terça-feira, 5 de julho de 2016

Do falar (ou nem por isso)

Louisa Giffard, Bremen town musicians (2014)*
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A Língua de Nhem

Havia uma velhinha
que andava aborrecida
pois dava a sua vida
para falar com alguém.

E estava sempre em casa
a boa velhinha
resmungando sozinha:
nhem-nhem-nhem-nhem-nhem-nhem...

O gato que dormia
no canto da cozinha
escutando a velhinha,
principiou também

a miar nessa língua
e se ela resmungava,
o gatinho a acompanhava:
nhem-nhem-nhem-nhem-nhem-nhem...

Depois veio o cachorro
da casa da vizinha,
pato, cabra e galinha
de cá, de lá, de além,

e todos aprenderam
a falar noite e dia
naquela melodia
nhem-nhem-nhem-nhem-nhem-nhem...

De modo que a velhinha
que muito padecia
por não ter companhia
nem falar com ninguém,

ficou toda contente,
pois mal a boca abria
tudo lhe respondia:
nhem-nhem-nhem-nhem-nhem-nhem...
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A ilustração talvez não tenha muito a ver com o poema, mas eu aprecio imenso da história dos músicos de Bremen e quando li o poema (de que também gosto) lembrei-me dela.
E gostava de um dia ir a Bremen.
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4 comentários:

Presépio no Canal disse...

Nunca lá fomos. Dizem que é muito bonito, especialmente, durante os mercados de Natal.
Beijinhos!

Margarida Elias disse...

Gostava mesmo de ir lá. Já fui a Hamelin (terra do flautista) e gostei imenso. Beijinhos!

ana disse...

O poema é giro. :))

Margarida Elias disse...

Ana - Eu achei-lhe piada. Beijinhos!