quinta-feira, 19 de novembro de 2009

A Quinta da Viscondessa e Jaime Batalha Reis


 Quinta da Viscondessa (Turcifal).
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A Quinta da Viscondessa, hoje propriedade particular, pertenceu a Jaime Batalha Reis, um diplomata e intelectual português da transição do século XIX para o século XX. Esta Quinta corresponde a um antigo edifício rodeado de vinhas, situado entre Torres Vedras e o Turcifal.

Jaime Batalha Reis (1847-1935) frequentou o Colégio Alemão e o Instituto Geral de Agricultura de Lisboa, ficando formado com 19 anos. Seguiu a carreira de diplomata, que exerceu em Newcastle (1883), Londres (1897), Haia (1911) e S. Petersburgo (1912). Sendo aí diplomata na altura da Revolução de Outubro, fugiu posteriormente com as filhas para Portugal. Reformado em 1921, retirou-se para a Quinta da Viscondessa. Sendo um dos homens mais cultos e esclarecidos do seu tempo, a sua actividade como crítico de arte iniciou com artigos que escreveu sobre ópera para a Crónica dos Teatros de Portugal. Posteriormente publicou numerosos textos acerca de estética, artes plásticas e temas musicais.
Na sua mocidade, Batalha Reis fez parte do Grupo denominado da «Geração de 70», agrupamento de jovens intelectuais, na sua maioria formados em Coimbra, que não queria ficar alheio às transformações que surgiam no resto da Europa.  A esta Geração pertenceram , entre outros, Eça de Queirós, Antero de Quental e Ramalho Ortigão. Em Lisboa, fundaram o grupo do «Cenáculo», que se reunia precisamente na casa de Jaime Batalha Reis (e depois na de Antero de Quental), para conversar e trocar ideias, numa tertúlia que iria produzir As Farpas e as Conferências do Casino.

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Acerca de Batalha Reis, vide:  

Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, Vol. IV, Lisboa e Rio de Janeiro, Editorial Enciclopédia, Lda., [1956], pp. 367-368; 
Maria José MARINHO, Jaime Batalha Reis, Imprensa Nacional, 1996.

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