quinta-feira, 26 de novembro de 2020

Dois auto-retratos e uma frase

 
Louise Jopling, Self-Portrait (1877, Manchester Art Gallery)
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Trago este auto-retrato de Louise Jopling (1843-1933), porque o acho muito belo, em termos de composição e colorido, mas também pela serenidade e confiança que exprime a expressão da artista, embora misturada (talvez) com uma certa melancolia. 

Aurélia de Souza, Auto-retrato (1900, Museu Nacional Soares dos Reis)
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Confronto-o, pela aproximação ao rosto e pela frontalidade, ao de Aurélia de Sousa (1866-1922), posterior (1900), muito embora o de Aurélia (que já aqui esteve em 2017) traga menos serenidade, uma sensação de desafio, sendo mais expressiva e sofrida - ou mesmo perscrustante, no olhar que se auto-observa. 
Vinte e três anos separam estas duas pinturas, mas não deixam ambas de transmitir a mesma necessidade de auto-conhecimento e de auto-aceitação. Daí, por fim, esta frase, de E.E. Cummings (1894-1962): «Once we believe in ourselves, we can risk curiosity, wonder, spontaneous delight, or any experience that reveals the human spirit».

5 comentários:

MR disse...

Não conhecia o autorretrato de Louise Jopling (nem sequer conheço a pintora) que é muito belo. O de Aurélia de Sousa é um dos mais belos da pintura portuguesa; de mulheres deve ser o mais belo.
Boa tarde!

APS disse...

Conhecia o quadro de Aurélia de Sousa, mas os retratos são ambos impressivos. O primeiro pela doçura do olhar, o segundo talvez pela dureza ou determinação.
Boa tarde.

Margarida Elias disse...

MR - Concordo consigo. Bom dia!

APS - Doçura é mesmo o termo certa para o de Jopling. O de Aurélia faz-me mais pensar em inquietante... Ambos muito bons. Bom dia!

Isabel disse...

Gostei imenso dos dois!

Margarida Elias disse...

Isabel - São ambos muito bons. Bom dia!