sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Motivo "Cavalinho"

Prato fundo (de sopa) de C. & J. Shaw, estampado com o motivo comercializado em Portugal sob a designação Estátua, mas mais conhecido como Cavalinho (Link).
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No livro Cerâmica Portuguesa (1931), integrado na colecção Patrícia dirigida por Albino Forjaz de Sampaio, surge a vinheta e a legenda reproduzidas em cima (Link)

Açucareiro da Fábrica de Loiça de Sacavém (Link)

No blogue Velharias e no blogue Memórias e Arquivos da Fábrica de Loiça de Sacavém, encontra-se bastante informação sobre este assunto, que eu irei apenas resumir. Basicamente, o motivo Cavalinho foi bastante popular em Portugal, sobretudo pela produção da Fábrica de Loiça de Sacavém, mas também foi fabricado em Massarelos, nas Devessas e em Alcobaça. A produção mais antiga, no nosso país, deverá ser, pelo menos, de 1863-1870, data provável de um açucareiro fabricado em Sacavém. A origem deste motivo, contudo, não é portuguesa, mas sim inglesa, onde foi produzido desde 1840, com o nome de Grecian Statue.

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

O Inverno

Charles Tunnicliffe, Geese and hoar-frost (Newport Museum and Art Gallery - Link)
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January

The days are short
The sun a spark
Hung thin between
The dark and dark.
Fat snowy footsteps
Track the floor
And parkas pile up
Near the door.
The river is
A frozen place
Held still beneath
The trees' black lace
The sky is low.
The wind is gray.
The radiator
Purrs all day. 
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John Updike (Link)

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

No Zoo de Lisboa

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«There is grandeur in this view of life, with its several powers, having been originally breathed into a few forms or into one; and that, whilst this planet has gone cycling on according to the fixed law of gravity, from so simple a beginning endless forms most beautiful and most wonderful have been, and are being, evolved.»
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segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

A Luz

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«Dark clouds become heaven's flowers when kissed by light».
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Rabindranath Tagore (Link).

sábado, 25 de janeiro de 2014

As Sereias, a Sereiazinha e a Menina do Mar

Capitel Românico com sereias e peixe (século XIII, Museu de Alberto Sampaio - Link)
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«Todos os seres circulam uns nos outros, por conseguinte todas as espécies… tudo está num fluxo perpétuo… Todo o animal é mais ou menos homem; todo o mineral é mais ou menos planta; toda a planta é mais ou menos animal. Não há nada de preciso no que respeita a natureza…»
Denis Diderot, 
Citado por Cátia Mourão (2008 - Link).
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John William Waterhouse, A Mermaid (1900 - Link)
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Inicialmente, julgava-se que as sereias eram metade humanas, metade aves. Contudo, no período tardio da Antiguidade Clássica, passaram a ser concebidas como metade humanas, metade peixe, ou, como escreveu Cátia Mourão, «o hibridismo zoomórfico passeriforme começou a ceder lugar ao ictioforme». Esta historiadora, na sua tese de Douramento (2008), verificou que esta alteração poderá ser devida ao facto de se considerar que o deus fluvial Aqueloo era comummente considerado como o pai das sereias. Para além disso, a mesma historiadora notava que todos os autores antigos referiam que as sereias «viviam num meio ligado à água e que tinham nesta o seu campo de actuação principal». Existe também a possibilidade, levantada na mesma investigação, de ter existido uma contaminação iconográfica com outras divindades gregas e sírias. Foi na Idade Média que se deu a transformação definitiva das sereias em «híbridos antropo-ictiomórficos», surgindo dessa forma em iluminuras e capitéis esculpidos, tal como no da Catedral de Sainte Eulalie d'Elne, em França, datado do Séc. XI. Embora fossem criaturas de conotação negativa, com o tempo, passaram a ser entendidas cada vez mais como seres pacíficos e de conotação positiva, verdadeiros elos de ligação entre a humanidade e a vida marinha.
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Edmund Dulac, The Mermaid - The Prince (1911 - Link)
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«The Sea King had been a widower for many years, and his aged mother kept house for him. (...) She was, however, deserving of very great praise, especially for her care of the little sea-princesses, her grand-daughters. They were six beautiful children; but the youngest was the prettiest of them all; her skin was as clear and delicate as a rose-leaf, and her eyes as blue as the deepest sea; but, like all the others, she had no feet, and her body ended in a fish's tail. All day long they played in the great halls of the castle, or among the living flowers that grew out of the walls. (...) Outside the castle there was a beautiful garden (..). Each of the young princesses had a little plot of ground in the garden, where she might dig and plant as she pleased. One arranged her flower-bed into the form of a whale; another thought it better to make hers like the figure of a little mermaid; but that of the youngest was round like the sun, and contained flowers as red as his rays at sunset. She was a strange child, quiet and thoughtful; and while her sisters would be delighted with the wonderful things which they obtained from the wrecks of vessels, she cared for nothing but her pretty red flowers, like the sun, excepting a beautiful marble statue. It was the representation of a handsome boy, carved out of pure white stone, which had fallen to the bottom of the sea from a wreck. (...)» 
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Hans Christian Andersen, The Little Mermaid (1837 - Link)
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Rene Lalique, Sea Girl Statuette (1919 - Link)
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«Com muito cuidado para não fazer barulho levantou-se e pôs-se a espreitar escondido entre duas pedras. E viu um grande polvo a rir, um caranguejo a rir, um peixe a rir e uma menina muito pequenina a rir também. A menina, que devia medir um palmo de altura, tinha cabelos verdes, olhos roxos e um vestido feito de algas encarnadas. E estavam os quatro numa poça de água muito limpa e transparente toda rodeada de anémonas. E nadavam e riam».
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Sophia de Mello Breyner Andresen, A Menina do Mar (1958 - Link)
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Bibl. Cátia Mourão, AVTEM NON SVNT RERVM NATVRA, Figurações heteromórficas em mosaicos hispano-romanos, Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, Universidade Nova de Lisboa, Dissertação de Doutoramento em História da Arte da Antiguidade, 2010.

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Os Contos de Fadas

Paul Klee, Fairy Tales (ca. 1920 - Link)
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«If I’m honest I have to tell you I still read fairy-tales and I like them best of all.»
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quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

A Princesa e a Ervilha

(Link)
«Once upon a time there was a prince who wanted to marry a princess; but she would have to be a real princess. He travelled all over the world to find one, but nowhere could he get what he wanted. There were princesses enough, but it was difficult to find out whether they were real ones. There was always something about them that was not as it should be. So he came home again and was sad, for he would have liked very much to have a real princess.
One evening a terrible storm came on; there was thunder and lightning, and the rain poured down in torrents. Suddenly a knocking was heard at the city gate, and the old king went to open it.
It was a princess standing out there in front of the gate. But, good gracious! what a sight the rain and the wind had made her look. The water ran down from her hair and clothes; it ran down into the toes of her shoes and out again at the heels. And yet she said that she was a real princess.
“Well, we’ll soon find that out,” thought the old queen. But she said nothing, went into the bed-room, took all the bedding off the bedstead, and laid a pea on the bottom; then she took twenty mattresses and laid them on the pea, and then twenty eider-down beds on top of the mattresses.
On this the princess had to lie all night. In the morning she was asked how she had slept.
“Oh, very badly!” said she. “I have scarcely closed my eyes all night. Heaven only knows what was in the bed, but I was lying on something hard, so that I am black and blue all over my body. It’s horrible!”
Now they knew that she was a real princess because she had felt the pea right through the twenty mattresses and the twenty eider-down beds.
Nobody but a real princess could be as sensitive as that.
So the prince took her for his wife, for now he knew that he had a real princess; and the pea was put in the museum, where it may still be seen, if no one has stolen it.
There, that is a true story».
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Hans Christian Andersen (1835 - Link)
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The Princess and the Pea (Jesperhus Flowerpark Link)

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

A Ervilha de Cheiro

«Que ha de maior doçura e suavidade que o bello perfume das flores d'esta leguminosa?»
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Dicionário da Linguagem das Flores, Lisboa, 1868.
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William Curtis, The Botanical Magazine (1788 - Link)
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«A primavera é, por excelência, a estação do ano em que os jardins se encontram no seu máximo esplendor. Mas, para que isso suceda, é preciso ter semeado e plantado antes as espécies mais adequadas a essa estação. (...)
O primeiro mês do ano está longe de ser aquele que mais trabalho exige no seu jardim. Nesta época, a grande maioria das plantas encontra-se em descanso vegetativo. Ainda assim, (...) pode semear petúnias, ervilhas de cheiro e gipsófilas, além de espécies anuais de verão, bienais, rosas e bolbos de vaso». (Link)
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August Laux, Raspberries And Sweet Pea (Link)
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Joop Stierhout, Still-life with Sweet Peas (Link)
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Pois de senteur (Link)
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Cicely Mary Barker, The Sweet-Pea Fairies (Link)
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(Link)
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«Sweet pea is one of the interesting cartoon characters of Popeye comic strip. This comic series is created by E.C. Segar on Dec, 1919. It has been some time pronounced as Sweet pea, which is a loving title for the dearest one. This term is used by Popeye the sailorman for his foundling to whom he cares a lot. The name is kept in the reference of a beautiful flower, sweet pea». (Link)

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

O Infinito

Paul Klee, Equals Infinity (1932, Metropolitan Museum of Modern Art, New York - Gandalf's Gallery)
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«(...) no matter what number you have in mind, infinity is larger still.»
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Carl Sagan.
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Gervasio Troche (Link)

domingo, 19 de janeiro de 2014

E a Lua

Gervasio Troche (Link)
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«My little moon, you were unselfish and thoughtful. You shall always be bright and beautiful, and men shall love you and praise you whenever they look upon your gentle, kindly face.»
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Florence Holbrook, The Book of Nature Myths, 1902 - Link
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William Turner, Moonlight, A Study at Millbank (1797, Tate Gallery, Londres - Link)
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Caspar David Friedrich, Two Men Contemplating the Moon (c. 1825-1830, Metropolitan Museum of Art, New York - Link)
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Ohara Koson, Grasshoper and Fool Moon (c.1910 - Link)
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Paul Klee, Full moon (1919, Stangel Gallery - Link)
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Norman Rockwell, The Final Impossibility: Man's Tracks on the Moon (Link)
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Karen Davis, Moonrakers (2012 - Link)
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Gervasio Troche (2013 - Link)
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sábado, 18 de janeiro de 2014

Os lobos

Azulejo "Lobo" (Século XV, Museu Nacional de Arqueologia - Link)
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«For the strength of the Pack is the Wolf, and the strength of the Wolf is the Pack.»
Rudyard Kipling, The Jungle Book.
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Jorge Colaço, Estudo para painel de azulejos com São Francisco de Assis dando sinal de benção a um lobo (1906-1907, Museu Nacional do Azulejo - Link)

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

A Chuva

(Link)
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Chuva, porque cais?
Vento, aonde vais?
Pingue...Pingue...Pingue...
Vu...Vu...Vu...

Chuva, porque cais?
Vento, aonde vais?
Pingue...Pingue...Pingue...
Vu...Vu...Vu...

Ó vento que vais,
Vai devagarinho.
Ó chuva que cais,
Mas cai de mansinho.
Pingue...Pingue...
Vu...Vu...

Muito de mansinho
Em meu coração.
Já não tenho lenha,
Nem tenho carvão...
Pingue...Pingue...
Vu...Vu...

Que canto tão frio,
Que canto tão terno,
O canto da água,
O canto de inverno...
Pingue...

Que triste lamento,
Embora tão terno,
O canto do vento,
O canto do inverno...
Vu...

E os pássaros cantam
E as nuvens levantam!
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Matilde Rosa Araújo (Link)

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Outra paisagem

Andrew McCallum, Oak Trees in Sherwood Forest (1877, Manchester City Galleries - Link)
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«Landscapes we must owe something to the eye of the beholder.»
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quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Algumas fotografias de Ansel Adams

«You don't make a photograph just with a camera. You bring to the act of photography all the pictures you have seen, the books you have read, the music you have heard, the people you have loved.»
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Rose and Driftwood (1932 - Link)
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Canyon de Chelly (1941 - Link)
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(Link)
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(Link)
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(Link)
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Ansel Easton Adams foi um fotógrafo dos Estados Unidos (1902-1984).
Links: 

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Uma paisagem de Inverno

Margarida Elias, Óbidos (Dezembro, 2013)
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«To the complaint, 'There are no people in these photographs,' I respond, There are always two people: the photographer and the viewer.»
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domingo, 12 de janeiro de 2014

4 Columbanos (que estiveram recentemente em leilões)

Em leilões recentes, que tenho acompanhado sobretudo pelo blogue Arte em Números, tem surgido bastante pintura portuguesa do Naturalismo e, dentro desse grupo geracional e estético, algumas obras de Columbano Bordalo Pinheiro (1857-1929). Algumas delas foram para mim uma boa descoberta, porque quando realizei a minha tese de Douramento iniciei um catálogo raisonné da obra deste artista, mas faltavam-me muitas peças do puzzle, que agora vou completando. Entre as pinturas que agora surgiram destaco primeiro, por motivos cronológicos, mas também por gosto pessoal, esta Cena de interior (Link).


Trata-se de uma pintura que eu conhecia apenas de uma reprodução em gravura, publicada em O Ocidente, em 15 de Agosto de 1880, com o título de O Avô (Link).


Esta obra é provavelmente de 1880, pelo estilo que é muito semelhante ao de outras obras contemporâneas (por exemplo o Convite à valsa, CMAG). Em 1880, foi apresentada na Sociedade Promotora das Belas Artes e numa exposição com António Ramalho, realizada na Associação de Jornalistas e Escritores.
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Outra pintura que veio a leilão foi uma aguarela figurando uma Paisagem com duas figuras e cães (Link), sendo este um trabalho que está ligado à actividade de Columbano nas artes decorativas. Pelo menos desde 1880 que Columbano se dedicou às artes decorativas, nomeadamente por razões de ordem económica. Em 1892, escreveu ao amigo Batalha Reis:

«Pede-me notícia dos meus trabalhos? Eu pouco tenho feito. A epoca está desgraçada! Appareceu-me João Burnay a encomendar-me trabalhos para a casa que ele tem no Seixal, mas não os quer, enquanto não tiver vencido uma questão de dinheiros, que está muito duvidosa. (…) O pior é que estou sem trabalho e sem dinheiro! N'um destes momentos d'ocio e de penúria, descobri uma coisa que pode talvez, não direi enriquecer-me, mas remediar-me, descobri a maneira fácil de fazer tecido no genero dos Gobelins. Já comecei a tecer com lans, uma cabeça de satyro, e vejo que me dá o efeito da mais fina tapessaria. Se isto me der o resultado, que espero, poderei educar gente, a fazer esta especie de tecido, e será uma indústria a tratar, não lhe parece?»


Como escrevi na minha tese, não sei onde se encontra a peça descrita na carta, mas no Museu do Chiado, guarda-se um bordado datado de 1893, assinado por Columbano e Maria Augusta Bordalo Pinheiro. Dentro de um estilo que faz lembrar as imagens da Renascença, vemos dois homens com cães, numa cena de caça. Existem algumas semelhanças entre esta composição e os cartões para tapeçaria feitos por Jean-Paul Laurens (1838-1921), para a Manufacture de Gobelins. A aguarela que esteve em leilão era muito provavelmente o cartão de Columbano que deu origem ao bordado de 1893.
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A terceira obra que vou referir é o Retrato de Artur Lessa (1896 - Link). Esta pintura pertenceu à Colecção Dr. Chaves de Almeida e foi exposta em 1897, em Lisboa e no Porto. Trata-se de um retrato característico do estilo de Columbano, fazendo sobressair o rosto de um fundo escuro, que realça a profundidade do olhar. Faz lembrar outro retrato do mesmo ano, de Raul Brandão (Museu do Chiado - MNAC), que também foi exposto em Lisboa, em 1897.
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Por fim, fica o Retrato de Senhora (1903 - Link), obra que terá sido exposta na Sociedade Nacional de Belas Artes em 1903, provavelmente com o título Pensativa.

sábado, 11 de janeiro de 2014

Potes de gengibre

Pote para gengibre de fabrico chinês, Dinastia Qinq (1730-1750, Palácio Nacional de Queluz - Link).
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Em pesquisas na internet, descobri alguns factos interessantes sobre o gengibre, planta que foi inicialmente cultivada no Sul da Ásia, sendo objecto de comércio com a Europa pelo menos desde o período romano. O seu uso devia-se quer às suas propriedades medicinais, quer às suas possibilidades culinárias. Gosto de chá de gengibre, de ginger ale e, sobretudo de chocolate com gengibre (marca Cachet). Acho graça aos bonecos de gengibre e às casas de massa de gengibre, que se relacionam com a (terrível) história de Hansel e Gretel. Mas, de todas as descobertas que fiz, sobre esta planta, a mais interessante para mim foi a dos belos potes de gengibre, que aparecem em numerosas pinturas, algumas bem conhecidas e bem interessantes.
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Willem Kalf, Still-Life with a Late Ming Ginger Jar (1669 - Link)
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William Michael Harnett, Still Life with Ginger Jar (1876 - Link)
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Paul Cezanne, Still Life with a Ginger Jar and Eggplants (1894, Metropolitan Museum of Art, New York City - Link)
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Piet Mondrian. Still Life with Ginger Jar II / Stilleven met gemberpot II (1911/12, Gemeentemuseum, the Hague - Link)