quarta-feira, 11 de março de 2020

Do Coração

Albrecht Behmel, Hearts (2013)
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Por razões que se prendem com o meu quotidiano recente, tenho-me lembrado muito deste poema, que já aqui esteve em 2014:
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Poema do Coração

Eu queria que o Amor estivesse realmente no coração,
e também a Bondade,
e a Sinceridade,
e tudo, e tudo o mais, tudo estivesse realmente no coração.
Então poderia dizer-vos:
"Meus amados irmãos,
falo-vos do coração",
ou então:
"com o coração nas mãos".

Mas o meu coração é como o dos compêndios.
Tem duas válvulas (a tricúspida e a mitral)
e os seus compartimentos (duas aurículas e dois ventrículos).
O sangue ao circular contrai-os e distende-os
segundo a obrigação das leis dos movimentos.

Por vezes acontece
ver-se um homem, sem querer, com os lábios apertados,
e uma lâmina baça e agreste, que endurece
a luz dos olhos em bisel cortados.
Parece então que o coração estremece.
Mas não.
Sabe-se, e muito bem, com fundamento prático,
que esse vento que sopra e ateia os incêndios,
é coisa do simpático.
Vem tudo nos compêndios.

Então, meninos!
Vamos à lição!
Em quantas partes se divide o coração?
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2 comentários:

MR disse...

Anda a estudar o coração? O corpo humano? :-)
Poema bem escolhido.
Bom dia!

Margarida Elias disse...

MR - Os meus filhos tiveram de estudar o coração esta semana. E estou sempre a lembrar-me da parte "duas aurículas e dois ventrículos". Bom dia!