terça-feira, 21 de abril de 2020

Da Primavera em casa

Pierre-Antoine Quillard, Las cuatro estaciones: Primavera (1725-1729, Museo Thyssen-Bornemisza, Madrid)
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Gosto de trabalhar em casa e já o faço há algum tempo. Também não aprecio multidões (excepto em situações extraordinárias). Pelo que este confinamento, nesse sentido, não me faz diferença nenhuma. Mas gosto de passear e de viajar, e tenho algumas saudades de o fazer, nomeadamente, por exemplo, de ir a Madrid, onde está o Museu Thyssen-Bornemisza, que é um dos meus museus preferidos.
Aproveito para desabafar aquilo do que tenho saudades. Para além de estar com a família e amigos, ou de poder andar na rua com menos medo, sem chegar a casa aterrorizada, receando ter trazido um virus para casa; tenho saudades de coisas como ir a Sintra e à Piriquita comer travesseiros... E, embora sempre tenha ambicionado ter uma casa com quintal (na realidade, queria uma quinta), nunca como agora gostaria de ter uma. E tenho cada vez mais saudades da quinta dos meus avós no Redondo (Alentejo), local que, por esta altura, deve estar lindíssimo.

4 comentários:

MR disse...

Também tenho saudades de ter uma vida normal, principalmente e estar com a família e amigos, andar e passear, ir a cafés, restaurantes e ao cinema.
Não me tem custado muito estar em casa e nem gosto de trabalhar em casa, nunca gostei. Mas se isto se prolonga muito tempo, não sei...
Acho que vai ser difícil fazermos uma vida que se quer mais ou menos normal com 'distanciamento social'. Veremos...
Uma Primavera o melhor possível.

Margarida Elias disse...

MR - Também tenho saudades de ir ao cinema. Gosto mesmo de trabalhar em casa e acho que o "distanciamento social" até pode dar jeito. Por exemplo, quando ia a bibliotecas, andava sempre à procura das mesas que não tinham mais ninguém, o que nem sempre era fácil... Mas eu sou um bocado introvertida. Bom dia!

LuisY disse...

Margarida

Gostei do seu post, com pequenas reflexões sobre o confinamento, muito bem ilustrado pela obra do Quillard.

Parece que estando em casa enclausurados, nem sentimos como deve ser a chegada da Primavera. Um amigo meu enviou-me fotografias do quintal da casa dele no Alentejo e o roseiral está a abrir em flor com um vigor fabuloso. Ao contrário da humanidade, a natureza sem a poluição e com muita chuva está resplandecente. Fiquei com pena de não estar lá, até porque sou eu que me encarrego do tratamento das rosas.

Por outro lado, este confinamento tem o seu quê de agradável, como silêncio, o estar longe da multidão e o tempo para fazer em casa aquilo que andávamos há anos a adiar. Como tenho um temperamento com uma certa tendência insular, tudo isto encaixa com o meu feitio, embora, claro, lamento todas estas mortes e a aflição e o sofrimento de quem está doente.

Bom Domingo

Margarida Elias disse...

LuisY - É como eu. Só desejava era que o meu confinamento incluísse uma casa com quintal. Bom dia!