Caminho dos Capuchos (Fotografia de Margarida Elias, Julho de 2009).
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«(...) A paisagem pintada ou fotografada é uma construção, e o próprio acto de olhar a paisagem é também em si mesmo uma ficção – vemos o que queremos ver, vemos o que queremos reconhecer, isolamos nós próprios parcelas do espaço que temos diante de nós e a paisagem é sempre fruto de uma relação subjectiva que estabelecemos com o mundo externo. (...) Nela são projectados desejos, mitos, sonhos, traumas, memórias, que condicionam a recepção quer do espectador directo quer do espectador indirecto que olha uma paisagem representada, e que dão a ilusão de um todo. E portanto a ideia de que a paisagem, mesmo selvagem, pode ser pura, de que se pode fruir da visão de um espaço natural intocado pelo homem, e de que essa fruição será igual para todos os que o olharem, é apenas uma miragem. A posição do observador é, além disso, a de alguém que tem de se colocar de fora, é uma figura externa à paisagem, que no fundo tenta organizar e controlar o mundo que o envolve fixando-o na ideia de paisagem».
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Mariana Pinto dos Santos (2006).
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