sábado, 15 de novembro de 2014

Castanho

Ernest Biéler, The leaf litter picker (Ramasseuse de feuilles mortes) (c. 1909, Musée des Beaux-Arts de Berne)
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Castanho

Já não voam besouros no ar quente.
Foi-se o Verão embora.
É Outono agora,
tudo está diferente.

É castanha a terra
onde a pá se enterra.

É castanha a folha
que a chuva já molha.

O avô Inverno chega das montanhas,
com os bolsos repletos de castanhas,
e vai sentar-se ao lume da lareira,
fumando o seu cachimbo de madeira.

E para o imitar
(vejam o disparate!)
o neto põe-se a trincar
um pau de chocolate.
-
António Manuel Couto Viana, Versos de Cacaracá, Litexa Portugal, 1984.

2 comentários:

ana disse...

Gostei muito deste castanho quer do poema quer da imagem.
Beijinho. :))

Margarida Elias disse...

Obrigada, Ana! Boa semana e beijinhos!