Jacob van Ruisdael, Road through Fields of Corn near the Zuider Zee (c. 1660-1662, Museo Thyssen-Bornemisza, Madrid)
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«O que é fascinante na natureza é a correspondência entre a
ordem microscópica e a desordem global, o contraste entre a organização, com as
suas simetrias bem definidas, duma folha ou duma flor, e o desenvolvimento
competitivo e aleatório dum campo de erva ou duma floresta. O crescimento
orgânico da natureza é uma competição entre estas duas tendências, entre a
regularidade da poupança de energia e a generalização da confusão ou caos
entrópico (primeira e segunda lei da termodinâmica). Mas a percepção destas
ordens e desordens depende da distância a que se coloca o observador (…). Vista
de longe, a floresta exibe uma certa arquitectura de conjunto, mas com a
aproximação a desordem instala-se para finalmente a ordem voltar a ser
recuperada na intimidade do close-up».
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Jorge Calado, «Documentos para artistas – As relações entre
a fotografia e a pintura», p. 33, in Henriques, Ana de Castro, Castro, Catarina
Maia e (coord.). 1993. Silva Porto 1850-1893: exposição comemorativa do
centenário da sua morte. Lisboa: I.P.M..
2 comentários:
Que maravilha de texto e a paisagem é linda.
Beijinho.:))
Obrigada... Beijinhos! :-)
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