sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

Horizonte

John Mille, Horizon II
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Horizonte

Ó mar anterior a nós, teus medos
Tinham coral e praias e arvoredos.
Desvendadas a noite e a cerração,
As tormentas passadas e o mistério,
Abria em flor o Longe, e o Sul sidério
'Splendia sobre as naus da iniciação.

Linha severa da longínqua costa -
Quando a nau se aproxima ergue-se a encosta
Em árvores onde o Longe nada tinha;
Mais perto, abre-se a terra em sons e cores:
E, no desembarcar, há aves, flores,
Onde era só, de longe a abstracta linha.

O sonho é ver as formas invisíveis
Da distância imprecisa, e, com sensíveis
Movimentos da esp´rança e da vontade,
Buscar na linha fria do horizonte
A árvore, a praia, a flor, a ave, a fonte -
Os beijos merecidos da Verdade.
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3 comentários:

Presépio no Canal disse...

O poema é muito bonito, mas gostei especialmente da última estrofe.
Beijinhos!

Margarida Elias disse...

Eu também. Beijinhos! :-)

ana disse...

Também me associo ao gosto especial pela última estrofe.
Beijinhos. :))