terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

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Wassily Kandinsky, Angel of the Last Judgement (1911, Lenbachhaus, Munich)
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Porque hoje à noite sonhei que estava a dar um abraço ao meu tio, decidi relembrar um poema dele:

Apocalipse

A lua era azul
o sol avermelhado.
Quatro cavaleiros
volteavam no ar
sobre um cavalo alado.
Tinham as faces e as mãos brilhantes,
as roupas cintilantes
e o olhar cansado.
Foram-se no ar
deixando um longo rasto.
A lua era prateada
e o sol já se perdera.
Um anjo apareceu
onde o sol se pusera.
O julgamento tinha começado.
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Poema de João Mattos e Silva, Sem Contorno, Lisboa, Edições Excelsior, 1968, p. 72.