terça-feira, 17 de maio de 2011

Dia Internacional dos Museus (18 de Maio)

Edgar Degas, A Visit to the Museum (1885).
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O termo museu vem do grego museion, nome que era dado a um templo dedicado às musas, construído sobre a colina do Helicon de Atenas.
Os museus actuais tiveram a sua origem nas grandes colecções reais e principescas que, ao longo da época moderna, se abriram progressivamente aos artistas e ao público. Foi durante o tempo do Iluminismo que apareceram os primeiros museus de arte, que se inseriam culturalmente «no grande projecto filosófico e político das Luzes: vontade dominante de "democratizar" o saber, de o tornar acessível a todos pela substituição de objectos reais às descrições e às imagens das recolhas de antiguidades, vontade, menos geral e menos afirmada, de democratizar a experiência estética» (CHOAY, 1996). Por outro lado, foi a par do desenvolvimento da ideia de património, que os primeiros museus se começaram a desenvolver, já que passou a existir uma preocupação não só com a protecção dos objectos que eram testemunho do passado, como também uma vontade de os catalogar e ordenar de forma a dar-lhes uma sequência e organização coerentes.
Durante o século XIX e início do XX os museus multiplicaram-se pelo mundo ocidental, servindo na afirmação de identidades nacionais. Em 1793 abriu ao público em Paris o museu do Louvre tendo como seu director o pintor Jacques-Louis David (1748-1825). Em Portugal, foi a partir da segunda metade do século XIX, que a actividade museológica teve um impulso inovador com a criação de novos museus e formação de novas colecções: o conceito de cultura e de património alargou-se, os museus passaram a abranger outros domínios para além da arqueologia, numismática e arte, tais como a indústria e etnologia. Em simultâneo, os museus passaram cada vez mais a ser vistos como instituições que deveriam desempenhar um papel importante nas áreas do ensino e da investigação. Ramalho Ortigão (1836-1915) dizia que um museu é uma forma de culto ou um desdobramento dele na ordem civil. Para este escritor, era pelo meio da arte que se transmitiam as tradições, se coordenavam os sentimentos, se depuravam os afectos, se enobreciam as paixões e o génio de cada raça se patenteava. No final de oitocentos, um museu passava a fazer parte da educação cultural dos cidadãos.
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Bibligrafia: Françoise CHOAY, L'Allégorie du Patrimoine, Paris, Éditions du Seuil, 1996; António NABAIS, «Museus», Dicionário Ilustrado da História de Portugal, Publicações Alfa, 1993, Volume II; Ramalho ORTIGÃO, Arte Portuguesa, Lisboa, Livraria Clássica Editora, 1943, Volume I; Jacques VILAIN, Jean-Pierre CUZIN, «Musées de peinture», in L'atelier du peintre, dictionnaire des termes techniques, Paris, Larousse, 1998.

5 comentários:

Sara disse...

Obrigada por este post tão elucidativo. Nunca mais me esquecerei da etimologia da palavra, que desconhecia.
Adorei o Degas!
Um beijinho.

Margarida Elias disse...

Sara: Obrigada! Este post é um excerto de um trabalho que fiz em 1997. Beijinhos!

Margarida Elias disse...

1999, digo...

ana disse...

Margarida,
Também gostei deste post pela originalidade do seu conjunto. A tela é divinal.
Parabéns!
A etimologia da palavra já conhecia.
Bjs. :)

Margarida Elias disse...

Ana: Obrigada! Acho muita graça a pinturas sobre museus. Esta de Degas é muito bonita. Bj!