quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Sobre a luz

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«Todos aqueles que a fortuna pôs em evidência, que se distinguiram como agentes e participes de um poder alheio, somente gozaram de reputação e viram as suas casas cheias de visitantes enquanto em posição de destaque: assim que desapareceram, rapidamente foram esquecidos. Em contrapartida, o apreço que se dá aos homens de génio cresce sempre; e não são apenas eles que recebem homenagem, mas tudo quanto está ligado à sua memória.
(...) Tu atribuis uma certa grandeza ao tipo de vida que deverás abandonar; embora tenhas uma antevisão da vida sábia e tranquila a que irás aceder, o brilho aparente da vida mundana continua a atrair-te, como se o facto de abandonares a sociedade equivalesse a caíres numa vida de obscuridade completa. Estás enganado, Lucílio: passar da vida mundana à vida da sabedoria é uma ascensão! A luz distingue-se do reflexo por ter a sua origem em si mesma, enquanto o reflexo brilha com luz alheia; a mesma diferença separa os dois tipos de vida: a vida mundana tira o seu brilho de circunstâncias exteriores, e o mínimo obstáculo imediatamente a torna sombria; a vida do sábio, essa brilha com a sua própria luminosidade!».
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Séneca, in 'Cartas a Lucílio' in Citador.

4 comentários:

Presépio no Canal disse...

O importante é a simplicidade e a capacidade de descomplicar.
Gostei muito deste trecho de Séneca e o quadro é igualmente muito belo. :-)
Bjs!

Margarida Elias disse...

É verdade Sandra. Mas por vezes a tendência para complicar e agradar os outros sobrepõe-se ao bom-senso... Eu ainda tenho de aprender muita coisa. Bjs!

ana disse...

O excerto da carta de Séneca é lindíssimo: brilha. :)
A tela é muito bonita.
Beijinho. :)

Margarida Elias disse...

É bem verdade. Bjns!