a braseira.
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Mas, quando olho para esta pintura vejo também os cinco sentidos:
Visão: o próprio quadro;
Paladar: as ostras e os frutos;
Escutar: os pássaros;
Cheirar: as flores;
Tacto: os utensílios para cortar e comer (faca e colher).

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Um Jardim


J.-P. Laurens, Le chemin de la maloche (1878, Sothebys-2009).
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«E foram os dois pelo jardim fora. O rapazinho olhava uma por uma cada coisa. Joana mostrou-lhe o tanque e os peixes vermelhos. Mostrou-lhe o pomar, as laranjeiras e a horta. E chamou os cães para ele os conhecer. E mostrou-lhe a casa da lenha onde dormia um gato. E mostrou-lhe todas as árvores e as relvas e as flores».
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Sophia de Mello Breyner Andresen (A Noite de Natal).

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Dia de Nossa Senhora da Conceição

«Nas cortes celebradas em Lisboa no ano de 1646 declarou el-rei D. João IV que tomava a Virgem Nossa Senhora da Conceição por padroeira do Reino de Portugal, prometendo-lhe em seu nome, e dos seus sucessores, o tributo anual de 50 cruzados de ouro. Ordenou o mesmo soberano que os estudantes na Universidade de Coimbra, antes de tomarem algum grau, jurassem defender a Imaculada Conceição da Mãe de Deus. Não foi D. João IV o primeiro monarca português que colocou o reino sob a protecção. da Virgem, apenas tornou permanente uma devoção, a que os nossos reis se acolheram algumas vezes em momentos críticos para a pátria. D. João I punha nas portas da capital a inscrição louvando a Virgem, e erigia o convento da Batalha a Nossa Senhora, como o seu esforçado companheiro D. Nuno Alvares Pereira levantava a Santa Maria o convento do Carmo. Foi por provisão de 25 de Março do referido ano de 1646 que se mandou tomar por padroeira do reino Nossa Senhora da Conceição (...)».
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Portugal - Dicionário Histórico.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Paisagem

Pintura de Jacob Maris, View of the Mill and Bridge on the Noordwest Buitensingel in The Hague (1873, National Gallery of Art-Washington).
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«Any landscape is a condition of the spirit».
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domingo, 6 de dezembro de 2009

O Silêncio


Pintura de Hammershoi, Interior (1901, The Ordrupgaard Collection).
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«Um silêncio cauto e prudente é o cofre da sensatez».
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quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

A Curiosidade


Pintura de Gerard ter Borch, Curiosidade (ca. 1660-1662, Metropolitan Museum of Art, Nova Iorque).
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«The first and simplest emotion which we discover in the human mind, is curiosity».

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Uma Casa


 Uma casa em Torres Vedras (Fotografia de Margarida Elias).
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«A boa casinha portuguesa tem de ser encarada no conjunto da paisagem à qual se liga. (…) É nestas horas palpitantes, doiradas e calmas, em que nos sentimos imbuídos não sabemos de que sentimento de paz e conciliação, que essas simpáticas casinhas à beira da estrada, ou entre os  campos, melhor nos revelam o seu português sentido. Que alegres no seu variado matiz, que acomodadas nas proporções; que graça, que modéstia e contentamento não respiram! Nada têm de forçado ou de menos seguro efeito; tudo parece ter nascido do próprio lugar com toda a naturalidade».
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Raul Lino (1933),
Citado por Irene Ribeiro.