Este blogue é pessoal e sem fins lucrativos. Se sentir que eu estou a infringir os seus direitos de autor(a) agradeço que me contacte de imediato para eu remover o referido conteúdo: elias.margarida@gmail.com / This blogue is a non-profit and personal website. If you feel that your copyright has been infringed, please contact me immediately: elias.margarida@gmail.com
domingo, 30 de agosto de 2015
sexta-feira, 28 de agosto de 2015
Do Amor
-
«(...) 1+1=1 é a fórmula que o então jovem Almada Negreiros propôs há quase um século – em abril de 1919 – em Histoire du Portugal par Coeur, publicado em Paris, para, através da certeza própria dos números e das fórmulas aritméticas, expressar a noção de existência de uma unidade coerente e una que contextualiza, enquadra e dá sentido à diversidade das partes que a compõe – a unidade na diversidade.
Através daquela simples fórmula, Almada procura expressar a noção de unidade, de união e de uma certa coerência, que deve pautar a lógica de funcionamento da família, no seio e na base da qual é possível identificar, desde logo como pilares fundamentais, a diversidade própria do género – do homem e da mulher –. No caso da família, Almada traduz essa unidade coerente pela noção de amor.
Porém o autor vai mais longe. No mesmo documento defende, seguindo a mesma lógica, a necessidade de existência de um sentido de unidade do todo nacional, de coesão social, que deve traduzir-se por um desígnio, uma vontade, uma determinação de todo o povo português em torno de um movimento, de um objectivo uno, em que todos de alguma forma se revejam, com o qual se identifiquem e que deve servir de orientação das partes. Almada Negreiros alicerça esta visão dinâmica e coerente da sociedade com o romantismo próprio da época, é certo, porém com fortes traços de apego ao seu Portugal, com um enorme orgulho por ser e por sentir ser português… (...)».
-
António João Maia, publicado em 3 Maio 2013, Jornal i (fonte: http://www.ionline.pt/iopiniao/1111-11 ) - no facebook in Almada Negreiros 120 anos
-
Etiquetas:
Almada Negreiros,
António João Maia,
Desenho,
Fotografia,
Sarah Affonso
quinta-feira, 27 de agosto de 2015
Burne-Jones: Cinderella, Bela Adormecida e A Bela e o Monstro
«I mean by a picture a beautiful romantic dream of something that never was, never will be – in a light better than any light that ever shone – in a land no one can define, or remember, only desire…»
-
-
Cinderella (1863)
-
The Sleaping Beauty (1870-1890)
-
(colaboração com William Morris), Beauty and the Beast
quarta-feira, 26 de agosto de 2015
O Carrossel do Zoo
No Zoo de Lisboa
-
O carrossel
Rodando no carrossel
subo e desço uma montanha.
No meu cavalo de pau,
A galope, quem me apanha?
À volta, à volta, entre o vento,
o riso, a luz, as canções,
corro entre duas girafas,
seguido por três leões.
-
-
Etiquetas:
Animais,
Lisboa,
Luísa Ducla Soares
terça-feira, 25 de agosto de 2015
Pardais...
Ohara Koson, Tree sparrow and bamboo
-
O pardal no fio
O pardal no fio
ouvia as conversas
de fio a pavio.
Nada o afastava:
nem o trovão,
nem o frio.
O que ouvia contava,
o que contava corria,
o que corria mudava
o que já se sabia.
O pardal recusou
a alpista,
arranjou uma lista
e fez–se telefonista.
-
-
(link)
Etiquetas:
Animais,
Banda Desenhada,
José Jorge Letria,
Ohara Koson
segunda-feira, 24 de agosto de 2015
Pontos de vista
M.C. Escher, Ant (1943)
-
A FORMIGA
As coisas devem ser bem grandes
Pra formiga pequenina
A rosa, um lindo palácio
E o espinho, uma espada fina
A gota d'água, um manso lago
O pingo de chuva, um mar
Onde um pauzinho boiando
É navio a navegar
O bico de pão, o corcovado
O grilo, um rinoceronte
Uns grãos de sal derramados,
Ovelhinhas pelo monte
-
Vinicius de Moraes e Paulo Soledade
Etiquetas:
Animais,
Desenho,
Escher,
Vinicius de Moraes
sexta-feira, 21 de agosto de 2015
Do prosaico até ao infinito...
Luis Camnitzer, Infinite Rays of the Sun (1978)
-
O prato da menina
A menina tinha um prato
e dentro do prato um pato
de penas cinzentas lisas
e no fundo desse prato
havia um prato pintado
e dentro do prato um pato
com uma menina ao lado.
E essa menina de tinta
tinha um prato mais pequeno
e dentro do prato um pato
de penas cinzentas lisas
e no fundo desse prato
estava outra menina ao lado
de um outro pato de penas
cada vez mais pequeninas.
Se a menina não comia
não via o fundo do prato
que tinha lá dentro um pato
de penas cinzentas lisas,
nem via a outra menina
que era bem mais pequenina
e tinha na frente um prato
que tinha lá dentro um pato
um pato muito bonito
de penas cinzentas lisas
tão pequenas tão pequenas
que até parecia impossível
como a menina ainda via
e imaginava o desenho
até ao próprio infinito!
-
Etiquetas:
Luis Camnitzer,
Maria Alberta Menéres
quinta-feira, 20 de agosto de 2015
Subscrever:
Mensagens (Atom)