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Sendo semelhantes, estas pinturas são diferentes, mas ambas mostram chocolateiras:
«Nos mosteiros espanhóis do Novo Mundo, utilizava-se um recipiente bojudo (...) de barro ou de cobre estanhado, materiais que conservavam o calor. Tal como os aztecas, batia-se o chocolate até fazer espuma com uma varinha de madeira (...) chamada molinete.
No século XVII, a propagação em Espanha de uma receita mais açucarada foi naturalmente acompanhada por uma transformação dos recipientes. As chocolateiras tiveram então o requinte do líquido que enfeitiçava as mulheres.
A folha de Flandres ou o estanho, muito utilizados, foram substituídos por materiais mais dignos de irem à mesa dos nobres, como a prata (...). Uma pega horizontal feita de madeira preciosa evitava que se queimassem os dedos. O bico era colocado na parte superior (...) e um orifício no meio da tampa permitia enfiar o molinete de buxo. Três pés alteavam a chocolateira (...).
A primeira chocolateira de prata conhecida foi oferecida a Luís XIV pelo embaixador do Sião, em 1686. (...) Possuir uma chocolateira era apanágio da alta sociedade, e Madame de Sévigné não imaginava sequer poder passar sem ela. (...)».
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Katherine Khodorowsky e Hervé Robert (2000).