James Tissot, Hush! (c.1875)
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quinta-feira, 30 de novembro de 2023
quarta-feira, 29 de novembro de 2023
Frases XXIV
Nadar, Alexander Dumas père (1855, Museum of Fine Arts, Houston)
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«Todas as generalizações são perigosas, incluindo esta».
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Alexandre Dumas,
in Luis Señor González, Dicionário de Citações e Provérbios, Correio da Manhã, 2004, p. 190.
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terça-feira, 28 de novembro de 2023
Eric Fok (n. 1990)
Vista de Lisboa (2022 - via a.muse.arte)
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(2018, via Karin Weber Gallery)
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(2019, via Karin Weber Gallery)
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(2017, via Karin Weber Gallery)
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(2018, via Karin Weber Gallery)
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segunda-feira, 27 de novembro de 2023
Com votos de boa semana!
Mily Possoz, Paris-Quai Voltaire (c.1930-1937, Museu Nacional de Arte Contemporânea-Museu do Chiado, Lisboa)
sexta-feira, 24 de novembro de 2023
Com votos de bom fim de semana!
Henri Fantin-Latour, La Liseuse (1861, Museu de Orsay, Paris)
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«Diz-me como te divertes e dir-te-ei quem és».
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José Ortega y Gasset,
in Luis Señor González, Dicionário de Citações e Provérbios, Correio da Manhã, 2004, p. 189.
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quinta-feira, 23 de novembro de 2023
Columbano em Paris, entre 1881 e 1883 - um itinerário à volta de Montparnasse
Nouveau Plan de Paris Divise en 20 Arrondissements (detalhe) (1881)
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Entre Janeiro de 1881 e Setembro de 1883, Columbano Bordalo Pinheiro viveu em Paris, na companhia da sua irmã Maria Augusta, para completar os estudos de pintura realizados na Academia de Belas Artes de Lisboa. Sem bolsa oficial do Estado (que perdera para Artur Loureiro e Adolfo Greno), teve o apoio de uma bolsa oferecida por D. Fernando de Coburgo, por intermédio da Condessa d’ Edla.
Os dois irmãos começaram por viver em quartos de estudantes, no bairro Montparnasse, não longe do Jardim do Luxemburgo. Posteriormente, alugaram um apartamento na Rue Bréa (n.º 11) e um atelier na Rue Delambre (n.º 30), local onde o artista terá pintado o quadro Concerto de Amadores.
D. Fernando entregara a Columbano uma carta de recomendação para o pintor Carolus-Duran, para que este viesse a ser seu mestre de pintura. Este abrira, cerca de 1874, um atelier no Boulevard du Montparnasse, onde recebia alunos, na sua maioria ingleses e americanos – entre eles estando John Singer Sargent. É incerto se Columbano chegou a frequentar o atelier desse artista. Segundo as suas palavras, e testemunhos de quem o conheceu, preferiu visitar museus (sobretudo o Louvre) e ateliers livres, sendo para isso auxiliado por Artur Loureiro que o levou a «calcorrear exposições, botequins de artistas e aulas de pintura» (ALDEMIRA, 1941). No entanto, é de crer que, pelo menos inicialmente, passou pelo atelier de Carolus-Duran, pois quando expôs o quadro Concerto de Amadores no Salon de Paris (1882), apresentou-se como seu discípulo. O pintor contava, anos depois, a Jaime Batalha Reis, que esteve em Paris «uns dois annos e meio, trabalhando e estudando sempre, em liberdade, tendo frequentado apenas, por algumas semanas em companhia de Artur Loureiro, um ateliê livre de que era empresario um Italiano Colarossi». A Academia Colarossi fora fundada pelo escultor italiano Filippo Colarossi, tendo funcionado na Rue de la Grande Chaumière. Era uma escola particular e atelier livre, que tinha alunos estrangeiros. Seguindo o relato de Columbano, nesse «atelier trabalhei juntamente com pintores de varios paizes, sobretudo americanos, ingleses e franceses. (...) eu, com o meu feitio sempre pouco comunicativo, não logrei saber-lhes os nomes». Columbano ainda referia que teve «como professor Gustave Courtois, Raphael Collin e diziam que Bastien Lepage, mas esse nunca eu tive a honra de conhecer».
Columbano Bordalo Pinheiro, Árvores do Jardim do Luxemburgo (1881, Museu do Chiado - Museu Nacional de Arte Contemporânea, Lisboa)
A correspondência do artista com os amigos e familiares dá testemunho do seu isolamento. Logo no início da estada em Paris, o pintor escreveu a Alberto de Oliveira, queixando-se da situação em que se encontrava, tendo como resposta que era normal o estado do seu ânimo, «dado por natureza à melancolia e á saudade de poeta...». Tal como descreveu o pintor à irmã Amélia: «A unica coisa que me distrahe é o trabalho». Não conhecia franceses e tinha poucos apoios, entre os quais o de Guilherme de Azevedo, que era correspondente em Paris da Gazeta de Notícias.
A realidade, porém, deve ter sofrido alterações, sobretudo depois da chegada de Mariano Pina a Paris, em meados de 1882. Os dois faziam parte de um grupo que se reunia no Café Bas-Rhin, no Boulevard de St. Michel, que incluía o engenheiro Raúl Mesnier, os pintores António Ramalho e Artur Loureiro, Guilherme de Azevedo, Rafael Bordalo Pinheiro e Trigueiros de Martel.
Mariano Pina, que então vivia na capital francesa, trabalhando como correspondente da Gazeta de Notícias do Rio de Janeiro (em substituição de Guilherme de Azevedo, que, entretanto, falecera), contava numa carta, para Rafael, que Columbano estava bem, tendo o costume ir todas as noites a casa do jornalista. Pina mencionava que encontrara um amigo comum, o “Monsieur Luque” e acrescentava: «(…) vou apresentar-lhe teu irmão um dia d’estes ao Café de la Paix. O Columbano quer (…) conhecê-lo e quer mesmo por intervenção d’elle aproximar-se do Domingo [Francisco Domingo Marques] e do Madrazo [Raimundo de Madrazo y Garreta] (…)».
Em Setembro de 1883 o pintor voltou para Lisboa, terminada a pensão fornecida pela Condessa d’ Edla. Gervásio Lobato julgava que ele era um «pintor de muito talento», que só vinha a Lisboa visitar os amigos, voltando em breve para Paris, de forma a completar os seus estudos. Contudo, o pintor só iria regressar, já não como estudante, em 1889.
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Luís Varela Aldemira, Columbano, Ensaio Biográfico e Crítico, Lisboa, Livraria Portugal, 1941, p. 29; Margarida Elias, Columbano no seu Tempo (1857-1929), Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, 2011 (Tese de Doutoramento).
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quarta-feira, 22 de novembro de 2023
Dia de Santa Cecília
Rafael Sanzio, Estasi di santa Cecilia (1518, Pinacoteca Nazionale di Bologna)
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«Data de 1518 uma representação pictórica de Santa Cecília flanqueada por santos e santas, obra madura de Rafael Sanzio (1483-1520) para a Igreja de São João Baptista do Monte, com comitência de Elena Duglioli dall’Olio (1472-1520), e que integra hoje a colecção da Pinacoteca Nacional de Bolonha. A pintura, transferida de madeira para tela, apresenta Cecília em êxtase. Recorrendo à nomenclatura usada por Boécio em De institutione Musica (500-507), pode ver-se representada no topo da composição pictórica a musica coelestis composta por um coro de seis anjos cantando por livros abertos. Logo abaixo, Santa Cecília flanqueada por quatro figuras alheadas do momento místico e arrebatador: São Paulo que medita observando os instrumentos musicais caídos no chão; São João Evangelista e Santo Agostinho, que se olham; e Santa Maria Madalena que olha para nós. Das mãos de Cecília desprende-se de um órgão portativo já decomposto, numa alusão à musica mundana, isto é, ao fim das alegrias efémeras e terrenas, para focalizar o seu olhar na musica coelestis. Caídos no chão e pintados por uma outra mão, a musica instrumentalis vê-se composta por instrumentos de percussão de alto volume sonoro, um de sopro e um de cordas: um triângulo com argolas e respectivo batente; flautas de bisel partidas; uma pandeireta; uma viola de gamba com remate zoomórfico e sem cordas, inutilizável; um pandeiro com duas fieiras de soalhas; um par de címbalos; e um jogo de timbales com as membranas rotas ao lado das duas baquetas de madeira».
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Sónia Duarte, «Imagens de Santa Cecília na pintura portuguesa dos séculos XVII e XVIII: devoção, usos e funções, fontes e modelos», in CEM — Cultura, Espaço & Memória, n.º 14, 2022, p. 208 - https://doi.org/10.21747/2182-1097/14a11
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terça-feira, 21 de novembro de 2023
Muitos parabéns, Sandra!
Abbé Casimir Magnat, Traité du Langage Symbolique, Emblématique et Religieux des Fleurs, Paris, Typographie Nouvelle, [1855], PL. XXVIII.
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(imagem da Amazon)
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segunda-feira, 20 de novembro de 2023
sexta-feira, 17 de novembro de 2023
Paris III - Interior de um café
Jean Marie Mixelle, Intérieur d'un Café (1820, Ed. chez Mixelle, Paris, © Gallica).
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Fez-me lembrar a Confeitaria Nacional:
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quinta-feira, 16 de novembro de 2023
Imogen Cunningham (1883 - 1976)
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quarta-feira, 15 de novembro de 2023
Quinta Angeja-Palmela (actual Museu do Traje)
«Quinta dos Duques de Palmela, no Lumiar», in Ilustração Portuguesa, 11 de Maio de 1885.
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A Quinta Palmela, foi dos marqueses de Angeja, «tendo o 3.º marquês reconstruído o palácio e aformoseado a quinta com obras de arte e plantações e árvores exóticas, melhoramentos que foram continuados pelos duques de Palmela». Segundo o mesmo autor, é esta quinta «o mais belo recinto que em quintas particulares se pode admirar em Lisboa».
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Raul Proença (dir.), Guia de Portugal, Lisboa e Arredores, Fundação Calouste Gulbenkian, (1.ª ed. 1924), 1988, pp. 449-450.
terça-feira, 14 de novembro de 2023
Frases XXIII
Allan Ramsay, Jean-Jacques Rousseau (1712 - 1778) (1766, Scottish National Gallery, Edimburgo)
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«A igualdade na riqueza deve residir em que nenhum cidadão seja tão rico que possa comprar outro, nem nenhum tão pobre que precise de se vender».
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Jean-Jacques Rousseau,
in Luis Señor González, Dicionário de Citações e Provérbios, Correio da Manhã, 2004, p. 177.
segunda-feira, 13 de novembro de 2023
Evocando o Conde de Sabugosa no dia do seu nascimento
«O Livro é verdadeiramente o fiel amigo do homem. (...) Acompanha-nos carinhosamente em todos as horas da existência, ou angustiosas ou felizes».
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Conde de Sabugosa, Salus Libri Lex Esto (excerto) (19 de Maio de 1920, Biblioteca Nacional, Lisboa)
sábado, 11 de novembro de 2023
No Dia de São Martinho
Pieter Bruegel, o Velho, El vino de la fiesta de San Martín (1566 - 1567, museu do Prado, Madrid)
sexta-feira, 10 de novembro de 2023
Paris II - "Le petit architecte. N°37, Café"
Le petit architecte. N°37, Café (ed. Pellerin, 1863 - Bibliothèque nationale de France, département Estampes et photographie, FOL-LI-59 (7))
quinta-feira, 9 de novembro de 2023
Alameda das Linhas de Tores
Palacete da Quinta dos Lilases (fot. Armando Serôdio, 1968, in Lisboa de Antigamente)
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«(...) quintas aprazíveis (das Conchas, das Flores, dos Lilases, etc., a primeira das quais foi instituída por Afonso de Torres no séc. XVI) e algumas casas fidalgas (como o prédio brasonado dos viscondes de Alvalade, na Quinta de Alvalade, à esq.) (…)».
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Raul Proença (dir.), Guia de Portugal, Lisboa e Arredores, Fundação Calouste Gulbenkian, (1.ª ed. 1924), 1988, p. 448-449.
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quarta-feira, 8 de novembro de 2023
Berenice Abbott (1898-1991)
Jean Cocteau’s Hands (1927, © Artnet)
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City Arabesque (1936, © Artnet)
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Edward Hopper (© Commerce Graphics Ltd., Inc.holds the Estate of Berenice Abbott
212-517-5648)
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Magnetic Field, from The Science Pictures (ca. 1958–1961, © Artnet)
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terça-feira, 7 de novembro de 2023
Frases XXII
Joshua Reynolds, Doctor Samuel Johnson (1772, Tate, Londres)
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«Nunca vendas por ouro aquilo que nunca poderás comprar com ouro: a sesta sossegada, o dia satisfeito, a reputação limpa e a consciência alegre».
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Samuel Johnson,
in Luis Señor González, Dicionário de Citações e Provérbios, Correio da Manhã, 2004, p. 174.
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segunda-feira, 6 de novembro de 2023
Com votos de boa semana!
Max Slevogt, Francisco d'Andrade, Reading a Newspaper (1903)
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Francisco de Andrade (1859-1921) foi um famoso barítono português que teve grande sucesso fora do nosso país, sendo muito retratado pelo pintor alemão Max Slevogt (1868-1932).
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Columbano Bordalo Pinheiro, Retrato do Cantor Francisco de Andrade (Museu José Malhoa, Caldas da Rainha)
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Na minha tese de Doutoramento (2011) propus a data de c. 1887-1888 para este retrato de Francisco de Andrade, por Columbano (1857-1929), porque no final de 1887 e início de 1888 o cantor actuou em Lisboa, no Teatro São Carlos.
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quinta-feira, 2 de novembro de 2023
Paris I - «Origem dos cafés em França»
Etablissement de la nouvelle Philosophie. Notre berceau fut un caffé - Café Procope, Paris: men and women chatting over drinks. Aquatint. Wellcome Collection. Public Domain Mark. Source: Wellcome Collection.
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«Há perto de 180 annos, um armenio por nome Pascal, que veio a França na comitiva de Soleymâo-pachá, embaixador da Porta ao monarcha Luiz XIV, arvorou na feira de Saint-Germain um barraca, diante da qual a multidão se detinha embasbacada. Pascal vendia por um preço correspondente pouco mais ou menos a 30 réis uma chavena de infusão de café. Era isto então novidade tamanha que só os mais ousados se deliberavam a saborear o liquido desconhecido, a respeito do qual se referiram historias incriveis, que a credulidade publica acolhia sem reparo. Quando se viu que o café não envenenava, nem fazia perder o uso da rasão, nem perturbava qualquer das faculdades do espirito ou do corpo, foi se resolvendo a gente a pouco e pouco, e não tardou a concorrencia a encher a barraca do armenio, cujo nome em breve se tornou popular.
Satisfeito com tão bom êxito, fechada a feira de Saint-Germain, o mesmo homem abriu em Paris o primeiro café permanente no caes d’Ecole. Frequental-o foi por algum tempo moda: mas prompto acabou e Pascal deixou Paris passando a Londres. Outro armenio, chamado Maliban, tratou então de reanimar o enthusiasmo publico a favor do café. O segundo estabelecimento, sito na rua de Mazarin, teve com pouca diferença a sorte do primeiro; porém, não tardou a haver competência: fundaram-se dois cafés simultaneamente, um na ponte de Norte-Dame [sic], outro na rua de St. André des Arts, e ao mesmo tempo um coxo andava de casa em casa, de loja em loja, vendendo café que elle mesmo preparava á vista dos consumidores, por preço de um vintem a chavena incluido o assucar.
Um siciliano, chamado Procopio, teve o telento que até alli faltára aos seus predecessores. Entendeu que os francezes não podiam consumir o café como os orientaes, solitarios, e concebeu o pensamento de crear primeiro que tudo um local de reunião, elegante e aconchegado, onde o prazer de saborear o novo licor fosse tão somente um prazer accessorio. Depois de tentar primeiro ensaio na feira de Saint-Germain, como o seu antecessor Pascal, abriu na rua des Fossés-Sain Germain defronte do teatro francez o celebre estabelecimento que ainda hoje existe com o nome de Café-Procope. Desde então enraizou-se o uso do café em França: no tempo de Luiz XV já se contavam em Paris mais de 600 botequins; e as províncias, imitando a capital, consideraram-se na necessidade de possuir tambem estabelecimentos do mesmo genero».
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in Revista Universal Lisbonense, N.º 30, 4 de Aril de 1852 359-360.
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P.S. - Pergunta que me fica: sem café (e Procópio) teria existido Revolução Francesa em 1789?
quarta-feira, 1 de novembro de 2023
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