Canaletto, Venice, The Piazza San Marco (c.1756, via Gandalf's Gallery).
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Um texto de James Elkins, inicia com o seguinte diálogo:
«Giancarlo Politi: How do you recognize a good painting?
Francesco Clemente: Henry Geldzahler showed me two ways that I believe and trust in. One is by remembering — if you remember, and continue to remember, the image. The other involves looking at a painting more than once and finding something new in it each time.… Maybe there’s a third technique, the one I believe in the most, perhaps, though it’s the most arbitrary, and that’s to ask yourself if you could live inside the painting».
Acho este diálogo interessante, não só porque concordo com as primeiras premissas, mas também porque me intriga a última: a possibilidade de viver dentro de um quadro. Há obras de arte que eu sei que são excelentes, mas eu não quereria fazer parte delas. Contudo, por exemplo, até "entrava" numa das vistas de Veneza pintadas por Canaletto.
Por outro lado, este diálogo faz-me lembrar um outro texto, citado por Daniel Arasse (Le Détail, Paris, Flammarion, 1996, p. 242), que introduz uma perspectiva idêntica. É de Rilke e versa sobre A Virgem de Lucas de Van Eyck:
Jan Van Eyck, A Vigem de Lucas (c. 1436, Städelsches Kunstinstitut, Frankfurt).
«Et tout à coup je désirai, je désirai, oh! désirai d'être non pas l'une des petites pommes du tableau, non pas l'une de ces pommes peintes sur la tablette peinte de la fenêtre - même cela me semblait trop de destin... Non: devenir la douce, l'infime, l'imperceptible ombre de l'une de ces pommes -, tel fut le désir en lequel tout mon être se rassembla».
4 comentários:
Magníficas escolhas, Margarida.
As citações são certeiras; ou "cristaizinhos", como eu gosto de chamar.
Obrigada APS! Bom Domingo!
Lugar de aprender sempre, este seu, Margarida. Imagens e textos perfeitos. Obrigado.
Abraço e ótima semana.
Gilson.
Gilson: Obrigada eu! Boa semana!
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