Castelo de Óbidos (Fot. Margarida Elias, 2018)
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No livro Dicionário de Termos Artísticos e Arquitectónicos, ameias são: «Cada um dos elementos da coroação de um muro de uma fortaleza, constituído por parapeitos em alvenaria construídos em intervalos regulares entre uma seteira e a outra. A forma descontínua deriva da necessidade de proteger as sentinelas e permitir-lhes, simultaneamente, avistar e atacar o inimigo. Já presentes na arquitectura grega e romana, no Renascimento as ameias foram também utilizadas nas construções destinadas a uso civil com função decorativa. Com base na forma distinguem-se ameias guelfas (quadradas), gibelinas (em forma de cauda de andorinha), em arco, com telhado e em degraus» (Público, 2006, pág. 23).
No entanto, no livro Tesouros Artísticos de Portugal (pág. 646), diz-se que os blocos quadrangulares de pedra chamam-se de merlões, sendo as ameias os intervalos entre os merlões. Sobre estes diz-se (na pág. 660):
«Pedras quadrangulares (às vezes rematadas em ponta ou chanfradas) que coroavam os parapeitos das fortalezas medievais com escudos fixos; aos espaços que medeiam entre elas chamam-se ameias. Também se usavam com fins decorativos, servindo de cimalha em edifícios religiosos.
Os merlões dos castelos podem ser maciços ou ter seteiras que permitiam disparar o arco com mais segurança para os frecheiros».
Perante a dúvida, fui ver ao Pequeno Dicionário da Língua Portuguesa de Cândido de Figueiredo (ed. 1981), onde se pode ler que "ameia" vem do latim ad+moenia e significa «Cada um dos pequenos parapeitos, separados por intervalos, na parte superior das muralhas e castelos» (pág. 80); sendo merlão uma palavra de origem francesa (merlon) correspondendo ao «Intervalo dentado, nas ameias de uma fortaleza» (pág. 920). Parece-me ser esta a definição correcta.
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