Pintura de Columbano Bordalo Pinheiro, A Volta do Passeio (1880).
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A volta do Passeio ou Retrato da Dama da Sombrinha Azul é uma obra pouco comum entre as pinturas intimistas de Columbano, porque mostra uma mulher num espaço exterior, simbolicamente marcado pelos adereços a ela associados: o chapéu e a sombrinha.
Ramalho Ortigão era da opinião que A Volta do Passeio era um «estudo de mulher, esboçado com uma grande convicção da realidade», mas lastimava «que n’esta obra tão valentemente indicada, o auctor não acabasse um pouco mais o fundo do quadro e as roupas da figura».
Júlio Dantas viu-o como uma «maravilha de ar-livre, em que se sente a influência dos diviosionistas, dos iluministas à maneira de Besnard». A «natureza é interpretada convencionalmente», mas «a figura de mulher, que a anima, aparece-nos como um prodígio de distinção (...) que nos diz tudo, - no meio de uma païsagem sem luz e sem ar, que na verdade pouco nos diz!». «A Dama da sombrinha azul: assim intitulou Columbano êsse encantador trabalho. (...) E, quando se referia a êle (...) chamava-lhe “retrato”. A identificação foi feita, há mais de vinte anos, pelo meu inolvidável amigo Henrique Lopes de Mendonça (...). - Era a minha mulher...».
Henrique Lopes de Mendonça foi casado com Amélia Bordalo Pinheiro, irmã de Columbano.
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Margarida Elias.
1 comentário:
Adorei esta história. Estou a gostar da rubrica: "A volta do Passeio".
Parabéns!
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