domingo, 13 de novembro de 2011

Da exposição na Gulbenkian

Paul Gauguin, Natureza-Morta com Leque (1889, Musée d'Orsay, Paris).
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Sempre apreciei de ver quadros com naturezas mortas, embora prefira a definição dada em inglês de still life. Para mim, o que fascina no tema é precisamente a tranquilidade transmitida pela representação de objectos organizados de uma forma esteticamente apelativa. Também me interessam todas as interpretações que se podem fazer a partir de quadros aparentemente tão simples - simbólicas, históricas, estéticas, psicológicas, etc.
Gostei muito de ver a exposição da Gulbenkian A Perspectiva das Coisas, quer a primeira parte, quer a segunda parte - actualmente em exibição. Entre as várias obras ali presentes, escolho apenas esta de Gauguin (pela simples razão de que achei lindíssima), que me parece influenciada por Cézanne.
A propósito desta exposição, deixo registada uma frase (do folheto), sobre Cézanne:
«O principal desafio que a arte da maturidade de Cézanne nos coloca é que façamos uma avaliação do que é coexistir com um mundo de coisas em nosso redor e de como percepcionamos e pensamos a realidade que se apresenta perante nós».
Acho que o mesmo se poderá dizer sobre grande parte das naturezas mortas da Época Contemporânea, pelo menos desde o final do século XIX.

7 comentários:

ana disse...

Margarida,
A tela é linda!
Concordo inteiramente com as suas palavras, a estética, a tranquilidade, as múltiplas interpretações que podemos fazer. Nesta tela, por exemplo o que me agrada é o orientalismo dado pela presença da pintura do leque com o crisântemo, flor real do Japão.
Depois a encenação dos frutos, numa disposição triangular, tudo parece sereno e equilibrado, não é?

O possível desequilíbrio está no que sai do saco que não consigo perceber o que é. Parecem serpentes (ou tronco de mulheres))...
Irei ver esta exposição para a semana que vem. Depois entro em diálogo com a Margarida!
Um beijinho e bom Domingo! :)

Margarida Elias disse...

Concordo consigo Ana, inteiramente. Depois partilhe as suas impressões. Muitos beijinhos!

www.amsk.org.br disse...

Oi Margarida, não estávamos conseguindo postar, mas acho que agora vai.
A tela é realmente muito bela.
A faca possicionada nos dá uma possibilidade de cotidiano hoje e realidade do dia a dia, mas os troncos de mulheres são um fascínio. Um grande amigo e professor de belas artes tem uma reprodução dessa obra e nos chama a atenção, pois parece um fecundo rochedo, mais um tema Irlandes dos celtas ou a pata de um boi. Ambas as traduções são místicas no que conserne a rocha e o animal, já que as mulheres em forma de labaredas vão em direção ao céu, livres, ainda por florescer.
Desculpe ter falado tanto, o comentário da Ana me animou.
Bjs de todas nós e meus.
É sempre bom vir aqui.

Presépio no Canal disse...

Que lindo! Gosto do pormenor do leque e das cores!
Esta tela transmite-me harmonia, florescimento, serenidade e abundancia.
Beijinho e Bom Domingo!

Margarida Elias disse...

Cozinha dos Vurdóns:
Que comentário interessante! Muito obrigada e beijinhos.

Sandra:
Concordo contigo. Beijinhos!:)

MJ FALCÃO disse...

Deve ser uma bela exposição! Gostei muito do seu post!
o falcão

Margarida Elias disse...

Obrigada MJ Falcão! A exposição vale mesmo a pena.