Ernest Biéler, The leaf litter picker (Ramasseuse de feuilles mortes) (c. 1909, Musée des Beaux-Arts de Berne)
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Castanho
Já não voam besouros no ar quente.
Foi-se o Verão embora.
É Outono agora,
tudo está diferente.
É castanha a terra
onde a pá se enterra.
É castanha a folha
que a chuva já molha.
O avô Inverno chega das montanhas,
com os bolsos repletos de castanhas,
e vai sentar-se ao lume da lareira,
fumando o seu cachimbo de madeira.
E para o imitar
(vejam o disparate!)
o neto põe-se a trincar
um pau de chocolate.
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António Manuel Couto Viana, Versos de Cacaracá, Litexa Portugal, 1984.
2 comentários:
Gostei muito deste castanho quer do poema quer da imagem.
Beijinho. :))
Obrigada, Ana! Boa semana e beijinhos!
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