sábado, 22 de novembro de 2008

Quillebeuf, Mouth of the Seine

Pintura de Turner (Museu Gulbenkian, Lisboa).
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(...) every nation, perhaps every generation, has in all probability some peculiar gift, some particular character of mind, enabling it to do something different from, or something in some sort better than, what has been before done (...), the greatest minds of existing nations, if exerted with the same industry, passion, and honest aim as those of past time, have a chance in their particular walk of doing something as great, or, taking advantage of former example into account, even greater and better (...).
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John Ruskin, 1900.
In C. Harrison, P. Wood e J. Gaiger, Art in Theory 1815-1900, Blackwell Publishers, 1998.

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Nenúfares

Pintura de Monet, Nenúfares (1903).
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( ...) meu único mérito consiste no facto de eu me sujeitar ao instinto; foi graças a estas forças reencontradas e predominantemente intuitivas e secretas que consegui identificar-me com a criação dissolvendo-me nela (...).
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Claude Monet, citado por Karin Sagner-Düchting.

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Tem cabeça, mãos, pés e coração

Pintura de Paul Klee, Tem Cabeça, Mãos, Pés e Coração.
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Outrora, descreviam-se coisas que se podiam ver neste mundo; coisas de que gostávamos ou que teríamos gostado de ver. Agora, a realidade das coisas visíveis torna-se evidente e manifesta-se, assim, a convicção de que o visível é apenas um exemplo isolado, em relação à totalidade do universo e que existem ainda muitas verdades em estado latente. Os objectos parecem, num sentido lato e múltiplo, contradizer muitas vezes as experiências racionais de ontem. É preciso lutarmos pela substancialização do ocasional.
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Paul Klee (1920).

terça-feira, 18 de novembro de 2008

A Arte

Pintura de Kandinsky.
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A pintura é uma arte, e a arte, no seu conjunto, não é uma criação sem objectivos que se estilhace no vazio. É uma força cuja finalidade deve desenvolver e apurar a alma humana (...). É a única linguagem capaz de comunicar com a alma, a única que a pode compreender. (...)
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Kandinsky.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Carnation, Lily, Lily, Rose

Pintura de Sargent, Carnation, Lily, Lily, Rose (1885-1886, Tate Gallery, Londres).
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Ye Shepherds Tell Me
Ye Shep-herds tell me, tell me have you seen, have you seen
My Flora pass this way?
In shape and feature beauty's queen.
In pastoral, in pastoral array
Shepherds tell me, tell me have you seen, have you seen
My Flora pass this way?
Have you seen, tell me Shepherds have you seen, tell me have you seen
My Flora pass this way.
A wreath around her head, around her head she wore
Carnation, lilly, lilly, rose;
And in her hand a crook she bore,
And sweets her breath compose.
Shepherds tell me, tell me have you seen, have you seen
My Flora pass this way?
Have you seen, tell me Shepherds have you seen, tell me have you seen
My Flora pass this way.
The beauteous, the beauteous wreath that decks, that decks her head,
Forms her description, her description true.
Hands lily white,
Lips crimson red, and cheeks of rosy, rosy hue.
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domingo, 16 de novembro de 2008

Paris na Segunda Metade do Século XIX

Pintura de Caillebotte, Rua de Paris (1877, The Art Institute of Chicago, Chicago).
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Gustave Caillebotte (1848-1894) foi aluno de Bonnat e da Escola de Belas-Artes de Paris. Em 1873, conheceu Monet e Renoir, participando nas exposições do grupo impressionista desde 1876 até 1882. Entre outros temas, notabilizou-se pela representação de Paris renovada.
Quando Napoleão III chegou ao poder, Paris não obedecia a qualquer regra urbanística, desenvolvendo-se de forma anárquica. Foi Georges Haussmann que deu à cidade uma nova configuração. Nomeado Perfeito do Sena, entre 1853 e 1869, ocupou-se dos trabalhos de embelezamento e saneamento da cidade. A demolição de bairros permitiu-lhe criar artérias rectilíneas, gares, parques, bem como um sistema de esgotos e abastecimento de água.
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Texto de Margarida Elias.
Baseado no ABCedário do Impressionismo.

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

As Mãos

Escultura de Auguste Rodin, A Mão de Deus (1896, Museu Rodin, Paris - Photo : E. & P. Hesmerg).
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A mão exprime ideias de actividade, ao mesmo tempo que de poder e de domínio. A mão esquerda de Deus é tradicionalmente ligada à justiça e a mão direita à misericórdia. Segundo Grégoire de Nysse, as mãos do homem estão relacionadas com o conhecimento, a visão e a linguagem. A mão separa o homem dos animais, e serve para diferenciar os objectos que ela toca e modela.
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Baseado em Jean Chevalier e Alain Gheerbrant.

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Definição de Pintura

Pintura de Zurbarán, Natureza Morta com Laranjas, Limões e uma Rosa (1633, Norton Simon Museum of Art, Pasadena).
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We should remember that a picture - before being a war horse, a nude woman, or telling some other story - is essentially a flat surface covered with colours arranged in a particular pattern.
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Maurice Denis (1890).

terça-feira, 11 de novembro de 2008

A Criação do Homem

Pintura de Michelangelo (1510, Capela Sistina).
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A criação simbolisa o fim do caos para a entrada no universo de uma certa forma, de uma ordem, de uma hierarquia.
O acto da criação no sentido lato é a energia, que organiza os primeiros dados informes; a criação é o efeito dessa energia.
Depois do acto criador, distinguem-se geralmente duas formas, uma imanente na matéria, que é a própria matéria participando da energia criadora e tendendo espontaneamente para formas sempre diferenciadas; a outra transcendente, a energia criadora que prossegue a sua obra e a sustém na existência, concebendo o mundo como uma criação contínua.
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Baseado em Jean Chevalier e Alain Gheerbrant.

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Ecce Agnus Dei

Pintura de Josefa de Óbidos, Cordeiro Pascal (c. 1660-1670, Museu Regional de Évora).
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Josefa de Ayala é um dos poucos exemplos de artistas femininas na pintura ibérica do Século XVII. Nasceu em Sevilha ca. de 1630, filha do pintor Baltazar Gomes Figueira. Essa cidade era na época um dos mais importantes centros artísticos da península. Em 1636, vieram para Portugal, instalando-se em Óbidos, onde Josefa morreu em 1684. Provavelmente conheceu a obra de Zurbarán, que a inspirou nos quadros figurando o Agnus Dei. Mesmo que não a tenha conhecido directamente, as composições de Zurbarán eram copiadas por outros artistas, sendo bastante divulgadas nos meios artísticos de seiscentos. Contudo, Josefa embelezou a austera composição do pintor espanhol com uma coroa de flores e de frutos, assim como era costume na pintura flamenga da época - tal como se pode ver neste quadro presente em Évora. O tema do Agnus Dei estava muito em voga e era muitas vezes associado à «Adoração dos Pastores», onde o cordeiro de patas atadas pronto para o sacrifício tornava-se um emblema de Cristo Redentor. Aliás, no quadro de Évora, as uvas e as espigas de trigo, presentes na grinalda envolvente, são uma alusão eucarística que reforça a mensagem religiosa da legenda: «occisus ab origine mundi», aludindo à morte de Cristo como sacrifício. Entre as várias flores, conotadas com virtudes cristãs, as rosas silvestres são símbolos da Virgem, da Natividade e da vinda do Messias. Pintados de modo naturalista, dentro do estilo tenebrista que dominava a pintura barroca, sobretudo nas naturezas-mortas, estas obras transmitem mais do que aquilo que os olhos podem ver. A sua simplicidade aparente esconde significados simbólicos e mensagens religiosas, que eram fáceis de ler nos meios culturais do seu tempo.
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Texto de Margarida Elias.
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Autores a consultar sobre este assunto: Edward J. Sullivan; Matias Diaz Padron; Julian Gallego; Vítor Serrão; Luís de Moura Sobral; Ana Hatherly.

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

A Anunciação

Pintura de Simone Martini, A Anunciação (1333, Galleria degli Uffizi, Florença).
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A festa da Anunciação coincide com a chegada da Primavera, celebrada a 25 de Março, nove meses antes do Natal. Foi introduzida na liturgia pelo Concílio de Toledo em 656. A Anunciação corresponde à figuração do momento em que o arcanjo Gabriel anuncia à Virgem Maria que ela será mãe de Deus. O anjo disse-lhe: «Salve, agraciada; o Senhor é contigo, bendita és tu entre as mulheres». A Virgem ficou perturbada e para sossegá-la o anjo explicou: «Descerá sobre ti o Espírito Santo...». Por fim, Maria responde: «Eis aqui a serva do Senhor». (Lucas 1, 27-38). Em muitas figurações da Anunciação há uma divisão entre o espaço da Virgem e o do anjo. O espaço da Virgem é fechado / interior, enquanto o do anjo é aberto / exterior. De acordo com Didi-Huberman, trata-se de um espaço insólito / ambíguo, transposto mas intacto, onde cada signo de abertura é quebrado por um signo de clausura. A paisagem, do lado do anjo, remete para o Jardim do Paraíso, perdido na altura da Queda e que será retomado pelo homem através de Cristo.

Pintura de Jorge Afonso, Anunciação (c. 1510, Museu Nacional de Arte Antiga, Lisboa).
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A representação da Anunciação é muitas vezes carregada de símbolos, sobretudo na pintura nórdica, ou na portuguesa de influência flamenga. O anjo Gabriel é o mensageiro do Senhor. A pomba figura o Espírito Santo que descerá sobre Maria. Esta está a ler a Bíblia. As flores de Lis, muitas vezes presentes, são sinal de pureza, assim como a veste branca de Gabriel. As colunas simbolizam a árvore da vida, a relação entre o céu e a terra, a vitória e a imortalidade, a presença de Deus. A concha que se vê sobre Maria indica a atenção à palavra, mas também, pela ligação à água, a gestação e a fertilidade.
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Texto de Margarida Elias.
Bibliografia: Jean Chevalier e Alain Gheerbrant, Dictionnaire des Symboles, Paris, Robert Laffont & Jupiter, 1982; Georges Didi-Huberman, Fra Angelico, Paris, Flammarion, 1995; Nicole Lemaître, Marie-Thérese Quinson e Véronique Sot, Dicionário do Cristianismo, Correio da Manhã, 2004.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

São Jerónimo

Pintura de Albrecht Dürer, São Jerónimo (1521, Museu Nacional de Arte Antiga, Lisboa).
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São Jerónimo foi um dos Doutores da Igreja, tradutor da Bíblia para latim. No Renascimento era o patrono dos Humanistas, admirado por Erasmo de Roterdão. Dürer fez várias representações de São Jerónimo desde uma gravura de 1492. O quadro que se encontra no Museu Nacional de Arte Antiga foi pintado em 1521, numa viagem de Dürer aos Países Baixos, e foi oferecido a um português da feitoria de Antuérpia, de nome Rodrigo Fernandes de Almada. O tema era muito popular em Antuérpia, facto que estava ligado à renovação dos estudos bíblicos, concretizada em 1516 com a publicação dos textos de São Jerónimo com comentários de Erasmo. Quentin Metsys, que conhecia o humanista, pintou cerca de 1515 um São Jerónimo, introduzindo uma nova versão na representação do Santo. Essa nova versão foi recriada por Dürer no quadro que se encontra no Museu de Arte Antiga. Para fazer este quadro, Dürer fez alguns estudos, entre os quais um retrato de um homem de 93 anos, o qual foi o modelo de São Jerónimo. Neste trabalho podemos ver o Santo no seu estúdio, sentado a uma secretária, enquanto medita sobre uma passagem da Bíblia. Atrás dele está uma parede onde sobressai um Crucifixo. O Santo encontra-se numa pose que repete a da Melancolia, uma famosa gravura de Dürer de 1514. Importa notar que o humor melancólico era associado aos homens de génio e, nomeadamente, aos teólogos. Por outro lado, ele aponta para uma caveira, sinal de vanitas, enquanto olha para o espectador. Deste modo, Dürer coloca o Santo a convidar os cristãos à meditação, lembrando-lhe que as coisas terrenas são efémeras.
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Texto de Margarida Elias.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Virgem em Glória


Pintura de Jean Hey - Maítre de Moulins, A Virgem em Glória rodeada por Anjos (1489-99, Notre Dame, Moulins).
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A Virgem Maria é representada na arte como uma jovem banhada de luz solar, os pés sobre um crescente da Lua e a cabeça encimada por uma coroa de estrelas. Na Idade Média, o simbolismo da «luz de Deus», ligada à natureza divina de Maria, é sublinhado pela identificação com a «estrela da manhã». Ela é a expressão maior do amor e da harmonia universais. Nesta representação da Coroação de Maria ela tem o Menino ao colo, sublinhando o seu papel como mãe de Deus. Em torno deles está uma auréola circular com diversas cores, sinal distintivo das suas naturezas divinas. À sua volta estão os anjos, dois deles colocando a coroa sobre a cabeça da Virgem, dignificando-a como a rainha dos Céus.
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Texto de Margarida Elias, baseado em Matilde Battistini.

sábado, 1 de novembro de 2008

A Ocasião


Escola de Andrea Mantegna, Occasio and Poenitentia (ca. 1500, Castelo Ducal, Mântua).
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Representada sob os traços de uma jovem mulher com a face escondida por longos cabelos, com a cabeça careca atrás, e equilibrada sobre uma esfera que rebola. A ocasião representa o momento propício para agir e realizar os seus desejos. A habilidade do ser humano consiste em apanhá-la pelos cabelos antes que a jovem se afaste para sempre.
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Matilde Battistini.