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Há muita sobriedade, nostalgia e silêncio nas suas obras, que, em alguns casos, fazem a ligação com o Simbolismo - pelo menos no sentido da intimidade e da introversão. O seu estilo caracteriza-se por uma grande leveza e transparência de pincelada, sendo ele um mestre na utilização dos esfumados. Algumas pinturas parecem ser minuciosas ao longe e, quando nos aproximamos, perdem o detalhe.
Fantin-Latour dedicou-se a fazer obras de homenagem aos artistas seus contemporâneos, nomeadamente a Delacroix, Manet e Berlioz, entre outros, destacando-se entre os retratos de grupo o quadro Le Coin de Table (presente na exposição), que homenageia os poetas franceses, entre eles Rimbaud e Verlaine. Muitos retratos eram de familiares, nomeadamente de mulheres, os quais deixam transparecer mais intimidade, mas também maior melancolia. Outro tema que o celebrizou foi a pintura de flores, exemplificada pela natureza-morta aqui reproduzida, presente na exposição.
Toda a sua obra é preenchida por uma quietude serena, apresentando-nos um mundo simultaneamento belo e melancólico, solitário mesmo nos retratos de grupo, silencioso mesmo nos temas musicais. Académico, mas moderno, ele foi um pintor do seu tempo, tal como pedia Baudelaire.
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Texto de Margarida Elias.
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Henri Fantin-Latour (1836-1904)
Museu Calouste Gulbenkian - 26 de Junho a 6 de Setembro de 2009.
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Outros links:
Corot em Madrid
Fantin-Latour
Art Renwal Center
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