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Há dias de sol em que estou contente,
Vou com a minha avó comer gelado.
Ela dá-me a mão e ri-se para mim,
E diz: «Estás tão giro! Quero ir ao teu lado!»
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Há dias de Inverno em que estou mais triste,
Vou jogar às cartas com o meu avô.
Ele diz: «Tu tens jeito!», e ensina-me truques...
Quando vou embora, já nem triste estou.
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Às vezes, nas férias, eu vou lá para casa,
Ando de baloiço e subo à nespereira,
Passo horas no sótão, fico todo sujo...
A minha avó ri-se e diz: «Já p'rá banheira!»
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Nos dias de festa, encontro os meus primos,
E o meu avô vem connosco bricar.
Ele diz com voz grossa: «Eu sou um pirata!»
E nós, logo, em coro: «O maior do alto mar!»
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Os meus avós contam histórias antigas,
Conversam comigo, dão-me rebuçados.
Se estou triste, ajudam, se estou bem, sorriem.
Conto os meus segredos, ficam bem guardados.
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Os meus avós gostam de mim como eu sou,
Desde que eu nasci... No primeiro instante!
Podem estar mais longe, podem estar mais perto...
Eu sei que, p'ra eles, sou muito importante!
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Inês Pupo e Gonçalo Pratas, Canta o Galo Gordo, Lisboa, Caminho, 2006.
7 comentários:
Lindo de se Ler e ver!
http://anabelanacasadavovo.blogspot.com/
http://anabelajardim.blogspot.com/
Obrigada!
Achei encantador, sinceramente.
E uma belíssima homenagem evocativa.
Margarida,
A homenagem mais bonita que hoje vi,
Parabéns aos avós e à neta.
Beijinhos. :)
APS e Ana: Obrigada!
Bom!!! Que dizer?
Parabens, Margarida! :-) Estou sem palavras e acho que acabou de entrar um cisco no meu olho ;-))
Muitos beijinhos! :-))
Obrigada Sandra! Muitos beijinhos!
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