segunda-feira, 19 de agosto de 2013

A Cigarra e a Formiga

Vem este título a propósito de muitas coisas que andam no meu pensamento. Por um lado, acho que nunca vi uma cigarra "ao vivo", mas adoro ouvir o seu cantar nos dias quentes de Verão, que me faz lembrar a quinta dos meus avós, no Alentejo. Por outro lado, também simpatizo com as formigas (quando não estão dentro de casa) e lembro-me que gostava de as observar quando era criança, vendo-as laboriosamente a levar comida para o seu formigueiro, em longas filas, muito bem ordenadas.

(Link)
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Aqui vai a fábula, na versão de La Fontaine, acompanhada por uma ilustração de Gustave Doré:

La Cigale ayant chanté
Tout l’Eſté,
Se trouva fort dépourvuë
Quand la biſe fut venuë.
Pas un ſeul petit morceau
De mouche ou de vermiſſeau.
Elle alla crier famine
Chez la Fourmy ſa voiſine ;
La priant de luy preſter
Quelque grain pour ſubſiſter
Juſqu’à la ſaiſon nouvelle.
Je vous payray, luy dit-elle,
Avant l’Ouſt, foy d’animal,
Intereſt & principal.
La Fourmy n’eſt pas preſteuſe ;
C’eſt là ſon moindre défaut.
Que faiſiez-vous au temps chaud ?
Dit-elle à cette emprunteuſe.
Nuit & jour à tout venant
Je chantois, ne vous déplaiſe.
Vous chantiez ? j’en ſuis fort aiſe.
Et bien, danſez maintenant.
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Jean de La Fontaine (Link)
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Gustave Doré (Link)
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Pessoalmente, julgo que a vida das formigas seria muito cinzenta sem o canto das cigarras.

2 comentários:

ana disse...

Fantástico. Esta série de postagens estão muito boas.
Boa noite, Margarida. :)))

Margarida Elias disse...

Obrigada Ana e boa noite! :)