Diego Velázquez, Retrato de Menina (1640, The Hispanic Society of America, Nova Iorque).
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«...Beleza, virtude máxima, sanctus sanctorum do nosso anelo. Só nos podemos aproximar dela por rodeios e depois de longa preparação no exercício das outras virtudes. Estas são a luz do nosso trabalho, mas a beleza é o próprio sol, e se o queremos fitar, temos de fazer uso de um vidro fumado para que não fiquemos cegos com o deslumbramento dos seus raios. Digamos de passagem: a noção que temos de beleza e que serve menos mal os nossos míseros trabalhos - é apenas para nosso uso particular (...); pelo menos, quando nós conhecermos a fórmula absoluta que revela a nudez deslumbrante da ideia de beleza (...) nunca nós publicaríamos o seu retracto; pelo contrário, guardá-lo-íamos no mais recôndito escaninho da casa-forte das nossas emoções (...)».
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Raul Lino (1933).
5 comentários:
Só um um acrescento que, infelizmente, não é meu, mas de John Keats:
" A thing of beauty is a joy forever..."
É verdade.
Margarida,
"... a beleza é o próprio sol, e se o queremos fitar, temos de fazer uso de um vidro fumado para que não fiquemos cegos com o deslumbramento dos seus raios".
Que conceito magnífico, dos melhores que tenho lido. Muito obrigada.
Beijinhos!:)
Se a beleza tivesse posologia, talvez esta pudesse ser semelhante à de muitos medicamentos: "tomar com precaução" :)
Beijinhos!
Ana: É um conceito interessante, de facto. Bj!
Sara: Do ponto de vista do Raul Lino é essa a realidade e é bem provável que ele tivesse razão. Bj!
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