Azulejo (1701-1750, Museu Nacional do Azulejo)
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À Beleza
Não tens corpo, nem pátria, nem família,
Não te curvas ao jugo dos tiranos.
Não tens preço na terra dos humanos,
Nem o tempo te rói.
És a essência dos anos,
O que vem e o que foi.
És a carne dos deuses,
O sorriso das pedras,
E a candura do instinto.
És aquele alimento
De quem, farto de pão, anda faminto.
És a graça da vida em toda a parte,
Ou em arte,
Ou em simples verdade.
És o cravo vermelho,
Ou a moça no espelho,
Que depois de te ver se persuade.
És um verso perfeito
Que traz consigo a força do que diz.
És o jeito
Que tem, antes de mestre, o aprendiz.
És a beleza, enfim. És o teu nome.
Um milagre, uma luz, uma harmonia,
Uma linha sem traço...
Mas sem corpo, sem pátria e sem família,
Tudo repousa em paz no teu regaço.
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Vincent Van Gogh, Vase with Red and White Carnations on a Yellow Background (1886, Kröller-Müller Museum, Otterlo)
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Odilon Redon, Carnations and baby's breath in a green pitcher
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Henri Matisse, Woman in Green with a Carnation (1909, Hermitage, St. Petersburg)
4 comentários:
Que post tão bonito para celebrar o 25 de Abril! Gostei muito do poema de Torga.
Bom feriado!
Bjnho!
Este poema de Torga já andou por aqui, mas decidi recuperá-lo neste contexto. Beijinhos e obrigada!
Margarida,
Belíssima homenagem!:))
Beijinho.
Obrigada, Ana! Bom Domingo!
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