Rembrandt van Rijn, The girl in the picture frame ou The Jewish bride (1641, via Plum Leaves on Flickriver).
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Robert Ezra Park (1950):
«Não é provavelmente por um simples acaso histórico que a palavra “pessoa”, na sua acepção de origem, designa uma máscara. Trata-se antes do reconhecimento do facto de toda a gente estar sempre e em toda a parte, com maior ou menor consciência, a representar um papel... É nestes papéis que nos conhecemos uns aos outros; é nestes papéis que nos conhecemos a nós próprios.
Em certo sentido, e na medida em que a máscara representa a concepção que formámos de nós próprios – o papel que nos esforçamos por viver -, ela é o nosso eu mais verdadeiro, o eu com que gostaríamos de nos parecer. No termo do processo, a nossa concepção do nosso papel torna-se uma segunda natureza e uma parte integrante da nossa personalidade. Chegamos ao mundo como indivíduos, adquirimos um carácter e transformamos-nos em pessoas».
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Erving Goffman, A apresentação do eu na vida de todos os dias, Lisboa, Relógio d’Água, 1993 (Edição original datada de 1959), pp. 31-32.
8 comentários:
Um quadro muito interessante, que eu não conhecia.
E o texto, que cita, merece reflexão. Penso que, muitas vezes, podemos acabar escravos dessa máscara que foi formando, de nós.
Como um artista que teve sucesso com uma obra e tenta, repetidamente, reproduzir esse estilo, esse "agrado", essa forma (de estar) de fazer. E, isso, acaba por ser negativo.
É bem verdade. A máscara pode ser positiva (crescimento, maturidade) ou negativa (aparência).
Uma bela pintura de Rembrandt. :-)
Bjs!
É verdade. Bjns!
Uma tela fantástica!
Margarida, o texto é interessantíssimo. Temos que parar e ler mais que uma vez.
Levantamo-nos com uma máscara e ao fim do dia ela dilui-se entre o que queremos parecer, ou o que gostaríamos de ser, e aquilo que somos ou como nos vemos no espelho. Pungente!
Não conheço este livro.
Beijinho. :)
Eu concordo consigo Ana - nós somos o que vem nos genes, mais o que conhecemos, aprendemos, desejamos e alcançamos. Somos complexos - e ainda bem! Podemos crescer. Bjns!
Lindíssimo quadro. Talvez represente uma judia de origem portuguesa. Há qualquer coisa de familiar nela.
A rapariga sai da moldura, como por vezes nós próprios assomamos da máscara e talvez por isso a Margarida se tenha lembrado deste texto tão bonito, que mim me impressionou pela lucidez do autor.
um abraço
Obrigada! Não tinha pensada na origem portuguesa da rapariga, mas é bem possível. Eu gosto de quadros dentro de quadros, ou de quadros a sair de quadros. Gosto desses jogos semióticos ... O texto achei muito interessante e talvez mais verdadeiro do que por vezes gostaríamos de admitir.
Um abraço e bom Domingo!
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