Seguidor de Rogier van der Weyden,
A Virgem com o Menino (
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Martin Schongauer,
Madonna in a Rose Garden (
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Olhar para estas pinturas que datarão dos séculos XV-XVI leva-me a ponderar sobre a maneira como a imagem da Virgem, associada à ideia de maternidade, entrou para o imaginário iconográfico ocidental. Segundo Georges Duby, pode-se atribuir o culto marial do período gótico à expansão da cristandade no Oriente, onde se situavam os grandes santuários da Virgem. Esta hipótese é plausível, sendo de acrescentar que foi no século XII que se desenvolveu o culto da Virgem Maria, o que coincidiu temporalmente com a o crescimento da exaltação da mulher nas cortes cavaleirescas. Ao longo dos séculos seguintes triunfou o espírito da cavalaria, desenvolveram-se as cidades e as universidades, aumentou a curiosidade pela natureza e o espírito científico, e o realismo tornou-se mais presente na arte. Com as religiões mendicantes, sobretudo os Franciscanos, desenvolveu-se o culto pela humildade e pelo presépio. Nos séculos seguintes, no período que compreende o final da Idade Média e a Época Moderna, as mulheres começaram a ser mais respeitadas na sociedade e as crianças ganharam individualidade. Esta nova mentalidade certamente se espelha na arte e nomeadamente nas representações da Virgem com o Menino. Estas imagens ganham naturalidade e o Menino torna-se cada vez mais numa criança e menos num adulto em miniatura. Distinguindo-se das imagens hieráticas dos ícones bizantinos, no primeiro quadro, Jesus brinca com o cabelo da mãe e no de Schongauer agarra-se a ela, numa atitude perfeitamente natural de uma criança pequena.
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Bib.: Georges Duby, O Tempo das Catedrais, A Arte e a Sociedade, 980-1420, Lisboa, Editorial Estampa, 1988.