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Sempre gostei de pinturas representando ateliers de artistas. Estas duas interessaram-me por diferentes motivos.
O quadro de Malhoa representa Simões de Almeida a trabalhar. É um quadro que se enquadra no estilo Naturalista, figurando o escultor enquanto executa uma estátua de tamanho monumental. O mais interessante para mim é a luz que vem de cima, da clarabóia, o que não é muito habitual; o contraste entre o tamanho do homem em comparação com o da estátua e, sobretudo, a temática, pouco comum na obra de Malhoa - longe das representações garridas de paisagens e de costumes populares. Tudo sem notas dramáticas, como se de uma fotografia se tratasse.
A obra anterior (feita cerca de 50 anos antes) é de um artista francês ligado ao Academismo. Pintura ainda de cariz romântico, mostra o atelier sombrio de um grande ceramista francês do Renascimento. Conta a lenda que Pallissy vivia tão obececado com a temperatura do forno para a cozedura das peças cerâmicas, que gastou com isso a sua fortuna, chegando a queimar as próprias mobílias. A pintura mostra precisamente o dramatismo que domina na sua oficina, predominando a escuridão, quebrada apenas pela luz do fogo, que absorve a atenção do artista.
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Margarida Elias.
O quadro de Malhoa representa Simões de Almeida a trabalhar. É um quadro que se enquadra no estilo Naturalista, figurando o escultor enquanto executa uma estátua de tamanho monumental. O mais interessante para mim é a luz que vem de cima, da clarabóia, o que não é muito habitual; o contraste entre o tamanho do homem em comparação com o da estátua e, sobretudo, a temática, pouco comum na obra de Malhoa - longe das representações garridas de paisagens e de costumes populares. Tudo sem notas dramáticas, como se de uma fotografia se tratasse.
A obra anterior (feita cerca de 50 anos antes) é de um artista francês ligado ao Academismo. Pintura ainda de cariz romântico, mostra o atelier sombrio de um grande ceramista francês do Renascimento. Conta a lenda que Pallissy vivia tão obececado com a temperatura do forno para a cozedura das peças cerâmicas, que gastou com isso a sua fortuna, chegando a queimar as próprias mobílias. A pintura mostra precisamente o dramatismo que domina na sua oficina, predominando a escuridão, quebrada apenas pela luz do fogo, que absorve a atenção do artista.
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Margarida Elias.
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