Relógio (séc. XVII, Palácio Nacional da Ajuda)
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Conta e Tempo
Deus pede estrita conta de meu tempo.
E eu vou do meu tempo, dar-lhe conta.
Mas, como dar, sem tempo, tanta conta
Eu, que gastei, sem conta, tanto tempo?
Para dar minha conta feita a tempo,
O tempo me foi dado, e não fiz conta,
Não quis, sobrando tempo, fazer conta,
Hoje, quero acertar conta, e não há tempo.
Oh, vós, que tendes tempo sem ter conta,
Não gasteis vosso tempo em passatempo.
Cuidai, enquanto é tempo, em vossa conta!
Pois, aqueles que, sem conta, gastam tempo,
Quando o tempo chegar, de prestar conta
Chorarão, como eu, o não ter tempo...
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Frei António das Chagas, in 'Antologia Poética' - Citador
4 comentários:
Homem de tres vidas: António da Fonseca Soares, "Capitäo Bonina" e, finalmente, Frei António das Chagas, ao professar, arrependido da estúrdia anterior, no Convento de Varatojo, é um poeta, apesar de barroco, bem interessante. E foi agradável aqui recordá-lo, através dum dos seus melhores poemas - na minha perspectiva.
Votos cordiais de continuada e feliz quadra natalícia!
E como ele passa depressa, este tempo!
Bom dia!
O tempo foge. Gostei da poesia de Frei António das Chagas.
Bom dia!
APS - Agora fiquei com curiosidade de conhecer melhor este poeta. Bom dia!
Paula Lima - Por vezes corre! Bom dia!
MR - É muito fugidio! :-) Bom dia!
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